30.10.03

meu!!
olhem issuuuuuuuu!
grande belloc! grande presença !!
grazie, bello!

esses dias acordei e mudei o lugar de TODOS os móveis da minha pequena casinha aqui em BX. botei a cama no "andar" de cima, a mesa no "andar" de baixo, o sofá encostado na oooutra parede, tapete novo, plantinhas novas, arrumei a cortina, fiz faxina, comprei um poster para a parede que estava favia há séculos... uffffaaaa. ficou uma jóinha. querem ver? prometo fotos para segunda-feira. neste mesmo batlocal! venham me visitar! venham me visitar!!

ps: minha casa tem dois andares (três degraus separam esses "dois andares" shshhshshshhshshsh)

por outro laaaaado... ontem fui ver KILL BILL VOL.1 do magnânimo tarantino (já estreiou no BR?): sennnnnsacional! é-fan-tás-tico (sabem, aquele jeito de dizer fanástico que dizia quando começava o programa dominical mais amado do BR, quando ainda era a carolna ferraz que aparecia na abertura, saindo da água, com uma roupa pós-moderna toda colorida? roupa??? whatever...). voltando ao filme, é divertidíssimo! duas horas de ironia cinematográfica, lutas matrix em doses cavalares e clichês, coisas kitch e diálogos surreais. bom até dizer chega. e a uma thurman continua sendo a mulher dos meus sonhos. vejam, vejam, vejam... mas nem precisava dizer, é claro que vocês todos vao ver, vao comprar o cd, o dvd, vao criticar, elogiar... é um tarantino, afinal.

27.10.03

fui ver o novo filme dos cohen ontem de tarde. esse com a zeta jones e o eterno médico bonitao do plantao médico... como se chama mesmo? achei o filme uma merda? no início da para rir um pouco. e ele é ótimo ator. diria que só vale a pena ir se for pagar meia entrada.

24.10.03

momento caipira com muito orgulho
TÁ NEVANDO EM BRUXELAS !! (já liguei para todos os meus amigos brazucas daqui para contar. estavam todos na rua, com o maior sorrisao, achando os floquinhos brancos lindos)

tá... agora podemos voltar ao normal.

23.10.03

frase roubada sem nenhum escrúpulo do blog dos sapos que brilham no escuro (eles também roubaram de alguém, entao, tudo em casa, vai, etiqueta virtual...): "Comer e viajar são as 4 melhores coisas do mundo"

boa, boa, vai dizer...

What now my love?
Escrevi isso aqui para uma amiga... ou amiga de uma amiga, que perguntou o que eu vim fazer aqui, do outro lado do Atlântico.
Saí daí em novembro de 2001 para estudar italiano por dois meses em Roma e "ver no que dava". Acabei nao voltando mais... quer dizer, voltei duas vezes, essa será a terceira, mas sempre com a passagem de ida e volta na mao. Olha, guria, cuidado... vir para cá é uma delícia, mas a gente acaba se acostumando com muita coisa legal e, nao tem como negar, depois fica bem difícil ir embora. Eu tive bastante sorte também, claro. Agora, desde que eu cheguei na Europa, é a primeira vez que eu fico mais ou menos sem emprego... digo mais ou menos porque é um pouco decisao minha, tô tentando apostar em trabalhos como free lancer para jornais e sites e rádios daí. Enfim, te digo, sou mega entusiasta sobre tentar correr mundo, as vezes até fico meio panfletária. Como odeio panfletarismo, egas, essa palavra nao deve existir, tenho que me cuidar.
Saudade?
Claro que eu tenho. Todos os dias. Mas nao posso evitar, adoro desafios, adoro aprender línguas e adoro conviver com gente de tudo que é canto. Junta o meu amor à Itália com tudo isso e acaba dando o seguinte resultado: vivo em constante crise sobre ficar aqui, voltar praí, casar ou comprar uma bicicleta?

...se bem que eu continuo ficando com a bicicleta...

22.10.03

The best of: Paolo Conte
Via, via, vieni via di qui, niente più ti lega a questi luoghi, neanche questi fiori azzurri...
via, via, neanche questo tempo grigio pieno di musiche e di uomini che ti son piacuti, (rit.)
It's wonderful, it's wonderful, it's wonderful
good luck my babe, it's wonderful, it's wonderful, it's wonderful
I dream of you...
chips, chips, du-du-du-du
Via, via, vieni via con me, entra in questo amore buio,
non perderti per niente al mondo...
via, via, non perderti per niente al mondo
lo spettacolo d'arte varia di uno innamorato di tè

70TIES, THE COOLEST!
durante anos eu me perguntei por que nao tinha nascido vinte anos antes e vivido a revoluçao social explosiva dos anos 60/70 que sao, possivelmente, o momento histórico mais glamouroso dos últimos cem anos. depois parei de me perguntar isso e passei a me perguntar por que, entao, nós, os "geraçao anos 90", somos como somos, tao indiferentes, tao individualistas, tao eletrônicos... blá blá blá

ontem tropecei, sem querer, numa boa resposta. o texto fala dos 60oes de hoje:
"Após 20 anos, tornara-se adulta uma nova geraçao, para a qual a experiência do entreguerras - desemprego em massa, insegurança, preços estáveis ou em queda - era história, e nao parte de sua experiência. Eles haviam ajustados suas expectativas à única experiência de seu grupo etário, de pleno emprego e inflaçao contínua". (A Era dos Extremos, Eric Hobsbawm)

Somos o EXATO contrário daquilo que fez a geraçao flower-poxer, paz e amor, beatles e woodstock.
Somos criaturas nascidas e educadas (ou nao) num mundo de DESEMPREGO EM MASSA, INSEGURANçA E VALORES EM QUEDA. Somos indiferentes, individualistas e temos que pagar o aluguel no fim do mês. So what?

21.10.03

por aqui, àcima da linha do equador, as noites ficam cada vez mais longas e os dias cada vez mais curtos, o total oposto daí, a terra que, depois de 500 anos, continua sendo a exportadora oficial de prostitutas para os portugueses. no mais, continuo tentando dominar esse idioma chatíssimo que é o francês, ando trabalhando como escrava, mas me divertindo bastante, inclusive nas horas vagas, e também rindo à toa porque ACHEI UMA PASSAGEM E DESEMBARCAREI EM SOLO NACIONAL VERDE E AMARELO LÁ PELO MEIO DE DEZEMBRO!! como diz um grande e adorável amigo, que se diz um canalha: GRACIAS SUDAMERICA!!!!! (é isso que eu chamo de informaçao resumida...)

20.10.03

um domingo de sol em família
cenário: final de semana vêneto. almoço de domingo num restaurante nas montanhas. início de inverno. frio agradável. restaurante família, sabe como é? vovós e vovôs sentados na mesa esperando a sobremesa, maes carregando bebês que choram, cachorros, gatos, comida farta, pais fumando charuto e, claro, sempre, crianças botando moedinhas nas maquinetas que "presenteiam" aquelas bolinhas que pulam-pulam-pulam ou aquelas bolhas transparentes com uma espécie de surpresa-lixo dentro.
a moedinha sempre, via de regra, entalam. e a bolha com a surpresinha nao cai. crianças a beira do choro chamam o "tio do estabelecimento" para "consertar" a máquina. o tio, um senhor "graúdo", barrigudo, de cabelos brancos, sorridente, com um cigarro no canto da boca e um avental que um dia foi branco sobre a roupa se aproxima da máquina para resolver o problema.
tenta apertar o botao uma vez.
tenta duas vezes.
tenta com mais agressividade uma terceira vez.
dá uma porrada sutil na "máquina"
dá uma porrada menos sutil da máquina.
VIRA A MAQUINETA DE PONTA-CABEçA - e nesse momento a gurizada já está se divertindo tanto com a brincadeira, que o "tio do estabelecimento" virou a "surpresinha" da bolha! eles já nem lembram que dali tem que sair uma bolha. virar a maquineta de ponta-cabeça enquanto os pais fumam charuto e as maes cuidam dos irmaos mais novos é a maior diversao!
e nada. a máquina nem "acorda".
tio do estabelecimento fala, sem perder o bom humor que nunca teve: "agora nóis vai vê. ô vai, ô quebremo tudo!" cai a cinza do cigarro do tio, ele nem se dá conta, e ele aperta suavemente o botao de novo.
infelizmente, para decepçao da criançada e minha, a máquina cuspe uma bolota transparente com qualquer bobagem sem graça dentro.
tica volta à sua sobremesa.
crianças saem desoladas, com a bolota transparente na mao e picando sem parar mil bolinhas de borracha que pulam-pulam-pulam.

do livro a era dos extremos de eric hobsbawm:
"(...) da Áustria. Esta se tornou uma espécie de segunda Suíça - um pequeno país comprometido com a neutralidade, invejado por sua persistente prosperidade, e portanto descrito (corretamente) como 'chato'" página 224 da segunda ediçao. o cara é bom... e os parênteses também sao dele, o que o torna muito bom.

17.10.03

E-S-Q-U-E-C-E
esqueça tudo.
esqueça que hoje tu chegaste tarde.
esqueça o atraso dos outros também.
esqueça o despertardor tocando.
esqueça a dor despertando.
esqueça as horas.

esqueça a letra da música.
esqueça a janela aberta.
esqueça o forno ligado.
esqueça o carro no mecânico. aliás, largue o carro, vá de lotaçao.
esqueça o cigarro no cinzeiro.
esqueça e acenda outro.

esqueça tudo.
esqueça de dizer tchau.
simplesmente abra a porta e vá.
esqueça a chave no bolso.
esqueça o bolso no casaco.
esqueça o casaco na cadeira da mesa do bar.
e esqueça em que bar.

esqueça de ligar.
esqueça a senha.
depois esqueça a resposta à pergunta chave.
esqueça a pergunta.
esqueça o email.
e, finalmente, esqueça o que você estava fazendo ali.

esqueça a data de validade.
esqueça a sua nacionalidade.
esqueça o mapa da cidade.
esqueça a existência da racionalidade.
esqueça que a saudade te invade.
e simplesmente vá.

esqueça que este texto já foi feito.
esqueça que trata-se de um roubo.
esqueça que roubo entre amigos acaba sendo perdoado.
esqueça do roubo, do amigo, do perdao.
esqueça do cara que ganhou um prêmio nobel às custas do scliar, entao.
esqueça quem escreveu isso tudo dois anos atrás.
e esqueça quem o escreveu há apenas dois minutos.

esqueça de tudo.
e durma bem.

todas as bobagens que eu já disse, dariam para encher um caminhao
mas mesmo assim encontro no caminho, milhares mais otários do que eu!


eu adoro quando se usa, entre parênteses depois do nome da pessoa - ou do "autor da frase", pois isso em geral é usado em livros - a data de nascimento seguida de um tracinho indicando o nada, ou melhor, uma futura data de morte ainda desconhecida. assim ó: carolina cimenti (1978 - ). adoro porque, primeiro, dá aquela imediata sensaçao boa de que a pessoa ainda está viva. às vezes a gente nem poderia imaginar que tal autor ainda pudesse estar andando nas mesmas ruas que a gente. mas principalmente porque essa indicaçao lembra a coisa mais básica da vida: estamos todos, TODOS, esperando a morte chegar. e estamos mesmo, nao estamos? é uma forma muito singular de botar em caracteres a beleza e a simplicidade da vida.

ah! como eu adoro esses dias de poucos conflitos internos, quando tudo fica claro e evidente. quando tudo fica preto no preto e branco no branco. e quando as minhas crises existenciais vao passear um pouquinho.

cuando me di cuenta estaba vivo

têm seis velas em cima da minha mesa
elas queimam todos os dias um pouquinho
vamos combinar que quando elas acabarem
tu vais chegar?

yo no se donde va mi vida
yo no se donde va
pero tampoco creo que sepas vos

15.10.03

peraí, só um pouquinho!!!
da Agência Estado: Durou mais de 3 horas a rebelião dos 98 internos infratores da Unidade Educacional 22 da Febem (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor), localizada na altura do km 20 da Rodovia Raposo Tavares, na divisa entre a capital paulista e a cidade de Osasco. Às 2h20 da manhã desta quarta-feira, cerca de 30 homens do Batalhão de Policiamento de Choque invadiram a unidade e liberaram os 5 monitores que ainda eram mantidos reféns pelos amotinados.
Uma das reivindicações dos rebelados era a distribuição de refrigerantes de melhor qualidade durante as refeições. Eles também pediam para não usar uniformes, terem direito a visitas íntimas e a garantia de que, após o termino do motim, nenhum deles seria transferido para as unidades de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, onde estão os adolescentes e jovens mais perigosos do Estado. As exigências serão discutidas nesta quarta-feira, segundo a direção da unidade.

ahhhh!! fala sério!!!

como é que papai noel nao se esquece de ninguém?
nao tô conseguindo achar passagem para ir para casa no natal. pelo menos nao por um preço possível, pois só sobraram lugares na classe executiva e first class... daí, depois que passou o pânico do tipo: vou passar o natal em casa, sozinha, bêbada e, pior, nao tenho nem tv para ficar assistindo, comecei a fazer mil e um planos b. entre os preferidos estao: me isolar na floresta do norte da finlândia, onde nao existem árvores de natal, duendes, presentes, e que dirá pessoas... lavar pratos em londres - se nao vou para casa, pelo menos descolo uma graninha..., ir para a china, pois países comunistas nao têm natal, acho, nao é? virar a noite na biblioteca da universidade estudando para os exames de janeiro, ir de bicicleta encontrar o doug em madrid, ou, finalmente, chegar até o primeiro porto brasileiro descascando batatas num navio cargueiro... o que vocês acham?

14.10.03

diplomada pela vida - parte I
ontem eu tava jantando com o meu hóspede em casa e falando sobre as coisas "mais preciosas" que aprendi desde que saí de casa para ir morar na itália. me ocorreram duas: 1) em festas de trabalho, do seLviço, beber sempre vinho branco, nunca tinto. assim, por mais que se beba, a língua e os dentes nao ficam vermelhos e a gente nao fica com aquela cara de beberrao. 2) para cozinhar em casa, comprar sempre massa em formatos pequenos, nunca spaghetti ou fettuccini (dois ts? dois cs?), pois daí nao precisa usar uma panela grande, uma pequenininha basta... pegou?

olhem só que legal: meu nome tá na ediçao de outubro da revista ELLE belga! explico. mandei um email para lá, respondendo uma perguntinha boba sobre a carla bruni - a tal cantora maravilhosa que o vicente me apresentou e que eu recomendei para todo mundo - e ganhei um CD da moça. agora meu nominho tá lá, como uma das 20 ganhadoras da promoçao ;)

sennnnnsacional, wanderleyyyy...
tá rolando por email um texto que dizem que é da fernanda young (nunca se sabe...) que fala do rio, e do clima de festa do rio, de um jeito muito gostoso. até eu que nao sou muito chegada no rio fiquei com vontade de ir correndo para lá depois de ler. o meu trecho preferido é esse aqui: "Sou do Rio, moro em São Paulo, e amo São Paulo. Mas, desculpem-me, os paulistas tem muito o que aprender com os cariocas em matéria de divertimento. No Rio, não tem VIP nem famoso, não tem "in" nem "out", não tem cafonas nem bem-vestidos. Lá, está todo mundo igual, nu nas praias, seminu ao redor delas. Sem pudor de se divertir e sem vergonha de se exceder. Os cariocas sabem pagar mico com categoria. Porque todo mundo é da malandragem." eu que sou triii urbana e que (AHHHHHH! EU SOU GAÚCHA!!) adóóóro sampa, acho que se tem uma coisa a ser respeitada nos cariocas, e aprendida pelo Brasil todo, principalmente pelos gaúchos, é exatamente essa atitude despudorada e menos crítica, mais leve de ser. tá, nada a ver, né? mas azar, achei legal...

13.10.03

poesia é malvada FELINA
nao somos nós quem mandamos nela
é ELA quem decide quando vem
o que eu nao daria pela PALAVRA justa?
adoro escolhê-las
colhê-las dentro de mim
e plantá-las por aí
para vê-las BROTAR

10.10.03

ouvi essa frase de um amigo essa semana: "tu nao és uma menina medicada". adorei. huhahahahhahahaha!

mesa de trabalho
a minha mesa lá de casa serve como apoio ininterruptamente para: gramática francesa, gramática italiana, livros em inglês sobre relaçoes internacionais, livros em inglês sobre negociaçoes de paz, livros em francês sobre regimes políticos, polígrafos em espanhol sobre o mercosul, cadernos, dicionários variados e revistas femininas. (é por isso que eu sempre janto sentada no sofá). e depois de jantar vou até a mesa e me pergunto, e entao amiguinhos, hoje vamos atacar de quê??

eventualmente toca o telefone e alguém me salva para uma mesa bem mais vazia, que serve de apoio a: dois copos de cerveja gelada.

é tudo uma questao de escolher a palavra CERTA, para o momento ERRADO
eu tenho uma amiga que, quando tá solteira ou nao tá saindo com ninguém diz que está em fase de receber currículos. quando ela está desempregada, ou sem trabalho, ou vagabundeando, ou de ressaca na cama por um dia inteiro, ela chama isso de fase de reciclagem.

será que os astronautas queriam ser astronautas quando eram crianças?

e os engenheiros mecânicos?

du perú!
por que nós chamamos o peru de peru, e os estados unidos chaman a turquia de peru?

8.10.03

ontem cortei meu próprio cabelo.
desde criança faço isso.
minha mae nunca gostou.
mas eu nunca desaprendi a fazer.
ficou legal.
depois faço umas fotos.
(depois que crescer, huahahahhahah)

vil metal
sempre ele.
algo me diz que se, nesse momento, alguém depositasse uns 100 mil reais na minha conta, eu teria 99,6% dos meus problemas resolvidos. adoro a minha vida. adoro o lugar onde eu moro. adoro o meu trabalho. tenho alguns amigos aqui. muitos aí. sonhos. qualidades. e defeitos. se nao fosse essa maldita eterna preocupaçao com a p.... do aluguel para pagar...
como se faz?
hoje o doug(leich) me falava que, na teoria dele, as pessoas aqui na europa escolhem. ou ganham dinheiro fazendo o que nao gostam, e usam o dinheiro para se satisfazerem, fazendo coisas que gostam nas horas vagas, ou fazem o que gostam e nao ganham dinheiro. é o exato contrário daquilo que um dia meus pais me ensinaram: faça aquilo que tu gostas, assim farás bem e dinheiro ganharás por isso.
em geral ou sou centro-esquerda.
mas e qual dessas opçoes é centro-esquerda?
em que acreditar?
dá para tomar uma kaiser antes?

7.10.03

escrevi isso lá por 1999. tava num site por aí.
é das poucas coisas que escrevi anos atrás e nao desgosto.
ecco.

A espera

Eu tô esperando
O tempo passar
O sinal abrir
A mensagem ir
Você chegar

Eu tô esperando
O vento mudar
O sol brilhar
O mundo ruir
Você chegar

Eu tô esperando
A tua resposta
Com a mesa posta
Saudade nos olhos
Onde tu estás?

Eu tô esperando
Alguém avisar
A porta abrir
A janela bater
A pintura rachar
O vidro quebrar
O prateleira cair
O mundo aplaudir
Eu sorrir...

E você chegar


claro que hoje eu escreveria bem diferente. mas o bonito é nao mexer.
originalmente foi escrito para um menino muito querido, que é de três cores: azul, branco e vermelho. e que nao é francês.

. ontem eu tava com um mau humor tao, mas tao grande, que eu nao sei como eu tava me suportando. sério. e nem sei de onde foi que ele saiu. o fim de semana foi tao bom... enfim. daí, por sorte - ou azar, nunca se sabe - trabalhei umas 13 horas praticamente sem parar. saí da frente do computador exausta, acabada, mau humorada, irritada, blablablada... chego em casa, faminta, a mato - a fome - tomo um banho e, lá pelas tantas, começo a rir. meu! que mau humor!! daí passou.

intermináveis anos 80...
novo successo das rádios e da noite bruxeloise: "yes I'm oooooooon my waaaaaaaay...", e com uma batidinha "orgânica" tipo as músicas do trainspotting, sabem? uma viagemmm...

6.10.03

ups. foi alto demais?
eu nao escrevo para ti. eu escrevo para mim. escrevo porque sem escrever, eu nao ia conseguir. e jogo tudo aqui porque, no fim das contas, os pudores, os receios, só nos afastam. as minhas gavetas já estao lotadas, baby. de tempos em tempos eu as abro e queimo tudo o que tem dentro. só pelo prazer de escrever tudo de novo. já nao tento medir palavras. nao tento adoçar o mal. "agora vai como sair, eu já nao quero nem saber". mesmo sabendo que, por menos pudor e cálculo que se queira, a verdade vem sempre com a sua máscara. escrever nao é encadear palavra por palavra, reler, e apertar o botao de post and publish. para mim é um vômito, uma lágrima. ou um riso. que nao tem como nao sair. e que se nao sai, fica ali, fazendo mal. e que só se entende "como foi que saiu", veio bem? veio mal? depois que saiu. como quando a gente dá aquela risada mais alta que todo mundo e se faz um silêncio constrangedor para ver quem, cazzo, deu aquela risada estrondosa?! e a gente ruboriza. mas a risada... essa já saiu.

ode à ex do atual (sem caráter lírico ou estrofes simétricas, porém)
existe coisa mais chata
quando se está amando
apaixonada
do que os telefonemas
da ex do entao amado
no meio da madrugada?

ode à atual do ex (com ainda menos caráter lírico e estrofes simétricas)
mas pois sim que existe
basta lembrar do ex amado
que ainda apaixonado
telefona no meio da madrugada
evidentemente embriagado
pra falar mal da namorada

vida longa aos que dormem sozinhos pelo menos 6 noites por semana e nao dormem nem um minuto, mas acordam felizes, quando a cama recebe visitas. aos que ligam para mais de duas, três pessoas para definir a programaçao de sábado de noite. e de domingo de tarde. e de segunda, terça, quarta depois do trabalho... aos que sabem em que prateleira ficam os preservativos no supermercado. aos que consideram sair para jantar o início, e nao o fim da noite. aos que inutilmente tentam registrar uma frase escutada em meio a gritos em uma festa para poder usá-la mais tarde, com outra pessoa. aos que nao procuram, mas sempre acham. aos que, quando nao acham, acabam embriagados, em meio ao grupo dos que nao acharam. aos que querem achar alguém, mas nao precisa ser exatamente essa noite. aos que se divertem com quase amores. aos que têm amigos com nome, sobrenome e apostos (...o lulu, que é dentista e correu a maratona de nova york, lembra?). aos solteiros, enfim. pelo menos enquanto eu fizer parte deste subgrupo com tanto esmero ;)

ainda musica italiana
show do paolo conte, dia 23/10, em bruxelas.
é claro que eu vou.
tu gosta de música italiana?
nao sabes quem é paolo conte?
vais gostar. credimi.
baci a tutti.

é ligabue, ligabue, ah! ah!
para os que entendem o que eu estou dizendo: huaaaaaaaaaaaaaaaa!! fim de novembro, novo cd do liga nos negozi italiani!! imperdível. comprem. ouçam. baixem pela internet. mas cuidado: vicia. avisados...

2.10.03

uma vez, mais de um ano atrás, meu chefe na rádio do vaticano, resumiu tudo o que eu sentia em uma frase: morar fora é passar a sofrer sempre. quando estás em casa, sente falta do lugar onde estavas antes. se estás morando fora, ainda, sente falta de casa. ecco. grande silvonei. pessoa rara.

nei lisboa, para mim, girando dentro do meu cd player, é porto alegre, o bom fim, ensolarado.

mas sabem o que mais?
a única, única, única coisa que vale verdadeiramente na vida sao as trocas.
achar alguém, ou tantos alguéns, que, com o olhar, a mao, um email, te diz: sim, te entendo, já estive ali onde tu estás, te quero bem. é só isso que vale. o resto é bobagem. é troco.

ai, ai, ai
eu tenho falado, ouvido, escrito e lido muita gente dizendo que está totalmente em crise porque simplesmente nao sabe o que fazer da vida...
eu sei o que quero fazer da vida. e tenho tentado fazer.
mas eventualmente continuo em crise.
será que um dia passa?

1.10.03

para a lista das melhores expressoes ever:

"em um mundo ideal..."
eu adoro quando as pessoas explicam alguma coisa dizendo isso. já vi numa loja, num shopping center em porto alegre, um cara explicando para a menina que tava começando "em um mundo ideal, você vai ter todas as notinhas fiscais dos fornecedores, mas na verdade, a gente se vira copiando blá blá blá"
adoro. só porque nos lembra que, bè, esse aqui tá longe, e bem longe de ser "um mundo ideal"... onde se tem todas as notinhas fiscais, pelo menos.

domenico de masi(ado)
existe essa sensaçao, que deve ser um sentimento muito pós-moderno, pois nao acredito que as pessoas sentissem isso quando trabalhavam sem computadores e telefones, de, quando se passa dez horas de frente a um monitor, falando ao telefone e lendo coisas e mais coisas na internet, de cansaço, quase tristeza. essa "sensaçao pós-moderna" é o que nos faz atrasar a resposta a emails de amigos, atrasar a atualizaçao do blogs e acumular mil ligaçoes telefônicas "nao urgentes". essa sensaçao é o que nos faz cumprir a agenda das coisas urgentes. é urgente? nao. entao faço amanha. nao suporto mais ficar na frente desse computador de m... e começo a lembrar o que é sentir isso... e volto a ser mais um entre os milhares, ou milhoes até, de ratinhos de experiência do ócio criativo. ou melhor, da falta do ócio e de criatividade. e tem gente que chama de síndrome da página em branco...