22.8.03

MORO NO BRASIL! (parte II)
fui ver ontem de noite. o filme é idéia original, direçao, roteiro e tudo mais de mika kaurismäki, um finlandês louco (redundância?) que anos atrás trocou um cd do deep purple por um cd de música brasileira e, desde entao, ama o brasil e o que se faz de melhor nesse país. como eu já tinha dito antes, nao é ficçao, nao é documentário e nao é vídeo amador, mas é um pouquinho de cada. é, na verdade, uma viagem entre pernambuco, bahia e rio, com ênfase na música popular (popular mesmo, nao maquiada). e o filme é muito bom, principalmente porque nao tem pretensoes de ser mais do que é, ao menos aparentemente. tá, entao o que ele é exatamente? dá para ser clara?

moro no brasil sao duas horas de imagens desses três estados, entrevistas com músicos com sotaque engraçado (em português) e informaçao simples e direta sobre o que é cada coisa mostrada na tela. em suma, duas horas de diversao e batuque. é bom porque nao é aquelas coisas "made in brazil" para inglês ver. ainda que seja para gringo comprar. explico. provavelmente nao vai trazer muita novidade para os brazucas em terra nacional, mas é bem feito, honesto e diverte. tem walter alfaiate, ivo meirelles, grupo bagunçaço, maracatu naçao e maracatu rural, silvério pessoa, mestre salustiano, margareth menezes, velha guarda da mangueira e seu jorge, uma grande novidade para mim, despatriada há quase dois anos.

como vocês vêem, nosso amigo mika passeou pelo forró, maracatu, samba de côco e umonte de outras coisas, até chegar ao manjado carnaval carioca. claro que faltam tantas outras coisas da música popular, falta sampa, falta o sul (aaaaah! eu sou gaúcha!) e deve faltar um tanto de coisas que eu nao conheço. mas nao é ruim por isso, até porque o filme nunca prometeu ser uma dissertaçao sobre o assunto.

e o mais divertido é cuidar as diversas e curtas apariçoes do diretor pelo filme. parece que ele queria mostrar que tava lá messssmo, nao basta ser pai, tem que participar! corta o cabelo no mesmo barbeiro que walter alfaiate da portela, assiste a índios ensaiando rock e caminha pelos becos do morro da mangueira. em uma das entrevistas, lá pelo pernambuco, é até chamado de gringo ao vivo pela dupla castanha e caju... ou era caju e cajuzinho?

com certeza eu e um brazuca que assistiu ao filme na mesma sessao (e fez questao de ir com a camiseta penta-campea) nos divertimos mais que os outros porque as legendas nao conseguem interpretar a belíssima forma de falar de uns entrevistados, mas nao importa, todo mundo saiu do cinema batucando. juro!

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