tô sofrendo de falta de inspiração

teoricamente estou de férias, mas há meses eu não tinha tanta coisa para fazer. sabe como é estar de férias em casa, né? acaba sobrando para ti o supermercado, o banco, esperar a telentrega chegar, ligar para marcar sei lá o que...

só que eu tinha que escrever alguma coisa aqui, o chico é valioso, mas ficar de manchete uma semana já é de bom tamanho. mais do que isso, ficaria muito evidente a minha preguiça... digo, falta de inspiração.

dizem que ter amigos é tudo na vida, né?

eu tenho um amigo que é amigo do chico. daquele mesmo, o buarque de holanda. e ele, o meu amigo, vive se fazendo de bobo porque ontem foi jantar com o chico, porque na semana que vem chega o chico, porque o chico é muito generoso, o chico é muito divertido...

eu aceito e assumidamente invejo tudo.
fico que nem boba ouvindo as histórias do fernando e do chico. sim, porque o chico é famoso, deve ser rico, é lindo, talentoso e o que mais tu quiser que seja. mas só uma mulher, e eu diria mais, só uma mulher chamada carolina, sabe o que o chico representa na imaginaçao dela. na adolescência dela. e por que nao, na vida dela.

se existem, sei lá, 26 milhoes de carolinas no brasil, só na minha geraçao, é tudo por causa do chico. às vezes por culpa dele, às vezes graças a ele. porque é um verdadeiro pé no saco ter 5264 amigas com o mesmo nome que tu. mas é bonito ter o nome escolhido por causa de uma música. e uma música linda. e uma música do chico. nao é pra qualquer uma, né? nao... é para 5264 só no teu círculo de amizade.

e é emocionante também ouvir ele te cantando durante 26 anos. na vitrola. na fita k-7. no cd. no cd do caetano. na novela...

mas, inexplicável messsmo, é ouvir o chico te chamando pelo nome, carolina, no telefone. é. um dia tu liga pro teu amigo, o fernando, que quase por acaso tá ao lado do chico e passa o celular pra ele: é a carolina, chico, a carolina de roma...

segundos mágicos de silêncio: (essa próxima linha merece um parágrafo inteiro só pra ela)

- carolina, come va?

pois é. hoje eu acordei, fiz as malas para viajar para o brasil amanha, e depois falei com o chico no telefone in italiano. ah, sim, porque vocês nao sabem, mas eu e o chico moramos em roma na mesma rua, ou na mesma via. a nomentana. fomos vizinhos. apenas alguns metros e muitos anos de distância nos separavam.

agora tô aqui boba, parecendo una ragazzina..., só porque falei com o meu vizinho

no livro que eu tô lendo
em um momento o personagem principal, que está totalmente em crise, diz mais ou menos o seguinte: sempre que eu acabo de almoçar e tomar o cafezinho, tenho vontade de ir no banheiro descarregar. mas sabe como é, às vezes almoço um sanduíche num bar, e banheiro de bar nunca é lá essas coisas. prefiro esperar para ir ao banheiro em casa. mas aí é que tá. se espero, quando chego em casa, nunca "descarrego" legal. acabo tendo que ir ao banheiro várias vezes e vou descarregando aos poucos. e preciso forçar a barra. não é tão natural como poderia ter sido se eu tivesse ido no benheiro do bar.

eu, e agora sou eu mesma, não mais o personagem, tô precisando mudar algumas coisas. tô precisando tomar umas decisões. e sinto que já esperei demais. agora não vai sair assim tão natural. agora vou ter que dar um empurrão. mas não sei muito bem ainda pra que lado.
ai. pára tudo que eu tô querendo mudar de trem!

tomate-laranja tres real!

primeiras experiências de uma hostess de feira (bá, é certo que hostess não se escreve assim, mas tô cansada demais para procurar como é a grafia correta. eu sou paga para sorrir, e não para pensar, porra!)

a pior coisa de trabalhar numa feira é constatar o óbvio: não existe sapato cômodo para um dia inteiro de pé.

a melhor coisa de trabalhar numa feira é não sair dela carregando uma sacola feia e cheia de patrocínios que você acha que vai usar para ir a praia ou para carregar os cadernos da universidade, mas que na verdade, ao chegar em casa vai encostá-la em um canto e ali ela ficará até que, daqui uns meses, você se renda e jogue fora todos aqueles papéis completamente inúteis e transfira a sacola feiosa para um armário de onde ela nunca mais sairá. a não ser que você se mude, e a pessoa que venha a viver na sua casa prefira jogar as suas porcarias abandonadas fora antes de colocar outras coisas ali dentro.

neste caso, a sua sacola feiosa arrecadada em feira servirá para embalar as outras porcarias que você acumulou - muito provavelmente em outras feiras - para mais tarde abandonar.

céreb o quê mesmo?
a adriana que tinha o blog aqui em dc, mas que não tem mais, achou essa belezura em uma revista de fofocas:

Declaração da Vanessa Camargo:
"Comecei a ler jornal de uns dois anos para cá. E eu não sou uma pessoa que consegue ver o Jornal Nacional todo dia, porque minha cabeça... nossa! É muita informação."

e eu pensei: eu fiz tuuudo errado messsmo!!
ao invés de vender meu carro e embarcar para a europa para trabalhar e estudar, eu devia era ter feito um implante de bunda, lábio e peito, uma lipo bem feita e depois ter contratado um agente para me transformar em famosa.... de repente hoje eu tava com casamento marcado com o ronaldinho!

crianças: não façam isso em casa

um amigo me liga e avisa que estão procurando uma mulher que fale inglês e português para "ajudar" executivos numa feira empresarial em bruxelas. são três dias de trabalho e "paga bem". liga para esse número...
- bom dia, eu estou interessada no "trabalho" na feira da próxima semana, aqui em bruxelas, eu falo inglês e português e...
- você tem experiência para "o" trabalho?
- desculpa, mas eu não entendi exatamente no que consiste "o" trabalho.
- você precisa servir água e cafezinho aos visitantes, sorrir e ficar bonita o dia todo.
- hummmm. parece fácil.
- o trabalho é seu!

algo me diz que estou entrando numa roubada.
semana que vem, crianças, as impressões da minha "primeira vez" como bonequinha de feir... ops, digo, como RP.

ele andava numa fase meio marvin gaye.
ela, não.
- amor, tô te ligando para dizer que estou saindo do escritório e daqui a pouquinho estarei em casa.
- ok. da próxima vez deixa para me avisar quando chegares. obrigada. próximôôôô.

sem perdão
li no site da janajan que o melara escapou da prisão. eu sei, deve ser velho isso, mas, eu não sei como nem porque, a zh não chega até bruxelas.
e, putz, se o melara entrar com um táxi fusca laranjinha na porta do plaza e eu não estiver aí, nunca poderei me perdoar!

TIREM OS TÁXIS FUSCAS LARANJINHAS DAS RUAS POR FAVUER!!

nada contra música italiana
muito antes ainda pelo contrário.
mas às vezes dá vontade de ter ao meu lado alguém que se arrepie ouvindo vai passar do chico. nada que aulas de português possam ajudar. tem que ser nascido em território nacional para entender algumas coisas.

fazendo negócios com fé

eis que decidimos começar a pesquisar preços para eventualmente (o piero) comprar um apê. primeiro passo? convidar o proprietário do apê que a gente aluga para jantar e descobrir, por exemplo, se ele venderia o nosso apê para nós mesmos. aqui em casa tudo é motivo para fazer um jantarzinho.

o senhor buduk é uma figura rara. turco. sempre sorridente - bom, eu também seria se fosse a proprietária de todo o edifício, como ele é - e meio misterioso. estraga a caldeira da calefaçao, ele vem, encontra o problema, diz que volta daqui meia hora para arrumar... e só reaparece em três semanas. devia se chamar mandrak, e nao buduk.

assim, em uma primeira sondada sobre o preço, condiçoes de pagamento e paredes derrubáveis, descobri, entre outras coisas, que o senhor buduk é o proprietário de 66 casas em bruxelas. se vocês vissem como ele se veste, vocês entenderiam a loucura que esse fato representa. nós, piero e eu, ocidentais burros, cometendo um erro histórico, nao daríamos dois centavos pelo homem, mas de repente descobrimos que ele já teve até um aviao - vendido em mais um dos seus grandes "business" internacionais para uma cia aérea asiática.

aí, depois de praticamente entrevistar o senhor buduk por 40 minutos (o apartamento, sinceramente, já era a coisa que menos me interessava), eu disse, amigavelmente:
- da próxima vez entao, o senhor traga também a sua esposa para jantar. ou o senhor nao é casado?
- eu sou casado sim. tenho cinco mulheres. sou muçulmano.

eu e o piero com cara de patetas tentando descobrir rapidamente se era piada ou se era sério.
era sério.
acrescento:
- bom, entao o senhor escolha uma para vir jantar, né?


ps: eu juro que isso realmente aconteceu. depois que ele foi embora fiquei horas perguntando para o piero "mas ele tava falando sério?". o conselho administrativo da nossa casa, depois que eu torrei a paciência do piero perguntando repetidamente a mesma coisa, decidiu que sim.

grande momento!

acabando o circuito da malhação, já nos alongamentos, e começa uma guitarra extremamente familiar que me faz abrir um sorriso quase imediatamente, de orelha a orelha. me lembro da praia, dos meus primos, todos nós dormindo no mesmo quarto, três biliches, e o som ligado, bem baixinho, tocando essas músicas a noite TODA. depois praia. mar. rede. volei. violão. fila do banho. banho. chimarrão. cerveja. cama e guns n'roses de novo, a noite toda, bem baixinho.

olhei pros lados emocionada na academia, procurando olhares nos quais eu reconhecesse a mesma sensação de voltar no tempo. mas tava todo mundo concentrado, lendo e malhando, sem nem se dar conta daquele grande momento.
crianças. psssssss.

Now and then when I see her face
She takes me away to that
special place
And if I stared too long
I'd probably break down and cry

menu do jantar: sopa de verduras e salada

tudo porque a bbc hoje tá dizendo que
mulher obesa tem propensão a perder tecido cerebral (atenção para o link gordacerebrobg :P).

além de gorda, fica burra. eu, hein?!
mas uma coisa eu não entendi. e homem gordo? fica igual?

hummmmm..... vai ver eles perdem tecido cerebral de qualquer jeito. desde que nascem. rsrsrsrsrrsrsrrsrsrs. essas piadinhas não têm mais graça, eu sei. rsrsrsrsrsrsrs.

amigona
sabe essas figuras que tu nunca viu na vida e te pedem para entrar no grupinho de amigos deles no orkut?
eu não sei vocês, mas dou não e sim conforme a latinha das pinta. hoje virei amiga de uma tal de josefine do canadá. nunca vi mais gorda. gente estranha.

uma única coisa me consola...
...pelo fato de ter perdido o show do irmão mais novo de kleiton&kledir no teatro são pedro nesse final de semana: quando eu trabalhava na gazeta mercantil, certa vez fiz uma matéria sobre o então novo disco do moço, e vitor ramil cantou um pedacinho de deixando o pago pelo telefone SÓ para moi!

morram de inveja !
e, sim, tô verborrágica hoje, por que?

bruxelles, bruxelles

bruxelas é famosa por poucas coisas. chocolate, cerveja, a união européia, talvez... e o tempo. mais do que chuva, bruxelas é famosa por oferecer aos seus habitantes mudanças climáticas contínuas. não tem como ficar aborrecido. ou não.

hoje por exemplo: saí de casa e tinha um sol espetacular, artigo raro por aqui. muito frio e muita luz. entrei sorrindo no metrô e saí em outra estação dez minutos depois, através da escada rolante que, enquanto subia vagarosamente, me fazia notar completamente boquiaberta que estava NEVANDO. a luz de poucos minutos atrás não estava mais lá.

bom, neve todo mundo gosta, desperta a criança que temos dentro (e que, diga-se de passagem, alguns adultos nunca fazem dormir), seja paciente, carolina. entrei então no prédio onde tinha uma entrevista marcada. meia hora mais tarde saí dele e agora chovia fininhos pingos que transformavam a pouca neve acumulada na borda das ruas em lama perigosamente molhada. "ainda bem que não estou com o meu sapato de salto, forrado com cetim." ui greta!

e depois neguinho ainda me pergunta o que eu tenho contra essa cidade.
ela é chata de galochas, ora.

segunda-feira garfield stile

é lamentável o carinha se acordar com sono, se arrastar até o computador com uma caneca de café com leite e hálito ruim, cara amarrotada e ainda ter que ler essas coisas, né? (na capa do UOL, chamada para a revista Hearst Newspapers)
Arranjar marido para as filhas é o grande objetivo das mães

na buena, a tua eu não sei, mas a minha mãe tem bastante mais o que fazer. ela deixa o trabalhinho sujo para mim :P ou essa matéria é uma pocaria norte-americana ou o editor do site deu aquela turbinada no título para chamar leitores que, depois de lerem dois parágrafos, decepcionados dizem: ahhhhh, mas não era bem iiiisssso que eu tava esperando.

e nesse caso aqui, só apelando para a máxima do maior de todos os jornalistas brasileiros, paulo francis, é ca-lá-ro: NÃO li e NÃO gostei.

mais breve, breve revele

embaixo, na entrada do meu prédio, tem um restaurante. a cegonha. de um belga francófono chamado claude. um sujeito simpático, feio, magro, que cozinha mais ou menos, mas que tem um carisma impressionante. dá a sensação de que o restaurante só é frequentado por amigos dele. que tomam cerveja gelada e não se importam com a comida meia boca. claude senta de mesa em mesa, bate papo com as pessoas, toma uma birra, depois volta para a cozinha para fazer mais um prato de massa cozida demais.
foi ali no la cigogne que uma vez eu entrei, falando nervosamente um péssimo francês para pedir emprego num dia de desespero total e conta bancária zerada. o claude nem sabia ainda quem eu era, mas pegou o meu telefone e ficou de marcar uma noite para eu fazer meu treinamento no restô. não que o lugar exija muito talento. são sete mesas e um cardápio mínimo escrito no muro.
no dia em que o claude ligou para eu fazer treinamento, no MESMO dia, eu comecei a trabalhar como tradutora para um site. ficou para a próxima. mas achei corajoso por parte dele ligar para eu fazer um teste mesmo com o meu nervoso francês péssimo.
ontem, chegando em casa, eu e o piero paramos no claude para uma birra antes de subir em casa para jantar. a mesma atmosfera família. acabamos tomando duas ao invés de uma cada um. depois chegamos em casa e decidimos que a massa ao alho e óleo merecia mais uma. ligamos pro claude, que colocou, não uma, mas duas garrafas no elevador e mandou para o quarto andar.

agora tô aqui, sozinha, mas alegrinha em casa. achei que o fim da introdução da minha dissertação merecia um brinde e, graças ao claude, quando o piero chegar, vou contar para ele que brindei :P

the elephant man

já falei no meu vizinho "o homem elefante", né? que cada vez que entra no edifício me acorda, mesmo eu morando no quarto andar. meu apartamento é no último andar, e o elephant man vive no terceiro. mas todas noites e manhas, eu posso sentir os TUM TUM dos passos dele, como se a minha casa tremesse levemente cada vez que ele caminha. se eu, que estou acima, ouço os passos do cara, imagina o vizinho que está embaixo?
ou será que ele anda no teto?

mas a mônica queria ver o filme do godard

em uma breve passagem pela frança neste final de semana (país onde entrei acompanhando uma mulher solteira, e saí acompanhando uma mulher casada e grávida!) eu e o piero resolvemos aumentar a nossa super coleção de 7 dvds, já vistos e revistos.

fomos ao querido carrefour, atrás das ofertas.
achamos. filmes franceses por 2,5 euros. ôpa! jóia.

trouxemos para casa um godard e outras duas amostras de cinemá que agora eu não lembro o nome. devem ser todos ótimos. o problema é que por hora comprovamos o óbvio: cinema francês de mais de dez anos dá um sono danado.
ainda não conseguimos chegar ao fim de nenhum deles.

que beleza, wanderley!

PMs mataram moradores de rua, diz polícia.
EUA pedem união da América Latina contra o 'terror'

estamos mesmo precisando...

ps: sobre a mrs. rice eu prefiro não comentar. sou estudante de relações internacionais, mas até ironia tem limite.

como é chato quando...
a gente tá passando o rímel e espirra, né?

eu escrevi um post enoooorme falando sobre o doce mais fantástico do mundo, o RIVELÍ, comercializado solamente na cidade que na verdade são duas: santana do livramento e rivera. mas deu pau no blog e o perdi.
comam.

e o lego, hein?
vai acabar virando objeto cult...

da seção que saudade...

...do programa da kátia sumam na ipanema fm todas as noites, com aquela cortina do led zeppelin tocando a sensacional rock n'roll e aquele vozeirão anunciando ELÉTRIKA ÓTICA! aliás, eu gostava tanto de tudo no programa, que foi daí que nasceu a idéia de por ótica no nome do blog.

o meu primeiro emprego foi na ipanema fm. é muita sorte para uma estudante do primeiro semestre de jornalismo trabalhar "na rádio dos looooucos", ter entrada liberada no opinião para todos os shows e emprestar a voz para comerciais de jeans levi's. a sorte menor era ganhar menos de um salário mínimo por isso.

a única coisa pentelha era, sexta-feira, lá pelas sete horas da noite, louca para sair, ser chamada na salinha da "deteretoura" e ouvir a ordem final da semana: tu podia colocar no lugar os cds que estão no estúdio, por favor?

uma semana inteira de cds bagunçados e em caixinhas trocadas. juntar tudo, colocar em ordem e depois pôr um por um nasprateleiras em ordem alfabética. mas acho que até disso eu sinto saudades.

diferenças de humores


- alô

- oi amor. tô ligando para dizer que foi uma pena eu ter saído tão cedo hoje de casa porque tu tava linda dormindo e eu teria ficado alí te olhando mais um tempão se eu pudesse. até tu acordar. tudo bom? tô ligando só por ligar, só para te contar que eu já passei no super e comprei "as coisas" para o jantarzinho que eu decidi fazer para nós dois hoje de noite. quem sabe a gente pode até abrir aquele vinho que o mario me deu de aniversário. o que tu achas? o que tu estás fazendo?

- arrancando os pêlos das pernas.

bueno
tava muito divertida mesmo pra caramba essa novidade de todos os leitores tímidos do blog comentarem, mas eu decidi mudar os comments para acabar com essa bichisse de ter que assinar, logar, botar senha e etc para comentar as bobagens que eu escrevo. assim, quase sem querer, anulei mais uma vez TODOS os comentários queridos anônimos (ou não).
não que eu queira competir com o leo jaime, mas tava mesmo muito divertido de verdade pra caramba ter 11 comments num post uma vez na vida :P
enfim, you know, shit happens.

ps: alguém sabe me explicar o que vem a ser trackback??

this was only that was missing!
já pensou no caroço como ator de propaganda de embutidos?

eu nao nasci com e nao aprendi noçoes de marketing
infelizmente.
mas essa menina nao soh pediu para ser "comerciante", como entrou na fila duas vezes e ainda ganhou bônus. isso é que é saber vender o seu proprio produto. aprenderei.
ou nao.

boa noite, suplicy
(da matéria "Eduardo e Mônica" da folha de hoje)

Suplicy disse não ter recebido retorno das ligações que fez a Marta após a derrota. "Mas ontem a gente se encontrou". Conversaram? "Ela me disse boa noite", afirmou Suplicy.

dia de reflexões sem a menor importância
se o blog do leo jaime, que é o leo jaime, tem uma média de 12 comentários por post, começo a achar a minha média de 0,3 comentários por post um resultado satisfatório.

o horóscopo das virgens
li que virginianas(os) sofrem por antecipação.
eu não acredito necessariamente em astrologia, (astronomia, como dizia uma senhora que trabalhava lá em casa... se bem que ela dizia impressões genitais no lugar de impressões digitais também, então deixa pra lá) mas um dia quis fazer o meu mapa astral. assim, só por frescura. foi aí que eu descobri que eu nunca vou poder fazer o meu mapa astral de verdade.
para se fazer o mapa astral, precisa-se da data, local e HORA do nascimento da criatura. assim, a criatura aqui foi perguntar para a sua mãe em que hora nasceu. 9:30 da manhã. arrã. mas mãe, então por que na minha certidão de nascimento está marcado 13 horas?
porque a tua certidão de nascimento foi feita pelo teu pai um dia depois do teu nascimento. ele deve ter se confundido. foi 9:30 da manhã.
hummmmmm. difícil decisão. mãe meio grogue enquanto eu nascia, ou pai atrapalhado na hora do meu registro? eu diria que... certamente os dois!
e daí desisti. já não acredito necessariamente nessas coisas, ainda ficar fazendo com os números errados, aí é phueda, né?
mas tenho um palpite: devo ser virgem com ascendente em virgem, com sol, lua, marte e vênus em virgem.
NUNCA VI SOFRER TANTO POR ANTECIPAÇÃO.

e eu sigo me perguntando:
por que é que ser garçonete só parece bom em filme?
nem ser atriz parece tão bom quanto ser garçonete no cinema.

hoje eu não vou escrever porque tô deprimida.
e também porque tô desempregada.
há um ano e meio.
hmpf.

vacanza romana
fiz tudo o que eu tinha direito.
quase tudo.
baguncei toda a casa. não lavei loça nem botei os pratos na máquina. acordei suuuper tarde. só comi porcaria. assisti a uns 5 filmes. fiquei hoooooras lendo na internet. saí para correr na hora do almoço e comi todas as refeições fora de hora. não arrumei a cama. dormi no lugar dele. deixei o som bem alto enquanto eu tomava banho sem dar a menor bola para os vizinhos (eu sou desencanada com vizinhos porque sempre morei em casa). fui no super e só comprei coisas boas... e nada que durasse até amanhã.
mas agora deu. quero meu namorado de volta.
domingo de noite, além de ser chato, é a única hora da semana em que odeio comer mal!

temporada de caça ao leitor

bruna surfistinha
diário de annitta
swing
dp
marí ruana :P



ps: figura, se você chegou AKI através do google, CAPTURED YOU'VE BEEN
pstwo: apelei, né?

yo y el sexo

em setembro do ano passado escrevi um post dizendo isso: Il Cuore Altrove, novo filme do diretor italiano Pupi Avati, mostra uma das cenas de amor (sexo, enfim) mais lindas que eu já vi no cinema. Nao vou nem falar mais para nao estragar. É lindíssima.

de repente ainda é verdade, faz um ano que eu vi o filme e desde então já vi dezenas de outras cenas de sexo cinematográficas, umas mais, outras menos. mas me lembrei deste velho post porque ontem assisti (sim, na tivú nova :)) a lucía y el sexo. e acho que nunca vi um, apesar de milhares terem tentado, filme mostrar plasticamente sexo de forma tão bonita. adorei, por exemplo, ver um p.. duro na tv sem soar vulgar, pelo contrário.

todo mundo já deve ter visto, mas se alguém aí ainda não viu, imperdível.
acompanhado, de preferência.
muchos besos.

bá, gurizada, esse findi tô de banda

rá. há quantos anos eu não dizia isso porque simplesmente "morava de banda" (se isso é uma gíria gaúcha, explico: estar de banda significa ficar sozinho em casa. quando os pais viajam, a gurizada fica com a casa "de banda", entendeu? e daí a "gurizada" diz bem assim: bám, tô de bânda nesse findi, tá ligáádo, magrão? que quer dizer, chinelagem, festinha, trago liberado e etcs na casa do carinha... chinelagem eu explico uma outra hora, tá?). o fato é que neste final de semana o piero vai viajar, mas eu não. vou ficar por aí mesmo, DE BÂNDA, tá ligado?

TV e DVD: trabalhamos!!

vou ter que me amarrar na poltrona para não sair correndo para comprar toda a série de sex and the city, pacotinhos de salgadinho e refri diet e me atolar na frente da TIVÚ :P

o nascimento de uma TIVÚ

eu não tinha tv.
o piero não tinha tv.
naturalmente quando decidimos morar juntos, nem cogitamos comprar uma. já vivíamos (bem) sem, time que está ganhando... sabem como é.
ultimamente, porém, temos acumulado DVDs em casa. quando viajamos, se os jornais locais oferecem DVDs, compramos. amigos desligados nos presenteiam. amigos se casam e nos informam que o "vídeo" do casamento é uma lembrança da festa EM DVD. ninguém morre de amores por vídeos de casamentos, mas a quantidade de DVDs não vistos acumulada aqui em casa começa a me deixar curiosa. sabe, em bruxelas chove muito, estou terminando a minha dissertação e o inverno está começando...
mas o piero é totalmente contra.
televisão é o fim do romance, o fim do amor. o fim!
ok. deixe estar e passe o sal, por favor.

acontece que esses dias descobri que uma cara amiga aqui de BX está grávida, e adorei a novidade. emocionada com a idéia que me encanta desde os meus, sei lá, 13, 14 anos, cogitei a possibilidade de ter um bebê EU TAMBÉM.
essa semana, inesperadamente, piero decidiu comprar uma TV.

e eu me pergunto:
SERÁ QUE PODE FUNCIONAR COM ACESSÓRIOS E VESTIDOS TAMBÉM?

ps: TV, em italiano, é TIVÚ.

as mr. president said:
GOD SAVE AMERICA !!

a country where half of the people
don't understand the other half.

editoriales

gostaria de informar aos quatro leitores deste blog que a redação do minhaoptica, se pudesse votar hoje, marcaria o X no kerry. entre um bundão e outro, os cérebros pensantes (tenho dois, um de plástico em cima da mesa) deste folhetim online fica com o segundo. que pelo menos é um bundão indeciso. a indecisão, mesmo sendo complicada, é infinitamente melhor do que qualquer certeza neste mundo cheio de bifurcações.

dito isso, GOSTARÍAMOS DE DESEJAR O MELHOR ANIVERSÁRIO DO MUNDO A UM NÃO LEITOR DESTE SITE, O IRMÃO DA EDITORA-CHEFE, DA SECRETÁRIA DE REDAÇÃO, DA PRODUTORA E DA REPÓRTER. como vocês estão cansados de saber, elas são uma só. Albertinas, sua mala sem alças de papelão na chuva, FELIZ ANIVERSÁRIO :)


ps: alguém faça o favor de contar para ele dessa homenagem?! gracias.

pultaquiupariul

* a minha saudade de casa anda tão grande que começo a ficar com a visão deformada, sabe como é? por exemplo, porto alegre neste momento me parece ser o mulher lugar do mundo para se viver.
ué, mas e não é?

* cada vez que leio mais coisas sobre o serginho, me dá a sensação de que eu posso morrer nos próximos cinco minutos.

* agora que o meu cabelo tá crescendo, peguei a mania de ficar tirando os nozinhos da parte de dentro dele. não consigo parar até sentir que tá tudo macio. também anda meio neurótica com limpeza, tipo a mônica de friends, tá ligado? e trocando os móveis da casa de lugar. cada dia que o piero chega, a casa tá de um jeito diferente.

* será que tenho TOC, como a luciana vendramini e o rei?
* ou será que simplesmente tá faltando prato suj na pia, hein? (ai, já disse para não botar esse prato aí! lava logo, antes que acumule! odeio a
primeira sujeirinha depois que eu lavei toda a cozinha... hmfp)

se eles têm três carros, eu posso voar
trocando emails com o (daniel) galera e depois brincando de chat no blog.

tica: "tu escreveu dois livros, abriu uma editora e vive do que ama, traduzir. além disso tu tem uma namorada linda, inteligente e modelo profissional! é impossível pensar em ti e no teu trabalho, nas tuas realizações, e não se sentir um fracasso. e isso era para ser um elogio."
galera: "é tudo uma questão de perspectiva. Olhar a vida das outras pessoas e achar que é muito melhor que a nossa é uma tentação quase irresistível. (...) de longe, a vida de muita gente parece redondinha. Conhecer a experiência alheia é tentador e fascinante, mas o perigo é a gente não dar a devida atenção à nossa própria experiência. (...) mas viver é isso aí, idealizar as coisas e depois descobrir como elas realmente são. A gente fica com o que gosta, e tenta partir pra outra quando a realização nos frustra."

ps: ainda por cima, lúcido!

e essa história de que
o fórum social mundial não aconteceria mais em porto alegre caso o pt perdesse as eleições na capitarr? democra... o quê mesmo?

ps: nada especialmente contra e nem a favor do fogaça, mas até agora, o que eu entendi desse ato médico, não gostei.
ps2: de que ano mesmo era aquele gingle? carriooooon e fagaça...

ainda da menoridade

lembrei de um piadinha (que eu nao entendia) que os coleguinhas do colégio criaram para mim quando tínhamos uns... 11 anos?
lá vai:

a tica e o tico foram no cinema. quem pagou?
resposta: a tica, claro, o tico tava duro.

agora pensando, que espécie de coleguinhas...
mas até que era bem feitinha, pena que eu nao entendia.

coisa de guri
bá, hoje no ônibus, me lembrei de uma história da minha infância que me fez pensar na enorme cota de paciência que uma mae precisa ter nessa vida. a minha, pelo menos.

certo dia, com uns 8, 9 anos, o gênio do meu irmao decidiu fazer coleçao de rótulos de latas, boa essa coleçao, muito boa. a criatura já fazia coleçao de capas dE veja, de latinhas de cerveja, de selos e de péssimas notas no colégio.

eu, entao com 6 ou 7 anos, achei a idéia o máximo, como todo o irmao menor acha o máximo tudo o que propoe o irmao mais velho, e fui na cozinha arrancar um rótulo de uma lata velha de nescau que já tinha acabado. eu queria fazer a coleçao junto com ele, claro, irmao menor adora o que o irmao mais velho faz, mas adora mais ainda fazer junto.

mas o guri nao gostou. cada um tinha a sua coleçao, e a dele tinha que ser, obviamente, muito maior. ele teve entao uma brilhante idéia: arrancar TODOS os rótulos de TODAS as latas de TODA a cozinha. eu fiquei morrendo de inveja, mas, enfim, nao tinha sobrado UMA só latinha para moi.

eis que o horário da janta chegou, mami e papi chegaram, e estavam, vejam só, estavam com vontade de comer... ervilhas! um simples omelete com... ervilhas. mas eis que as latas de... ervilhas nao tinham mais rótulos. e, assim, abriram, antes de encontrar a lata de ervilhas, uma lata de leite condensado e uma outra de salsicha (arrrrrrrrrrgs).

e foi desta forma que o meu genial irmao aprendeu a tomar mais cuidados ao fazer coleçoes - comendo salsicha com leito condensado por umas duas horas.

vendo a coisa da perspectiva dos 26 anos, ser a irma menor até que tem suas vantagens. o irmao mais velho tem as idéias geniais ANTES.

dos galos aos cachorros
eu continuo não sendo a maior fã dele, mas quando um colunista escreve "Isso porque, esqueci-me de dizer, deu lama pra cachorro por lá e cachorro, por lá também, andou fazendo bobagens números um e dois", merece ser lido!

inverno
aqui, as folhas começam a cair.
a perspectiva de viajar para casa, por mais estranha que seja essa expressão, me anima um pouco, mas não resolve a maior parte dos meus problemas.
tô sofrendo de banzo. sabe como é? aquela espécie de doença que matava alguns africanos nos navios portugueses antes mesmo que eles desembarcassem em terra brasilis. e a vida segue irônica: minha passagem para o brasil é pela tap.

O amor é cego
Ray Charles é cego
Stevie Wonder é cego
E o albino Hermeto não enxergua mesmo muito bem
Show do Caetano ontem em Bruxelas.
O Caetano tem alguma coisa genial, mas tem alguma coisa muito odiosa também. É arrogante, é debochado, se ama talvez muito mais do que devia, e é ainda mais odiável porque é bom no que faz. O cara tirou onda da platéia umas cinco vezes, chamando a gringaiada de gringaiada e sorrindo com cara de bobo para eles.
Os belgas não são cegos, mas acho que, como Hermeto, não enxergam mesmo muito bem.

sobre as páginas amarelas dE veja dessa semana.
ou devo chamá-la CARAS??

que estranho...
ontem eu coloquei um post aqui dizendo que eu estava escutando o novo cd do gotan project, mas hoje o post sumiu... soh para deixar claro ao mundo virtual que estah me sabotando: EU CONTINUO ESCUTANDO GOTAN PROJECT, VIU????
humpf.

Agá quê?

Escutem :) Ficou bonitinho.

verdade ou uma dose de aumento do oliver stone...
não importa se o jim morrison teria sido ou não preso ao dizer essa frase ao vivo na tv, isso não muda o fato de que: you know that it would be untrue, you know that i would be a liar, if i was to say to you - girl, we couldn't get much higher - não poderia ter sido escrita exatamente assim no atual mundo das drogas cool em pílulas. e teria sido uma pena.

murder
um casal caminha de noite por estocolmo.
chove e faz frio, mas como são turistas, passeiam. passam por uma vitrine com roupas e máscaras de animais, porcos, cachorros, como rosto dos manequins.
- nossa, que macabra essa vitrine - diz ela. - parece aquele filme de terror do kubrick, aquele com o jack nicholson... como se chama? que o menininho caminhava com o dedinho mexendo e dizendo uma palavra estranha...
- não sei, não vi - responde ele.
e continuam caminhando em silêncio em direção ao hotel. um passeio de uns 20 minutos.
a cidade é escura. o mar que entremeia as ilhas que formam a cidade é iluminado apenas por alguns poucos postes com luz amarela. passos. eles caminham e os seus passos é tudo o que escutam. mas ela agora tá obsessivamente pensando no filme do qual o nome não se lembra.
"o que era mesmo que o menininho repetia continuamente? didred, didred... não, não era isso. era uma coisa que queria dizer uma outra coisa de verdade em inglês... didred não quer dizer nada... killer? não... não era rellik, decididamente não era isso..."
e seguiu se perguntando che cazzo falava o menininho do filme do kubrick enquanto caminhavam em direção ao hotel-barco. "a.. b... c... d.... eu tenho certeza que tinha D na palavra..." continuava.
de repente, do nada, apareceu uma mulher de saltos altos, altos demais para uma noite chuvosa, caminhando à frente deles. uma mulher alta, vestindo um casacão preto de lã. e que caminhava logo à frente deles com um pouco de pressa. pressa para chegar em algum lugar no momento certo. "medo", pensou ela. "vai ver eu tenho que lembrar a palavra do filme e, no exato momento em que eu lembrar, alguma coisa horrenda vai acontecer.... vão nos matar... ou vão se matar na nossa frente... ai, não quero mais lembrar... não quero... não quero... como era mesmo? dread... dired? cazzo, como era essa palavra de merda? será que eu tô ficando louca?"
poucos passos faltavam para que chegassem ao hotel-barco-vermelho.
"dredum, dredrum... REDRUM!!!! redrum, redrum, redrum... era isso. redrum!"

silêncio.

a mulher dos saltos altíssimos pára. ela pára. ele segue andando.
- o que foi??
- shhhhhhhhhhhhhhhhhhhh... e faz sinal com a testa para apontar sem usar o dedo.
ele pára com cara de hummm?!.

a mulher dos saltos altos se volta para trás.
ela é linda. loira. alta. olhos claros. sueca, enfim.

- vocês têm horas? - pergunta.

bichanos
estou no ônibus, sentada ao lado de uma senhora.
entram uns 15 jovens, idade média 20 anos, com roupas que imitam trapos de mendigos e cada um com um boné estranho, com a aba longuíssima. entram calados. aparentemente só um deles, que tem o boné com a aba mais longa ainda, fala. dá ordens.
subam.
calados.
nao coçar a barba, pierre.
martin, vá até aquela moça, se ajoelhe e faça uma declaraçao de amor.
a moça, no caso, sou eu. vermelha e tensa, enquanto todo o ônibus ri da gracinha estudantil.
bem vindos ao trote universitário belga.

erase and rewind
dia chato, entrevista sem graça, pouco trabalho.
nuvens cinza no céu. pelo menos isso!! posso estreiar minhas moderníssimas galochas azul turquesa made in china pelas poças belgas :)

não te mexa!
se eu tivesse traduzido esse livro, teria escolhido o título "não te mova", porque me parece mais sonoro, mais agradável. mas talvez "não te mexa" realmente passe melhor a idéia. talvez eu apenas esteja sendo influenciada pelo título em italiano: non ti muovere, de margaret mazzantini, 289 páginas em italiano, parece que em português são umas 305.
achei que não ia encontrar a versão brasiliana da obra porque é um livro mais ou menos novo por aqui, mas tem, pelo menos no site do submarino tem.
e há poucos meses saiu o filme do livro na itália. non ti muovere. e a autora do livro é mulher do diretor e ator do filme, sergio castellito, un grande cara, que fez vários filmes legais. ainda não vi. leva uns 5 meses para chegar na bélgica, não sei porque. vai vê-lo quando passar por aí que vale a pena. mas leia o livro antes, te juro que quando tu abri-lo, não vai mais conseguir trabalhar, comer, tomar banho, fazer nada antes de terminá-lo. ainda não sei se isso é bom ou ruim... mas vale a pena.

tem dias que eu sou assim
sem vontade de sair de casa
como se nesses dias eu pudesse sentir precisamente o quanto o mundo que eu gosto pode ser concentrado entre essas 15, 16 paredes. entre as diversas prateleiras. que não têm sobre elas pratos, mas livros, e fotos, e mapas, e polígrafos, e documentos vencidos.
e nesses dias eu nem ligo o som, nem coloco os sapatos. simplesmente respeito as minhas necessidades. trabalho em casa. traduções, matérias, marcar entrevistas. e entre uma coisa e outra, escovar os dentes, almoçar, estender o lençol e ler. ler, ler, ler. o livro que estou lendo é tão forte que eu já não sei se estou assim por culpa sua, ou se o leio forte porque estou assim.
mas tento ser meio oriental e me respeitar, apesar de nunca ter colocado o pé além de hungria.
campai.

às vezes odeio mais, às vezes menos
aquela micro rotina do acordar, esperar os minutos passarem na cama, espreguiçar, vestir as pantufas nos pés, sentir o zonzo e as bolinhas pretas na visão ao levantar a cabeça, arrastar as pantufas até o banheiro, ligar a água, tirar a roupa e as pantufas, aproximar a toalha do box, entrar e sentir o chão frio e a água morna, quase quente, e os pingos grossos que atravessam o cabelo.
mas não adianta. se não faço isso tudo, não acordo.
e hoje eu tava morrendo de vontade de acordar.

blurp...
sabe a interbrew, aquela cervejaria belga que comprou um pedaço da ambev e, assim, criaram a INBEV, a maior cervejaria do mundo? pois essa mesma, a interbrew, agora chamada de inbev, está tendo problemas sérios com os seus funcionários aqui na bélgica. a coisa tá assim tão séria, que eles estão entrando em greve. por que? porque a interbew/inbev não vai mais oferecer duas cervejas para cada um deles na cantina na hora do almoço.
que democracia, hein?!

só sei que...
ontem fiquei esperando, fiquei esperando, fiquei esperando a tal da encomenda chegar. não saí de casa até às 16 horas. às 17, porém, eu tinha marcado uma entrevista e TINHA que sair. 16h15min abro a porta, chamo o elevador, desço, abro a porta do prédio e TCHARÁN! o carinha do correio está ali, bem na minha frente. inacreditável o nosso timing, hein?
senhora cimenti? eu mesma...

tsc, tsc, eu já devia saber... devia ter marcado a entrevista para mais cedo.

sexta-feira, 8 de outubro, 11:30 da manhã (horário belga)
Pelo menos 19 morrem em série de explosões no Egito
Explosão em embaixada em Paris fere dez
Ataque aéreo no Iraque mata oito pessoas

pessoal, negócio é seguinte, férias este ano, só em floripa!!

you got mail
semana cheia. tenho duas reportagens de rádio para concluir e uma entrevista para fazer pelo telefone (do parlamento), mas fui informada que hoje receberei uma correspondência e que preciso estar em casa das 11h às 18h para abrir a porta e assinar o papel. por hora, já lavei e sequei os cabelos, fiz duas lavagens de roupa, uma de louça e troquei os lençóis da cama.
ai, odeio essa frase pegajosa, mas, putz, ninguém merece, né?!

hei, os elogios sao para mim!!
ontem fizemos um jantar lá em casa (uma jânta, como dizemos nós, gaúchos) para umas 20 pessoas, todos amigos meus e do piero, para comemorar o aniversário dele. vocês sabem que o cozinheiro lá de casa é ele, nao eu, né? e cozinheiro orgulhoso. 20 pessoas? pode deixar comigo! duro na queda, enquanto eu implorava para encomendarmos comida árabe, chinesa, pizza, qualquer coisa.
mas cozinheiro é cozinheiro e é orgulhoso também. nada disso de comprar a janta fora. buenas, entao lá fomos nós para o supermercado, para os pratos e panelas e, finalmente, para o fogao. 20 pessoas.
o cozinheiro decidiu que queria fazer ritotto como primo piatto, carne com vinho como secondo, quiche e torta para o fim. para os vinte convidados.
bom, eu confiei. se ele quer tanto fazer ele mesmo, deve saber, né?
só sei que lá pelas tantas, a casa tava lotada de gente que nao parava de beber, que nao parava de aumentar o som, que nao parava de fumar, e eu lá, na cozinha, solita! o cozinheiro? tava recebendo o povo, né? claro... eram vinte, imagina se a campainha parava de tocar.
só sei que botei a mao na massa, no risotto, na carne, no brodo, no forno, na pia, na panela e: TCHARÁN! servi a mesa para os vinte, um por um! self service, claro.
e daí os elogios começaram a pipocar...
para ELE, claro.

como foi o teu fim de semana?
eu fechei os olhos no carro na sexta-feira detardezinha e só acordei três horas depois com alguém perguntando assim: aquela ali, toda iluminada, não é a torre eiffel?
paris, neste final de semana, viveu a "nuit blanche": festas eram oferecidas nos palácios públicos, como na prefeitura, por exemplo, os museus estavam quase todos abertos durante um bom pedaço da noite (e eram de graça) e alguns shows foram apresentados nas ruas e praças para a multidão de pedestres que topava passar a "noite em branco".
tudo lindo.
e caótico.
nós havíamos entendido que o metrô funcionaria toda a noite, então não estávamos preocupados com a volta para o hotel (bastaaaante) deslocado do centro. quando já tínhamos caminhado umas 12 horas desde a manhã até a madrugado, descontando as paradas para restaurante, banheiro, café, descobrimos que queríamos ir para o hotel, mas que na verdade apenas uma linha de metrô funcionava.
táxi, então.
esqueça. mesmo que eles fossem o dobro do número, faltaria. quase fui agredida por um senhor francês na porta de um táxi livre ao qual chegamos, correndo, exatamente no mesmo instante. ele levou. tinha um guarda-chuvas.

mendigaje II
saindo do parlamento europeu, passo por um carinha de óculos, barba longa e cachorro.
- tem uma moeda?
- nao, desculpa.
- e uma nota de 50 euros?

até mereceu.. mas eu também nao tinha.

eu: sei que me disseram por aí (e foi pessoa sério quem falou)
eu andei comentando por aí que "adoro quando os tapas saem assim, sem que se veja a cara de quem está apanhando." e disse que isso me lembra a minha mae, que, quando era azucrinada tanto, tanto, taaaaanto, por mim e pelo meu irmao, saía jogando as pantufas e esbofeteando todo mundo pela frente. era um salve-se quem puder. teve uma vez que ela quase pegou a empregada junto, só porque a mulher tava passando com as roupas lavadas no corredor enquanto a "baixaria" teve início.
hahahahha.
boas lembranças.
as pantufas nao eram nada, eram aquelas fofinhas de espuma atoalhadas.
o problema maior eram as, nominadas pela senhora cimenti, taponas. mas dessas, a gente escapava em 90% dos casos, só sobrava uma para cada bunda.
e eu me lembro bem da minha reaçao quando algum amiguinho comentava que na sua casa nao existia palmada, nenhum dos pais saía nunca do (sério) nível verbal. "que saco que deve ser, nunca tem barraco e criançada correndo pelo corredor entre pantufas voadoras na casa dele!"
e isso que a minha mae é psicanalista, hein?

quer dizer, vai ver aí se explica tudo...

hoje eu acordei com sono (sem vontade de acordar)
e respondi um email a um amigo superespecial que falava em escrever.
acabei entrando numa área que tem tudo a ver com escrever. sexo.
acho que escrever e sexo são duas coisas feitas apenas pelas nossas entranhas.
assim como acredito muito que o trabalho de qualquer ser humano é parte dele. não adianta criticar o que eu faço dizendo "não é uma crítica pessoal, hein?". não deixem nunca de me criticar, se assim quiserem, mas tomarei 100% das vezes como uma questão pessoal. eu escrevo. meu trabalho sou eu. dentro de cada um de nós tem neurônios, músculos, ossos, adrenalina e gordura. e tem merda também.

you just call out my name
and you know wherever i am
i´ll come running
to see you again
winter, spring, summer or fall,
all you have to do is call
and i´ll be there, yes i will
´cause you got a friend

e, nessa sexta-feira chuvosa e fria do verao belga, me pergunto: por que ó deus, no lugar das músicas meladas dos anos 80, hoje em dia se faz eletrônica?
bom "fine settimana a tutti"

errr, hummm... hihihih... oi!
carambolas! tô impressionada comigo mesma. em poucos meses perdi totalmente a forma para esse negócio de approach nao profissional, se é que vocês me entendem.
logo eu, que sempre fui ótima na arte de passar a conversa... se é que vocês continuam me entendendo. sério mesmo, achei que era que nem andar de bicicleta, mas que nada!
11 meses namorando e, na primeira aproximaçao masculina nem tao interessada assim na minha amizade, (vocês tao entendo, né?) fiquei completamente sem jeito, vermelha, gaguejando e mongolóide. hhahahhaha. foi tao ridículo que depois eu tive que rir de mim mesma. ali mesmo, na hora. coitado do guri, ficou sem entender nada. me achando louca.
na saída da coletiva de imprensa que tem diariamente na comissao européia.
- tu toparia almoçar um dia desses?
- errr, hummmm, almoço, e..eu?
- é, almoço, um dia desses, tu...
(ele deve ter achado que eu nao sou english hablante, ficou repetindo tudo bem devagarinho)
daí eu pensei: bom, almoçar com um colega pode, né? nao é infidelidade, vai dizer... o piero vive almoçando com colegas... e, buenas, eu ia me sentir ridícula respondendo:
- sabe o que é, eu tenho namorado.
pelo amor de deus, sou uma mulher (hiiii, aceitei de vez essa coisa) emancipada, moderna, já morei no exterior sozinha (hahahha, parece tia, né?) sou vacinada, dizem, e nao pago meus impostos... além do mais, eu ia querer morrer se o simpáticones ali respondesse:
- tá, e daí, te convidei para almoçar, nao parar casar comigo, ô mongolona.

foi no vintê de setembro...
três da manhã, mais ou menos, acordo, visto as pantufas e caminho em direção ao banheiro.
piero:
- onde tu vai?
tica:
- ahhhh... eu..... supermercado?
- tá. só não vai escrever no teu blog. os outros vão começar a pensar que tu é louca com esses passeios noturnos.

rá-rá-rá! que graça...
(tá bom, me pegou!)

ai, que amor isso aqui...
eu também quero uma lina para mim!

alguém aí tá a fim de ir correr no parque?
não, né? ah, que pena, então tá, paciência, vou partir para o plano b. fazer umas comprinhas, depois tomar um sorvete e ir no cinema. tchaaaaau.

confraria das gorrrrrda
como toda a mulher normal (mulher? eu disse isso? aiiii), eu faço parte de centenas de grupos. uns grandes e bagunçados, outros pequenos e íntimos, outros que só se encontram a cada triênio, mas que moram no meu coração. são amigas do colégio, da praia, do clube (mentira porque eu nunca tive clube...), da faculdade, do trabalho, do outro trabalho...
sem a menor sombra de dúvidas, o grupo mais ativo de todos é a chamada confraria das gorrrrda. ele nasceu com umas 6, 7 meninas que adoram comer. é isso mesmo, somos umas ogras famintas. todas comunicadoras gaúchas e com muito apetite. a idéia era nos reunirmos mais ou menos uma vez por semana para cozinhar, comer bem, beber muito e rir até chorar. e funciona que é uma maravilha. tanto é, que começamos pouco mais de um ano atrás e hoje somos mais de 20.
e como algumas das confreiras moram longe, como eu, temos uma lista de emails super ativa. mas não falamos só de temas da cozinha, não, pelo contrário. nossa pauta principal é a cama, mesmo. somos horríveis. sério. se eu não fosse tão fiel a nossa regra sigilosa, poderia criar um blog erótico-porno-baixaria e teria material todos os dias. é divertidíssimo.
e tem os momentos pesquisa-interna: gurias, tô apaixonada. / eu fui morar junto. / tô deixando meu namorado, aquele metrossexual fdp./ eu quero um hoooommmmeeee. / ai, como eu faço para convecê-lo a ir morar junto comigo AGORA? / tô comprando uma geladeira e ganhei ontem um edredom. / o cara me deixou e agora vai casar! / e assim por diante...
mas na boa, a parte mais engraçada é quando uma menina nova quer entrar na nossa confraria. antes dela ser aceita, todas as participantes do grupo têm que aprová-la, e aí é que mora o perigo, isso quase nunca acontece. os motivos podem ser de qualquer natureza:
- eu sou contra, ela ficava com o meu namorado antes de eu namorar ele e falou mal de mim quando ficamos pela primeira vez.
imperdoável!
e somos dramáticas:
- se ela entrar, eu saio!
querida fulana, seu cv não foi aceito pela nossa exigente equipe, vá procurar a sua turma. e engole esse choro! (ai, como é bom ser má entre amigas!!)
a única parte chata desse grupo é quando essas vaquinhas tão organizando confraria e, além de eu não poder ir, ainda atolam a minha caixa de correspondência:
- eu vou!
- eu vou!
- eu vou, mas chego só às 23h.
- eu vou, mas não vou comer...
- quem vai fazer o petit gateau?
- hummm, já comi petit gateau lanbuzado no... do...
(desculpem, somos muito rígidas com as nossas regras, tsc, tsc)

alguém aí dá uma paradinha no relógio, por favor.
uns cinco minutos já está bom.
só para que eu possa dormir um pouco...
tipo uma vez por dia.
obrigada!

subconsciência - ou a comédia privada da vida alheia
francesca mora con julien há mais ou menos um ano. esses dias, enquanto eu, francesca e mais uma mulherada tomávamos um aperitivo na frente do parlamento europeu, julien, sentado em outra mesa, tomava umas birras com uns amigos. de repente, uma loira alta de saia, magda, aborda julien muito intimamente. com a mao no ombro do moço e o decote próximo do seu queixo, começa a explicar alguma coisa do trabalho.
francesca faz uma ceninha, já meio tchuca das cervejas que tomou, magda se arranca completamente constrangida, e julien ri como um louco.
mais tarde, em casa, pouco antes de francesca dormir, julien já está dormindo e, como faz todas as noites, começa a "discursar". francesca, ciumenta, curiosa e insegura, decide tornar útil a mania do seu namorado de falar enquanto sonha.
sussurra:
- julieeeen, julieeeen... eu sou magdaaaaaa... o que você sente por miiiiiiiimmm??????
e ele responde, sussurrando também:
- franceeesca, eu tô acordaaaado, por favoooor, me deixa dormiiiirrrr...

oficina de literatura do assis br
sério, não aguento mais falar com o pessoal de porto alegre e ouvir que eles estão fazendo, já fizeram, estão concluíndo ou estão tentando entrar na oficina de literatura do assis brasil.
nada contra, pelo contrário. acho que a oficina deve ser boa, uma parte considerável destes amigos que fizeram, vão fazer, estão concluindo ou aguardando para saberem se foram aceitos são talentosos e inteligentes e cheios de senso do ridículo e de humor.
mas, putz, será que daqui 20 anos TODOS os escritores e colunistas e poetas do estado terão a mesma oficina literária no CV? na boa, que saco!
outros escritores: por favor, se liguem! oficina de literatura dá grana! abram as suas!

comédias da minha vida privada
e eis que na semana passada, enquanto eu me preparava todas as noites para a prova que fiz no sábado, o meu namorado, aquele piemontês bastardo, resolveu aproveitar para botar as saídas com os amigos em dia.

terça-feira, 22 horas, chega em casa de pileque, todo bobao, querendo fazer piadinhas. fim do meu estudo, rimos como dois palhaços e fomos dormir. ele, bebum, roncando e resmungando. eu, com um travesseiro tapando cada orelha.
quarta-feira, 23 horas, a cena se repete, sem tirar nem pôr.
duas noites de sono mal dormidas e algumas horas a menos de direito internacional no meu cérebro. ok. a vida segue.

quinta-feira. meia-noite. bêbado.
- piero, tu tá cheirando a álcool, sai de perto de mim, aaaargs...
- ahhhh... agora é assim, "tu tá bêbado todas as noites" (fazendo vozinha afeminada)
- piê(i)ro, sabe duma coisa? TU TÁ BÊBADO TODAS AS NOITES!!!
(e nós dois começamos a rir de novo... ele, de bêbado, eu para nao chorar, pois sabia o que me aguardava na hora de dormir)

aí veio o episódio o sapo e a mosca.
ouvi um barulho de mosca no quarto. bzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz. psss. bzzzzzzzzz. pssss (esse é quando a mosca bate na parede, sacomé?). como eu já estava debaixo das cobertas, o meu querido namorado prontamente se dispôs a achar o bicho e amassá-lo. bêbado. de cueca branca e meias pretas. no meio do quarto. olhava para cima, para baixo, para os lados, enquanto a mosca voava: bzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz. psss. cena patética, eu sei. mas pensei: nao posso deixá-lo agora, imagina que ridículo explicar quando as pessoas me perguntarem por que acabou?
daí que mosca passou perto de mim e eu quase consegui dar um tapao nela, mesmo estando deitada.
- piero, te mexe, ô mongola, eu quase peguei a mosca aqui da cama! - e ele:
- claro, tu é mais rápida, pode capturá-la com a língua.
é. pois é.

this next one, is a song that has 4 letters in the title
and starts (nunca entendi essa parte)...
entrei no supermercado e estava tocando epic, do faith no more. em questao de segundos voltei 10 anos, 11 anos no tempo e me vi, meio hippie/meio grunge no pátio do colégio anchieta - na época em que ele ainda educava para a liberdade e se fumava maconha nos banheiros e no matagal de trás do ginásio. fui líder de turma umas 500 vezes. fui presidente do grêmio estudantil. eu e os meus inofensivos amiguinhos organizamos um festival interno da cançao anchietana, com o qual nos estressamos e divertimos muito, mas sobretudo, com o qual arriscamos falir o colégio. e eu, sozinha, arrisquei a minha expulsao da instituiçao pelo menos umas três vezes naquele glorioso 1993.
anos de muita diversao aqueles...
WE-CARE-A-LOT!!! AH-AH-AH-WE-CARE-A-LOT!
mas voltando à bélgica, hum, tomates, papel higiênico, leite, detergente....

batata!

tenho a última prova do master nesse sábado de manhã. terei três horas para defender, em inglês e francês, meus conhecimentos em direito internacional, desarmamento e processos de paz. e eu me pergunto: ragazzi, por que, mas por que cargas d'água eu fui resolver estudar essas coisas?
vai saber...
e daí que eu tinha prometido para mim mesma tirar a semana para estudar, pois claaaaro que não havia lido nada durante o "verão". mas é pá e tchun, ba-ta-ta! umonte de trabalho essa semana. trabalhos longos e super legais, mas pô, tinha que ser essa semana?
então agora tô aqui, atolada com esse amontoado de livros sobre processos de paz e negociações internacionais, mediação e democratização para ler... para sábado!
e me pergunto: como é que podem existir tantos livros sobre o assunto, se o que parece crescer mais nesse mundo são exatamente, veja lá, conflitos?

é. assim como a minha razão emocional, vai entender (esse mundo)...

conversas noturnas (parte 2)
entao essa noite resolvi usar a segunda resposta espirituosa:
acordo lá pelas três da madrugada, levanto devagarinho e me encaminho para o banheiro.
- onde tu vai?
- vou comprar cigarros.
- ah.... ..... mas tu nao parou de fumar? rooooooooooooonc fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiu....

ouçam
o café europa da bbc brasil hoje. tem uma entrevista delícia que eu fiz com toots thielemans, o gaitista belga mais brasileiro do mundo. deu um trabalhão, mas foi uma das entrevistas mais queridas que eu já fiz. ele é bem velhinho, uns 80 anos, mas quando fala, parece um menino. uma simpatia. "when I'm in America they always get surprised because I'm not black!" figurinha fantástica. e no fim da entrevista me agradece ainda: obrigada, carolina, pela entrevista. ô, toots thielemans, obrigada a você!

rooooooooooooonncccccccccc, fiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiu
sabe, acho que a cada dia de "vida a dois" começo a admirar menos o veríssimo (filho). se botar no papel todos os diálogos de um casal, da hora em que acordam até a hora em que acordam de novo, basta cortar as partes burocráticas do tipo "pão branco ou integral? integral, tu sabe!" para se ter um capítulo completo da comédia da vida privada sem tirar nem por!
hoje quando o piero acordou, me disse:
- essa noite tu me acordou umas cinco vezes...
- piê(i)ro (acento de quando estou braba), tu roncava e eu não conseguia dormir! o que queria que eu fizesse?
- ah, mas não me acorda, né?
(respiro profundamente, acordo sempre mau humorada, devia ser isso...)
e ele segue:
- da próxima vez, ao invés de me acordar, começa a assoviar. o ronco passa.
(eu me controlo com toda a minha força para não rir MUITO, afinal estou braba)
- ah, entendi. eu não consigo pegar no sono porque TU estás roncando como um puerco nelas patatas, mas não posso te acordar, ao invés disso devo começar a ASSOVIAR?
- isso mesmo.

e tem o diálogo non sense semi-dormindo, claro. eu levando todas as noites para fazer xixi. é um saco, mas é um hábito que criei desde os cinco anos, agora já não dá para largar. e todas as noites, TODAS, ele me pergunta:
- onde tu vai?
e eu rosno alguma coisa.
na noite passada a cena se repetiu, como sempre.
- onde tu vai?
- estou te deixando.
- ah.... (e virou pro lado e dormiu)
essa noite vou dizer que vou descer para comprar cigarros. mas algo me diz que a reação não vai ser muito diferente...


ps: adorei saber que não estou falando para as paredes! sim, temos leitores!
ps2: até o leitor mais taciturno do blog se manifestou :) !
ps3: lu thomé, vai postar no teu blog, por favor? e gabriel, volta a escrever, adorei teu blog secreto... shhshshshshshs, agora falei ;)

tenho dificuldades com o cotidiano
me irrita profundamente essa coisa de chegar em casa, tirar os sapatos, ver o que tem na geladeira, tomar banho, comer, ler e dormir. me irrita ter sempre leite, água e papel higiênico estocados em casa. mas pode me irritar ainda mais não tê-los. não gosto de sexo sábado de noite. em geral prefiro antes do jantar. odeio o repetido ato de passar desodorante, creme hidratante e rímel todos os dias depois do banho. mas o faço mesmo assim. tenho um certo prazer em não arrumar a cama. se eu pudesse, cortaria as terças-feiras do meu calendário. é o dia mais odioso da semana. adoro acordar tarde de segunda a sexta e cedo no sábado. não tolero a refeição semanal livre das dietas. e, efetivamente, a faço com muito mais assiduidade. tenho preguiça todos os dias para escolher o que vou vestir. sempre preferi as festas nas quarta-feiras.

às vezes dá uma sensação de estar falando com as paredes aqui...

ô tu aí!
és um gaúcho lá de passo fundo, trata todo o mundo com o maior respeito?
ou não?

nota do editor: agora o link está fúncia!

essas coisas...
um homem foi preso na estaçao de trens de paris - gare du nord - por fumar um cigarro em zona de nao-fumantes. este homem, michael minon, 26, acabou sendo descoberto pela polícia francesa como sendo o principal suspeito de dois assassinatos ocorridos no início de agosto na bélgica. agora ele está sendo investigado e será julgado, nao por ter fumado em área proibida, mas por ter matado duas pessoas.
o ministério da saúde adverte: fumar é prejudicial a sua saúde!

hummmmmmmmm
(ou hhhhhhhhhhhum?)

- filé de porco ao forno com suco de laranja
- cebola roxa ao vinho tinto, vinagre e açúcar
- batatas e funghi com óleo de oliva
- salada de alface com pêras, queijo fresco e pimenta
- salada de radicci

pura delícia. meu cozinheiro estava inspiradíssimo ontem.

cartolaria
dizem que o cartola escreveu essa música para a filha, que estava saindo de casa...
já pensou?

D6 C#7 F#m7 B7 G#m7
Ainda é cedo amor, mal começaste a conhecer a vida
E7 A/C#
Já anuncias a hora de partida
F#m7 B7/9 G#m5-/7
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
C#7 F#m7
Presta atenção, querida
B7 G#m7
Embora eu saiba que estás resolvida
E7 A/C#
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
F#m7 B7/9
E em pouco tempo não serás mais o que és
A#º
Ouça-me bem, amor
B7 G#m7
Preste atenção, o mundo é um moinho
Gº F#m7
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
B7/9 C#7
Vai reduzir as ilusões a pó
A#º
Preste atenção, querida
B7 G#m7
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Gº F#m7
Quando notares estás à beira do abismo
B7/9 E7+
Abismo que cavastes com teus pés

ótimo, hein?
e assim encerramos essa sessão de citações do blog. ;)

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Clarice, eu também.

como é que eu fui descobrir hooverphonics só agora??

felina
que mulher nao daria tudo para ser a inspiraçao dessa música, hein?
Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta com certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no frenetic Dancin’ Days
Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz, com outros foi mulher (adoro essa frase tri anos 70)
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor

verbo + RÁ + tica

aprendi nas aulas de psicologia da faculdade de jornalismo (tá entendo?) que os seres humanos têm o direito de ser exatamente o que querem, independem completamente da opiniao alheia. e, segundo nos fez chegar à conclusao aquela professora de belos olhos e cabelos leônicos (que eu nao lembro o nome agora), os homens e mulheres sao essencialmente livres.
a idéia é: mesmo que todos no mundo, no teu país ou na tua cidade nao gostem do que tu diz, tu nao vais deixar de viver por isso. essencialmente, claro, dependendo de o que tu disseres, quem sabe formigas amanhecerao na tua boca, nunca se sabe. mas enfim, teu sangue nao vai parar de correr porque tu nao agrada.
e por poucos segundos depois de reconhecer essa afirmaçao óbvia, me senti a criatura mais livre e sortuda do mundo. é verdade, as pessoas podem me criticar, mas e daí?
acho que encarando o mundo assim, ficou mais fácil de escolher viver para aquilo que eu efetivamente queria e gostava, e nunca mais voltar a pensar no sentimento de desvalorizaçao ao nao ser escolhida para ser a nova apresentadora do jornal do almoço. na verdade, nunca mais nem quis saber quando e como seriam feitas as inscriçoes para o caras novas. se eu podia efetivamente fazer o que eu gostava, sem sofrer por isso, sem deixar de respirar, que outro impedimento eu teria. só eu mesma. e eventualmente um teste para virar apresentadora gostosa de tv (digamos a verdade, apresentadora de tv eu até podia virar, mas gostosa, ia dar trabalho demais...).
e acho que assim, devagarinho e muitas vezes inconscientemente, fui fazendo as minhas escolhas. até chegar aqui, seja o aqui cheio de glamour ou nem tanto. estou aqui. no hoje, no momento-já. e nao vai ser p... nenhuma de mil euros por mês e o trabalho de secretária (com todo o respeito aos profissionais do ramo, que porém nao é o meu) que eu vou jogar toda essa descoberta para o ar!
sabem o que mais? nem lembro o nome da professora essa (alguém, alguém?), mas, putz, muito obrigada pela óbvia e genial liçao!

quartas impressoes (ou primeiras impressoes #IV)
o maior clichê de todos quando se fala em morar junto é verdade: o clássico da pasta de dentes, quando um dos personagens do casal aperta a embalagem bem no meio, enquanto o outro, muito meticuloso coloca a embalagem em ordem todas as noites, empurrando o conteúdo para a frente, pode começar sendo engraçado, passar a ser meio sem graça depois de uns dias e virar um tormento num dia de pá virada.
ainda bem que alguns seres humanos têm a capacidade de rir deles mesmos, caso contrário, nao existiriam mais festanças de casamento nesse mundo por culpa da colgate.

parabéns itália, pela prata no volei masculino
assisti à partida com quatro amigos italianos. precisa dizer mais?
grazie bernardinho.

o que somos, de onde viemos, para onde vamos?
nós somos simples. funcionamos mais ou menos como funcionam os seres humanos machos e fêmeas que têm dignidade - o que é muito diferente do funcionamento daqueles que nao a têm. mas somos exacerbados.
vivemos exatamente como queremos, cagamos pouco para o que os outros pensam e amamos muito, e a muitos, mas sabemos ser egoístas. cheios de defeitos, com algumas qualidades e muito sarcasmo e ironia. somos humanos, enfim.
e nos entendemos porque eu sou da raça exacerbada feminina, cheia de estrógeno e progesterona, e tu, um poço "pieno" de testosterona. certamente o sexo seria violentamente prazeiroso, mas o amor acabaria com a gente. ou comigo...
sou a fêmea, o sexo frágil, e disso eu sei. exatamente por isso eu sofro, mas exatamente por isso eu tenho tanto prazer. o prazer de ser verdadeiramente dominada, dominada intelectualmente, com paixao, ao ponto de me deixar, me impulsionar a ser dominada pelas maos de alguém. é um prazer muito forte, íntimo, muito feminino. os homens que o provam acabam perdendo as suas fêmeas porque alguma coisa no nosso instinto diz que aquele macho nao serve para ser o procriador dos seus filhotes.


ps: recebi pelo correio um livro da clarice lispector cheio de provocaçoes para que eu liberasse um pouco da ânsia que me cala e faz gritar. eis que de repente me encontrei loba, instintiva, correndo atrás do cheiro que o vento ajuda a escapar. deve ser tudo resultado dos 26 invernos, a clarice, a menstruaçao e as cervejas de ontem. mas, na boa, espero que nao passe.

presente de amiga

meu caminho é sem marcos nem paisagens. e como o conheces? - me perguntarão. por não ter palavras, por não ter imagens, nenhum inimigo e nenhum irmão.

que procuras? tudo.

que desejas? nada.

viajo sozinha, com o meu coração. não ando perdida, mas desencontrada. levo o meu rumo na minha mão.

(cecília meireles - essa mulher é foda..., diz a martinha)

aniversário
anos atrás, durante a virada do meu aniversário, eu tava presa num estúdio gravando um programa de rádio. olhei para o lado e comentei "ao vivo" com o meu colega: sabe que mais? é meu aniversário exatamente a-go-ra! e ele: ôpa, parabéns aí guria! e agora vamos de talking heads...
lá em casa a gente tem mania de estourar um champagne na virada da meia-noite, quando o começa o aniversário da criatura, mesmo que todo mundo já esteja de pijama, indo para a cama. o rito do champagne é sempre igual.
mas o mais legal de todos foi no aniversário da minha mãe, uns dois anos atrás. eu já tava morando fora do brasil, mas ela faz aniversário dia 2 de janeiro, então eu acabo sempre passando lá. naquela noite, todo mundo foi dormir cedo, menos eu e ela, que ficamos assistindo a um filme bobo na tv. acho que era um brasileiro bonitinho.
à meia-noite fomos as duas lá estourar o champagne e brindamos sozinhas.
como a gente tinha brigado horas antes, foi muito legal, fizemos as pazes com as bolinhas batendo no nariz. foi bonito. nunca vou esquecer.
e teve também um aniversário super bagunçado, com todo o pessoal da faculdade e do colégio misturados, num boteco. daí o beto, que também tava de aniversário, chegou e a gente comemorou juntos, com os mesmos amigos, e na hora do bolo fizemos uma espécie de arte naïf com o merengue nas nossas próprias caras.
enfim, parabéns pati, beto, alessandra, beta... e eu, né?

traições
quando eu tenho ataques de riso é f*da, eu sei que não devo rir, mas não consigo parar. e com a tensão de não poder rir, acabo rindo ainda mais, até chorar. acontecia direto no colégio. maior mico. teve uma vez que deu aqueles surtos de riso coletivo, e quando eu vi até o professor tava rindo escondido. foi muito engraçado.
mas ontem foi pior.
eu tava na mesa, jantando com o piero, brigando feio (para variar) e cheia de razão, quando me veio um desses ataques. tudo culpa da adriana. lembrei de um post em que ela conta que brigou com o marido e saiu de casa sem a chave e morrendo de vontade de fazer xixi. comecei a rir sem parar, tentando ficar séria - afinal, estávamos brigados - e por isso fazendo uma cara de louca, rindo e braba tentando não perder a pose.
daqui a pouco estávamos os dois rindo - ele sem nem saber porque. foi muito engraçado.
daí passou. nem sei mais porque é que estávamos brigando.

Frase da minha conta bancária - ai que triste!
(De um colega da Janajan)
"Sou Imortal porque não tenho onde cair morto"

amor, viu a minha máscara de O2 por aí?
eu tenho amigas que estão pesquisando cozinhas e sofás mais baratos para convencerem os namorados a irem morar juntos, e outras que ainda acreditam que serão mães solteiras. é divertido viver entre essas duas raças distintas, principalmente porque eu me reconheço nos dois lados. uma amiga escreveu que quando se imagina vivendo com o namorado se sente sufocada, se apavora e acha que nunca vai conseguir casar ou morar com alguém.

eu entendo perfeitamente o que ela, muito mais racional que eu, sente.

tem dias que, ao ver todas as minhas coisas misturadas às nossas coisas, sinto uma estranha falta de ar e uma vontade de sair correndo, correndo, correndo, até chegar no meu querido quartinho na casa dos meus pais em porto alegre para deitar o rosto na almofada da cama, aumentar o volume do som e pegar um pacote de bolachas no armário em que as comidas se multiplicam sozinhas, sem que eu tenha que fazer forças ou assinar cheques.

respiração afobada, tipo aquelas de parto nos filmes americanos: fu-fu-fu-fu-fu-fu-fu...
fecha os olhos, relaxa, suor frio.

em geral passa em poucos minutos.
tenho certeza que se eu ainda morasse naquela casa, com a almofada da cama e o armário das bolachas, iria demorar muito mais para passar.

terceiras impressões: a melhor coisa de morar junto é que, quando tu não estás com saco de cozinhar, ir no super ou dobrar as milhares roupas espalhadas pela casa, pode ser que o outro morador esteja. a pior, a bagunça é duas vezes pior.

la huera de la verdad
eu sou dessas pessoas que sofrem por antecipação. não tem jeito, há anos eu sou assim. meses atrás, quando eu me encontrava numa paindaíba ainda maior do que a atual, me inscrevi numa agência de trabalho aqui em bx. eu tava tão cansada de não ter um puto que naquele momento aceitaria qualquer coisa: passear com cachorros, dar banho em gatos, lavar, passar, encerar, fazer cafezinho ou virar garçonete. mas nada. ninguém me quis.
e como sempre acontece - eu sofrendo por antecipação ou não - a vida seguiu, uns trabalhos entraram, uns clientes me pagaram e, tcharán, eu me acalmei.
hoje a agência de empregos me ligou. aparentemente uma empresa brazuca procura secretária bi/trilingüe para atender telefones e passar fax. querem fazer uma entrevista comigo. dia 6.
legal.
mas peraí.
não quero ser secretária bi/trilingüe, atender telefonemas e passar fax todo o dia. eu quero ser jornalista. escolhi uma profissão que adoro e é isso que eu quero fazer.
e agora? onde estão os meus cojones para aceitar a realidade, aceitar as minhas escolhas e viver delas, seja lá quanto for que elas me paguem? ai, o que que eu faço?? alguém escolhe por mim?
socuerrrrrrrrrrrro, por favor, eu quero descer!!

tá certo que fazer títulos pode ser difícil
mas isso aqui já virando um zoológico
Porcos na China não têm gripe do frango

ps: pssssssssssssssssssssss!
ps2: sim, estávamos de férias por aí.

só queria dizer
que é muito bom ter um amigo por perto

quando coleguinhas nos ensinam a fazer nosso trabalho
se tem sempre o que aprender. seja a fazer, seja a nao fazer.

vem cá, meu bem, que é bom viver
o mundo anda tão complicado...
Um emissário do papa João Paulo 2º ordenou o fechamento do seminário da cidade austríaca de Saint Poelten, após investigar suspeitas de homossexualismo e pornografia infantil entre os estudantes. (Folha de SP)

falando nisso, mas que na verdade não tem nada a ver, li que o marcelo anthony (marcelo anthony é sempre uma boa notícia né? putaqop...), mas enfim, que o rapaz vai morar por uns meses em berlim. mas... tsc, tsc... não seria mais indicado amsterdã, não, bonitinho?

shshhshshhshshhs.
bom fim de semana para vocês.

últimas da (dita) capital européia
na praia artificial montada em bx para animar aos pobretões, como eu, que passam o verão na cidade, topless tá causando bagunça. os policiais, constrangidíssimos, se aproximam das moçoilas "nuas" para gentilmente lembrá-las que ali não é a costa azul (onde o topless é regra).
pssssssssss. como se alguém conseguisse confundir os dois lugares.

shit happens II

o negócio é fazer merda...
para adubar a vida!

como é que se vive?
eu não sei vocês, mas eu vivo entre crises e momentos felizes. eu poderia dizer que sou uma montanha russa humana, mas parece que isso já foi dito por alguém querido e agora me resta apenas trabalhar para que a frase vire clichê.
mas enfim, este mês mudo de idade (fiquem tranquilos, o orkut avisará a todos) e decidi que entre uma crise e outra serei menos estressada, menos imediatisma, menos infeliz. a partir de hoje serei infeliz apenas quando existir uma razão real para tanto. e não vou tentar mais uma vez fazer yoga e ficar zen e elástica como a madonna porque é contra a minha natureza. não sou zen. posso no máximo ser tranquila. apostarei todas as minhas economias (rá!) na filosofia slowfood !
depois eu conto se isso engorda ou emagrece.
de qualquer forma, queria dizer que, pô, viver é uma arte. de hoje em diante preencherei os cadastros de prestações das lojas renner como artista.
(o que não faz um dia de sol!)

"Eles estavam todos vestidos de doutor. Até pareciam cidadãos"
Lamentável. Na Folha de SP de hoje.

ps: texto completo no comment!!!

pra americano ver
fomos passar o final de semana na casa do piero no piemonte. delícia pura. e decidimos voltar de carro com um casal de amigos. mil quilômetros, minha gente, percorridos em um dia. cinco países em menos de 12 horas. itália, suíça, frança, luxemburgo (sim, é um país mais ou menos do tamanha de porto alegre) e bélgica. muito chique. café da manhã italiano, almoço francês e jantar belga. o ó do borogodovki.

desde que acordei já:
li dois jornais inteirinhos na internet, saí e comprei uma revista e um livro. voltei. li a revista (tenho que achar pautas, achar pautas, achar pautas, achar pautas...). fiz o almoço. almocei. reeditei o blogs. respondi emails. tomei banho. arrumei a malinha (siiiim, amanhã se viaja!!) e ufa! nunca mais quero acordar às oito de novo... se fica produtivo demais!

vizinhos, melhor não tê-los...
(mas se não os temos, como sabê-los?)
aqui no prédio, entre os quatro andares e os sete apartamentos, vivemos entre animais. tem o homem elefante - que toda a vez que chega e sai de casa faz tanto barulho que chega a me acordar. tem o homem rato, que atucana demais por causa das regras do lixo (vide post mais abaixo). tem a dona gata, que fica furiosa quando não trancamos a porta da entrada, e eu a chamo assim porque gato é um animal, segundo eu mesma, pouco social. tem os vizinhos morcegos, que dormem durante o dia e saem de noite. e deve ter algum tipo cupim - não sai da toca, por isso mesmo nunca vi. às vezes tem também no prédio o homem lesma e a mulher preguiça. mas esses não são vizinhos.

Presidente dito beberrão cria Conselhos de Jornalismo
A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Beth Costa, acha isso uma boa idéia. O primeiro artigo do projeto de lei que cria os conselhos federal e regionais define que eles "têm como atribuição orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de jornalista e da atividade de jornalismo (...)". O texto completo estará no site da Fenaj ainda hoje.
Será, hein?

todos prontos para o início dos jogos olímpicos de volta a grécia, que serão abertos oficialmente na próxima, huaháháhá, sexta-feira 13?

quem me conhece sabe
que esse surto de insegurança e crítica à violência não é novidade, mas uma crise contínua. sabe também que é uma, não a única, mas uma das razões por que eu decidi viver fora do brasil. e não vou ficar batendo na mesma tecla porque não acho que escrever todos os dias no blog sobre os crimes do rio de janeiro vá mudar alguma coisa. vou simplesmente continuar lendo, me indignando, comentando eventualmente e estudando, aqui, aí, onde eu estiver, as causas, as consequências e as possíveis soluções para a violência.
e antes de encerrar o tema, copio e colo aqui a resposta que recebi por email de um amigo tímido, mas também indignado:
Infelizmente, achamos toda essa violência algo normal e tolerável nas nossas vidas porque nós, brasileiros, perdemos a capacidade de nos indignar e de protestar (se é que a tivemos um dia). Por deus, como é que alguém pode achar normal e se conformar com um tiroteio que pára uma avenida numa cidade? (...) Hoje é curioso pra mim lembrar que, quando estive na Rep. Tcheca, vi a comoção nacional que a morte de um policial em serviço gerou por lá. Até o ministro do interior (o responsável pela segurança lá, assim como o ministro da justiça aqui) foi no enterro do tal policial. Já imaginou se o Márcio Tomás Bastos resolvesse ir am cada enterro de policial no Brasil?
Acho que tu não deve deixar de vir pro Brasil quando quiser, pelo menos não por medo da violência. Mas não deixe nunca de registrar a tua indignação e mostrar pros teus amigos ¨acostumados¨ com a violência como é bom viver num lugar pacífico. Como é civilizado e democrático protestar contra o que se acha injusto. Nisso, puta merda, até os argentinos são melhores que a gente. Lembra dos panelaços que eles fizeram há alguns anos em Buenos Aires?

brasil - modo de usar
* Passageiro mata assaltante de ônibus no Rio (aqui)
* Policiais são suspeitos de assassinato no Rio (aqui)
* Bandidos invadem quartel no Rio de Janeiro (aqui)
* Policiais encontram fábrica de munição no Rio (aqui)
* Criminosos fazem blitz na Avenida Brasil, no Rio (aqui)
* El País: Rio supera Bogotá em criminalidade (aqui)
* Tiroteio fecha Avenida no Rio de Janeiro (aqui)
* Três granadas são jogadas em oficina no Rio (aqui)
* Major e cabos do Exército são presos com armas (aqui)
* Cabeça humana encontrada em acesso a metrô no Rio (aqui)
* PM é assaltado e jogado para fora de carro no Rio (aqui)
15 dias de rio de janeiro.
é humilhante ser brasileiro às vezes.
no meu leigo entender, taí uma coisa que só vai mudar em uns 30 anos se começarmos a fazer alguma coisa agora. o que? ainda no meu leigo entender, investir 80% da verba pública do brasil em educaçao. básica, média, universitária, técnica. só com oportunidades parelhas esse país vai conseguir redistribuir um pouco suas riquezas e, quem sabe, diminuir os índices de violência.

fervil
vocês leram isso? eu me lembro quando em 1998, a estudante ana carolina foi assassinada em uma tentativa de assalto porque soltou o pé da embreagem e o carro deu um pulo. me lembro de ficar chocada com a razão estúpida por que ela tinha sido morta. me lembro também da primeira vez que me assaltaram em porto alegre, voltando de bicicleta da natação... e da segunda vez que me assaltaram, na frente da minha casa, e lendo o jornal dias depois, descobri que o carinha tinha sido preso e reconhecido como sendo o estuprador de 33 meninas. e foi ali, não durante o assalto, que verdadeiramente tremi e chorei de medo com o que poderia ter acontecido.
anos depois, fui acordada na madruga pelo telefone tocando e a voz apavorada do meu irmão pedindo que eu fosse buscá-lo em uma rua de porto alegre. ele tinha sofrido um seqüestro relâmpago e, ao ser libertado, bateu o carro. assim como ele, mais uns 10 amigos meus.
a causa de morte mais freqüente entre os jovens brasileiros não é acidente de carro, aids ou câncer. é arma de fogo.
lembram do lobão? nós é que estamos pagando por isso!

hola, que tal?
a caminho do supermercado ontem, me deparo com uma lojinha nunca dantes vislumbrada: productos latinos. mas vamos dar uma olhada nessa jagunça, tchê!, pensei com sotaque da fronteira (jura que eu sei exatamente como é o sotaque da fronteira, né?), afinal, a minha cuia e bomba estão há meses no armário esperando um ervita.
- hola, señora, que tal?
- muy bien, e vos?
(argentina, pensei)
- muy bine, muy bien, tienes yerba mate?
- siiii, como no? vos eres argentina?
(mammamia, a mujer não ouviu o meu sotaque brasileño do meu español feito nas férias de bariloche, tchê?)
- no, yo soy brasileña...
- ahhhh, muy precioso el brasil...
muy, muy precioso el brasil...
pero más precioso és el "mercado" donde he comprado la yerba mate. ahora stoy aqui, viajando en internet, con mi mate argentino... muy, muy, muy precioso. epa, epa, epa!

NOSSA PROMOÇÃO VAI LEVAR VOCÊ À EURODISNEY
a equipe de criação do blog, cansada deste marasmo, resolveu lançar a promoção COMENTE NOSSOS POSTS BOBOCA!!* o comentador mais assíduo ganhará uma coleção de brindes exclusivos do blog: um super chaveiro, uma linda caneca e um boné fantástico para você usar onde quiser!! COMECE A COMENTAR AGORA MESMO NÃO PERCA A CHANCE DE GANHAR OS SEUS BRINDES. e no final da promoção** GANHE UMA VIAGEM COMPLETA E COM ACOMPANHANTE PARA A EURODISNEY!!!***











* não usamos vírgulas nessa promoção. mas os nossos posts não são bobocas entendeu bem?
** no ano 2050
*** viagem de canoa com direito a um acompanhante partindo da lagoa dos patos em uma data a ser definida pelos organizadores após fevereiro de 2051. as despesas com alimentação não estão incluídas na promoção assim como o valor das entradas no parque são de responsabilidade do premiado.

fim de semana histórico
voltamos da frança com várias histórias para contar.
1) a primeira poderia ser sobre as duas horas girando por bruxelas antes de pegar a estrada no dia mais quente do ano, sem ar condicionado no carro, à procura de um posto de gasolina onde se trocasse o óleo. acreditem, aqui pouquíssimos postos oferecem esse serviço. entre julho e agosto, então, menos ainda. duas horas, entre duas e quatro da tarde. juro que chegou um ponto que eu já tava tão "arrabiata" que eu só queria voltar para casa para tomar um banho frio e ficar secando na frente do ventilador. mas como não temos ventilador e como exatamente neste momento encontramos um indiano prestativo em um micro posto de gasolina que trocou o óleo do carro, lá pelas cinco da tarde partimos.
2) dormimos em amien, no norte da frança, cidadezinha simpática, com o hotelzinho duas estrelas mais simpático que eu já vi, jantinha na beira do rio, vinho, catedral, cama.
3) no sábado rumamos em direção a giverny, onde está a antiga casa de claude monet e seus jardins maravilhosos. tava tão quente e o sol tão lindo, que os turistas aparentemente haviam todos ido para a costa azul, nos deixando os jardins quase desertos, não fossem três noivas e seus recém-maridos tirando as fotos. cada vez mais acredito que efetivamente tem gente para tudo nesse mundo!
jardins jardinados, almoço almoçado, vinho vinhado, pegamos o mapa: onde está o mar mais próximo?
4) uma coisa leva à outra, esse ano o desembarque americano de 44 fez 60 anos, não estávamos tão longe da normandia - vamos tomar banho de mar na praia do DIA D?
e lá fomos nós.
sabem o resgate do soldado ryan?
sabem aquela praia com aquela casinha onde se esconde um atirador danado no início do filme? aquela mesma praia que, dizem, ficou completamente banhada de sangue em junho de 44, quando mais de 22 mil alemães, mais de 9 mil americanos e outros 5, 6 mil britânicos e canadenses foram mortos? é, ali, ali mesmo assistimos ao por-do-sol e depois, no domingo, pegamos um marzão! entre uma coisa e outra, devoramos um prato com todos os frutos do mar do mundo - até aquelas lesminhas eu comi, aaaaaaarggggssss, ostras, caranguejo, mariscos, camarão, camarinho, lagostinhas...
omaha beach. recomendo.
5) saindo da praia dá inclusive para fazer um passeio no cemitério americano, com toooodas aquelas cruzes brancas, uma do lado da outra, bem americano messssmo. para quem tá sem carro, tem até um serviço de transporte para o cemitério (que fica praticamente na praia) que se chama battletour. tô dizendo que tem gente para tudo!
e depois da escala no cemitério, pé na estrada de novo. cinco horinhas de vento na cara e...
6) infelizmente, cá em bx estamos nós novamente, prontos para mais uma semana de calor chato sem brisa maritma...
mais história que isso? só se formos passar o verão na macedônia... o sbaglio?

Genial
Além de chamar Michael Moore de ladrão e mentiroso, o escritor norte-americano Ray Bradbury, autor do livro “Fahrenheit 451”, dá essa resposta excelente no No Mínimo.
- Qual é o segredo para se manter há tanto tempo no topo de um gênero que muda tão rapidamente?
- Você tem que ser um gênio! Brincadeira... Precisa estar apaixonado pelas histórias que escreve... (mais lá)
Recomendabilíssimo.

partire viaggiare viaggiare partire, partire viaggiare
(e non fermarsi mai)

não teremos férias, mas nesta sexta-feira não estamos mais suportando bx. colocamos duas mudas de roupas na mochila, completamos o tanque do carro e estamos em direção a não sabemos bem onde, entre o sul e o norte da frança.
prometo voltar com o porta-malas carregado de vinhos e champagnes.
querem passar aí semana que vem para uma jantinha?

Jovanotti diz assim, e eu adoro:
Viaggiare sentirsi Marco Polo sentirsi molto solo
qualche volta sopra un treno
dentro uno scompartimento pieno di facce che non sai che non saprai
confini di solitudini che non cadranno mai, che tu non rivedrai mai
scambiare quattro chiacchiere in lingue che non sai
comunicare con un semplice sorriso o con un gesto solo
scoprirsi Marco Polo e non sentirsi solo tra gli umani
stringere milioni di mani in ogni posto
agosto dopo agosto dopo agosto dopo agosto...

a cidade não pára a cidade só cresce
eu adoro a instituição cidade. sempre com os seus mil mundos diversos dentro de um cinturão de edifícios, circulada de auto-estradas e trilhos. a cidade tem um quê de humana, com circulação, veias e coração. e talvez por isso uma tenha sempre coisas idênticas às outras. adoro os loucos das cidades, por exemplo, acho que eles têm loucuras que refletem algum traço comportamental do lugar. até porque a cultura urbana costuma ser extremamente arraigada, acho até que mais que a cultura nacional. mas isso é matéria para outro post. e tenho preferência e atenção pelas "soluções". cada cidade tem seus problemas e, exatamente por serem diferentes, cada uma tem as suas "soluções". aqui em bruxelas, por exemplo, a minha solução preferida é o lixo. aqui tem dias certos para se botar o lixo na rua, mas mais do que isso, têm também sacos certos. lixo de plástico ou vidro, saco azul. papel, amarelo. lixo de jardim, saco verde, e lixo que não entra nesses três sacos, saco branco. é tão complexo (e é exigido por lei), que volta e meia eu fico parada na frente dos mil sacos sem saber o que fazer com o saquinho que envolve o alface. quando eu e o piero discordamos sobre o devido fim, digo, saco, a ser dado a um produto, aí sim, duas horas de discussão. além disso, só podemos colocar essa porcalhada colorida na rua nas terças e sextas-feiras, quando passa o caminhão e recolhe. se coloca em algum outro dia, corre o risco de ter que pagar multa. os fiscais reviram o lixo até acharem um envelope ou etiqueta com o nome do proprietário, daí depois de uns dias a multa chega na casa do pobre coitado desavisado.
é estranho e complexo, mas o mais estranho é que funciona.

Receita de bolo de laranja

1 laranja inteira com a casca e sem as sementes
4 ovos
1 xícara (chá) de óleo
2 xícaras (chá) de açúcar
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de Preparo:
Bata no liquidificador a laranja, os ovos, o óleo e o açúcar. Despeje numa tigela grande e adicione a farinha de trigo e o fermento. Despeje numa fôrma para bolo retangular, untada e enfarinhada, e asse em forno quente, por cerca de 35 minutos. Se quiser, quando retirar do forno, misture 1 xícara (chá) de suco de laranja com a mesma quantidade de açúcar e espalhe sobre o bolo ainda quente.

Só não façam como eu, que esqueci de acrescentar o fermento e agora estou comendo uma espécie de brownie de laranja, shshshhshshshshshsh.

a chave da independência
há um mês eu e o piero vivemos na mesma casa, mas temos apenas uma chave que abre as portas. o drama pior é de manhã, quando ele sai (sempre antes de mim) e tem que descer, abrir a porta do edifício, subir para deixar a chave comigo e sair rápido, antes que um dos vizinhos saia ou entre e passe a chave na porta de novo.
daí há duas semanas mandamos fazer cópias das chaves, mas como elas são daquele tipo todo protegido, que tem código e cartão para se poder copiar, tivemos que esperar duas semanas até que elas ficassem prontas. um saco e uma grana também, essa proteção toda custa caaaara.
só sei que hoje elas ficaram finalmente prontas. e me sinto novamente uma mulher chaveada e independente.
isso é que é gostar das coisas pequenas da vida, credo...

vou roubar (de novo) aquela fórmula mastercard, tá?

* escrivaninha usada, mal pintada, velha e caindo aos pedaços no mercado de móveis usados de waterloo - 30 Euros
* lixas, espátula, pincel, líquido removedor de tinta, bolacha de aço - 10 Euros
* a sua tarde de domingo debruçada sobre o móvel tirando a tinta velha, lixando, limpando, pulindo e lustrando - não tem preço

temos uma nova escrivaninha, pessoal. ontem era preta. hoje amanheceu cor de madeira crua. e o meu bíceps (?) dolorido. curti. presentes de casamento, formatura ou ajuntamento a partir de agora, só no braço!

Altos e Baixos
Por aqui, altos e baixos, mas altos e baixos nesta zona do planeta - chamada MIM - são normais, já nem considero. Que crise existencial, o que? Sabe, né, trabalho e grana são um problema diário para grande parte da população mundial. Faço parte dela, fazer o que?