30.6.05




hermanitos, perdón, mas acá, lejos, lejos, tiene un gostito mucho especial!

28.6.05

prova de resistência

eu sempre achei que casar, decidir morar junto, se apaixonar não era difícil. difícil mesmo era CONTINUAR casada, SEGUIR morando junto depois de meses, anos, e AMAR, mesmo depois que a paixão passasse. na minha cabeça, que sempre se apaixonou umas duas vezes por semana, esses é que eram o grande desafio da humanidade... ou, no caso, prova de resistência extremamente difícil para uma menina curiosa, metida, espoleta, que se divide entre crises de alegria e tristeza e que não pensa mais de duas vezes antes de jogar tudo para cima e comprar uma passagem para onde quer que seja. eu.

lá pelas tantas, depois de alguns namoros relativamente longos, e fins de namoros, por vezes longos, por vezes curtos, cheguei à conclusão de que era melhor não pensar ou calcular muito. se acontecesse de eu realmente me apaixonar novamente por alguém que valeria à pena, iria logo morar junto, casar, dividir a pia do banheiro, essas coisas. antes que acabasse a época do floreado, do romance, do tudo rosa. caso contrário, acabaria nunca vivendo com alguém. nunca casaria. eu acho que seria totalmente incapaz de namorar por, sei lá, seis anos, antes de casar com alguém. mas vai saber... eu acho que, com toda a minha impaciência, não conseguiria nem tentar.

conscientemente, foi exatamente isso que eu fiz. seis meses depois de ser pega de surpresa completamente apaixonada pelo, então, meu amigo piero, me mudei de mala(s) e cuia para a casa dele.

e, essa semana, faz um ano.

e eu continuo me apaixonando duas vezes por semana. quase sempre é por ele mesmo.

22.6.05

diferenças culturais na conferência do iraque em bruxelas

esses dias, eu, brasileira, e o piero, italiano, falando com um casal de amigos, ele de lichtenstein, ela da suécia, perguntamos: e vocês não tem problemas com as diferenças culturais? ao que ele responde:
- não. sou só eu que tenho cultura, anyway....

piada engraçadinha, mas não era disso que eu ia falar. eu queria mesmo era falar da diferença que faz ter yankees entre nós, jornalistas do mundo todo que cobrem dia após dia os acontecimentos da união européia em bruxelas.

eles, gli americani, mudam a ordem das coisas. ou a não ordem das coisas. reclamam de tudo. da falta telefones que liguem para o mundo todo de graça. da falta de tradução quando a sessão de trabalhos é aberta pelo primeiro-ministro luxemburguês em français - eles ainda não entenderam que existe uma sala com fones de ouvidos e telão para todos que precisam de tradução no terceiro andar, reclamam que os italianos ficam gritando nos seus celulares dentro da sala de imprensa - porque eles, gli italiani, já entenderam que o lugar para ficar quietinho é na sala dos fones de ouvidos do terceiro andar e que a sala de imprensa serve mesmo para... para que mesmo? mas acima de tudo, the americans reclamam da fumaça de cigarro em todos os lugares, apesar de existir áreas de fumantes e áreas de não fumantes.

e eles têm razão quanto a isso, os americanos, mas, eu pergunto, aos americanos, para quê ficar incomodando o mundo com guerras e ordens de subordinação, e, à menina loira falsa de rosa aqui do meu lado, para quê ficar usando essa vozinha aguda e estridente para perguntar aos colegas "se a condy (manda matar, né?) já fez o seu discurso?" querida, aprenda pelo menos uma coisa com essa brazilian medíocre journalist, vá até a sala dos fones do terceiro andar e poupe a face da terra, ou pelo menos a sala de impresa, dessa tua vozinha aguda e chata.

de resto eles têm toda a razão. aqui as coisas não têm necessariamente um ordem, uma organização. às vezes isso é mesmo um m.rda, mas só porque eles estão aqui hoje, mal chegados e achando que tudo sabem, digo que ainda bem existe um lugar desenvolvido no mundo mesmo sem organização (americana).




e, de acordo com a reuters, "os inimigos de Deus se encontram na conferência de Bruxelas para destruir o Iraque, não para construí-lo", disse o grupo sunita liderado pelo jordaniano Abu Musab al-Zarqawi.

meeeeeeeeeeeeeeeeeeeedo!

15.6.05

lição da semana
caro leitor,
você sabia que se pode escrever berinJela ou berinGela, porque as duas formas estão corretas?
eu não.
coisa, né?

13.6.05

Como as coisas são
ou Alguma coisa está fora da ordem

Eu já andava mesmo meio irritada com esse blá blá blá sobre o lançamento da nova Daslu ocupando muito mais espaço que tanta coisa muito mais relevante no Brasil para ser falada. Por isso mesmo, ao bater os olhos nessa matéria da Folha hoje, consegui finalmente achar que alguém externalizou essa falta de sentido na nossa sociedade de forma tão sintética. Para quem não é assinante UOL, a copio aqui:

O Masp (Museu de Arte de São Paulo) não recebeu nem um centavo de doadores privados neste ano. Talvez por isso sejam reveladoras as fotos em que Julio Neves, o presidente do museu, aparece sorrindo na inauguração da Daslu, cujo prédio foi projetado pelo arquiteto.
As fotos são reveladoras porque expõem cruamente o muro que separa os novos ricos do universo da arte: os que pagam R$ 4 mil por uma saia ou R$ 8 mil por um terno acham que não vale a pena dar um centavo para o Masp ou para qualquer outro museu.
A ascensão meteórica da Daslu e a morte lenta do Masp parecem fazer parte de um mesmo fenômeno: aquele em que a elite paulistana abandona completamente a esfera pública, o espaço de convívio com os diferentes, para se isolar em bunkers como o que abriga a Daslu.
(para quem se interessou, a matéria segue, me peçam por email que eu mando)

janaina

eu tenho uma amiga que é uma das pessoas mais engraçadas que eu conheço. não que ela seja dessas pessoas cômicas, que conseguem dizer coisas engraçadas a cada duas frases. a janaina é bem engraçada, mas ela é ainda mais engraçada para mim porque a gente é muito parecida, então eu entendo todas as suas piadas. sempre foi assim. nos conhecemos há muitos anos e quase sempre tivemos essas coisa de pensar as coisas da mesma maneira. ainda é assim, mas quando éramos adolescentes e convivíamos mais, era quase transmissão de pensamento o tempo todo. se estávamos com vários amigos em volta, bastava a gente se olhar para entender direitinho o que a outra estava pensando. e ia de "ai, viu como ele é muito fofo?" até "essa vaca não desgruda do meu bonitinho" passando por "caralho, amanhã eu tenho uma prova de física quântica e uma de matemática avançada, mas eu só estudei os dois primeiros polígrafos de um grupo de 10x576 na raíz quadrada de 4576.87645 e não sei ainda o que são apóóóótemas; mas por outro lado, é tão bom estar com os nossos amigos nesse domingo fim de tarde, e esse é o último ano do colégio, e a vida é tão curta, e nós só temos 16 anos, que não vejo sentido algum em voltar para casa agora e deixar essa possibilidade de ficar com o ivan (que poderia ser também joão ou zeca se aquelas vaquinhas não estivessem no colo deles) para trás para entender, afinal, o que vem a ser o apóóóótema (que a nossa professora pronunciava apóóóótema, agudíssimo, e que, por consequência, na transmissão de pensamento vinha da mesma forma, apóóóótema, com ponto e vírgula e tudo)!

éramos tão parecidas em um certo período, que até o meu pai nos confundia nas partidas de volei na nossa casa da praia:
- vaaaaaai, tica, pega essa bola!!
- mas eu sou a ina, tio....

bueno. tudo isso para dizer que a ina me mandou um email muito engraçado ontem, que eu agora quero publicar aqui:

- alô, é a ja... jamile?
- não.
- jaqueline?
- não, com quem gostaria de falar?
- é com a ja... jamile, não sei,
- acho que é engano, quem é?
- aqui é da paróquia Santo Antônio, sobre uma reserva
de data para casamento.
- acho que então realmente é engano, eu não tenho
reserva nenhuma de casamento.
- é para rodrigo e ja... jamile ou jaqueline.
- não é aqui.
- eu liguei para 30 28 XX 40?
- sim.
- que coisa, então me desculpe, viu?
- tudo bem.


terei eu acabo de desmarcar meu casamento??????




janaina: estou com saudades.

9.6.05

eu tenho muito medo de morrer. tenho tanto medo, que o simples fato de escrever isso aqui, supersticiosamente me apavora. dá um medo dessas coisas que acontecem toda a hora, mas que, quando envolvem a morte, parecem sinais. tipo quando um conhecido meu, que às vezes usava aquela frase boba "eu vim ao mundo a passeio", morreu aos 16 anos. e eu odeio sinais. e superstições. mas, sobretudo, eu odeio a morte.

odeio saber que todos nós um dia vamos morrer. odeio saber que vou ter que enterrar um dia as pessoas que eu mais amo. odeio já ter enterrado algumas. odeio o fato de sermos enterrados quando mortos, mas odeio ainda mais as gavetinhas nas paredes com as flores de plástico.
tudo relacionado à morte me incomoda muito.
e saber que um dia vai ser a minha vez de ser enterrada, me incomoda ainda mais.

não tenho tanto medo das doenças longas, da morte lenta, nem da morte em si, o momento. temo muito, isso sim, deixar a vida de uma hora para a outra. deixar pessoas. deixar coisas feitas pela metade. o armário bagunçado. o telefone fora do gancho, sei lá.

certamente o meu enorme - exagerado? - medo da morte tem a ver com as minhas perdas. elas foram quase todas... súbitas. de uma hora para a outra. nunca recebi notícias do tipo: estou doente, pode ser que eu morra. não que isso torne a morte menos morta. mas, pensa bem, se as notícias que te deram sempre foram: a margarida (nossa cadelinha quando eu tinha uns 7 anos) não vai mais voltar para casa; o vô de vocês se sentiu mal, chamaram o médico, mas nesse meio tempo ele morreu; eles sofreram um acidente de carro e... a vó morreu; corram pro pronto socorro, o pai desmaiou; tu acaba ficando com uma sensação (real, sorry) de que a vida está aqui, mas logo depois não está mais.

e isso é uma bosta. mas é verdade. é a vida, dizem uns. mas não. é a morte.

e tudo isso para dizer (na esperança de que ao dizer mais isso eu possa começar a sentir menos isso) que o meu medo da morte, conforme os dias passam, só aumenta. crianças e adolescentes não morrem. só em eventos muito, super, ultra fora do normal. adultos, sim, adultos podem morrer. eu virei adulta. e agora me pelo de medo de um dia não virar velha.

vocês também são assim, ou a louca aqui sou eu?

8.6.05

Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante...

Vivíamos sem TV (la tivú). No ano passado compramos uma. Mas a alegria popular durou apenas dois meses. Em janeiro os soldados do império invadiram a nossa casa e fecharam o senado, derrubando a democracia do sistema, digo, roubaram a nossa TV.
Mas nós não perdemos o ânimo com essa ameaça fantasma. Encontramos os velhos mestres Jedi e fizemos um treinamento intensivo. Ou seja, nos mudamos de apartamento, colocamos novas trancas na porta e pagamos um seguro no banco.
Compramos uma nova tivú.
E ainda um leitor de DVD (por 36 Euros!!)
E de quebra, a caixa com os três velhos episódios de Star Wars (pegou?), que nos custou mais caro do que o leitor de DVD, por mais estranho que isso possa parecer.
E aqui embaixo está a foto da caixinha da trilogia, com a minha mãozona dizendo OK!
E agora vou parar de fazer essas infames frases ligadas aos filmes, porque elas estão terríveis... FYODA! (essa é da Renata, até que provem o contrário)

Tudo isso para dizer que eu nunca mais vou ficar boiando quando falaram em Obi Won Kanobi na minha frente. Eu sempre achei que fosse um planeta ou uma nave espacial...

Pronto, agora eu sou uma nerd oficialmente.

they're coming!!

7.6.05

Rá!


Eu tava lendo uma velha matéria do NYTimes que dizia isso: um estudo conduzido no final dos anos 90 por médicos dinamarqueses, intrigados com o anormal baixo nível de doenças cardíacas na Groenlândia. Os médicos pesquisaram entre os groenlandeses sobre fatores de risco, inclusive o estresse. Mas, mesmo depois que a palavra estresse havia sido elaboradamente traduzida para a linguagem nativa, cerca de um quarto dos pesquisados disse não saber do que os médicos estavam falando.

Adoro saber que no mundo exista um lugar assim.

5.6.05

como se diz o ó do borogodó em italiano mesmo?

culpada por não cozinhar quase nunca em casa, enquanto o piero tá sempre com a barriga no fogão, decidi, sábado, preparar um exótico prato bahiano: moqueca de peixe e camarão.
peguei a receita num livro que eu dei para ele de presente, fiz a lista, fui no super, paguei (dado importante, né?), carreguei as compras para casa e arregacei as mangas. pimenta vai, caipirinha vem, eu e a minha amiga alessandra, brasileira saudosa das coisas da bahia, que não entende patavinas de cozinha, mas que é boa de garfo, soltamos desatentamente um ou dois ós do borogodós.
mau sapão!
o piero, que até ali estava entendendo 80% da conversa em bom português pós-caipirinhas, perguntou: ma cosa è ogobogorigobó?

e aí? e explicar para o italiano o que vem a ser o ó do borogodó estando bebum e ouvindo banda eva uns volumes acima do permitido no edifício depois das 22 horas?

borogodó até achei no houaiss para mostrar pro moço. mas e o Ó?



ps: a moqueca ficou divina. só não mostro a foto porque só lembrei de fazê-la quando acabamos de raspar o prato.

3.6.05

cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelda

Conversas non sense no cabeleireiro:

a cabeleireira, ouvindo o meu péssimo sotaque ao falar francês, me pergunta:
- de onde tu é?
- brasileira. e tu, belga?
- não, iraniana.
- e há quanto tempo tempo tu vive aqui?
- eu nasci aqui.

e aqui abaixo essas duas coisinhas lindas que eu vi na rua e não resisti, tive que fotografar!!

2.6.05

O Cortázar tá lá na minha esquina

Eu não sabia, provavelmente tu também não sabia, mas Julio Cortázar, o argentino, nasceu em Bruxelas. Mais que isso, nasceu no meu bairro em Bruxelas (Ixelles)! E anos depois escreveu Rayuela, ou Jogo da Amarelinha, considerado por umonte de gente, um dos melhores livros já escritos.

E poucos dias atrás, tiraram a parada de ônibus que eu costumava usar diariamente na esquina da minha casa, para colocarem um busto. Vendo a função, eu logo pensei: que bosta, vou ter que caminhar mais todos os dias só porque uns chatos burocratas resolveram fazer uma homenagem a um chato burocrata morto. Mas que nada. Errei. Fincaram ali o Cortázar. E, admito, gostei.

1.6.05

os temperos.

além de saladinhas, também temos florzinhas.

hei, hei, consegui :P

pé de alface é doish real, madame

tô fazendo uma micro horta em casa. plantei manjericão, para fazer futuros pestos com matéria-prima feita em casa, alecrim, para a alegria das batatinhas assadas, temperinho verde, para a alegria do piero, lavanda, para perfumar os armários e rúcola, para fazer deliciosas saldas com manga picada.

conforme vou descobrindo as dosagens corretas de água e sol, conto para vocês.

também decidi que vou aprender a por fotos nessa coisa só para acompanhar com um fake real time o crescimento da minha rúcolinha :)

alguém aí pode me ensinar a fazer isso?