o meu partir é como o meu chegar.
eu vivo lá e vivo aqui.
minha casa foi roubada.
and so has been meu coração.
te sinto falta todos os dias.
não sinto vontade de ir.
igual eu vou. vôo.
mas uma hora dessas eu volto. vou ou tô.

ps: desculpem, prometo não torturá-los mais com a minha torta poesia. é que tá especialmente difícil partir dessa vez. para que me desculpem, coloco aqui uma poesia de verdade. bonitinha.

espero a hora da chegada como o avesso da partida
e a alegria de um encontro o espelho de uma despedida
e o que dizer do sol que brilha à meia-noite
e a estrelada escuridão de um meio-dia
eu digo o oposto do que sinto prá que de uma vez você entenda
que nunca em minha vida eu cheguei a te amar
(nvs)

night em porto alegre

entrei e saí rapidamente do st. peppers dia desses. a idéia era só ouvir cinco músicas e tomar uma cerveja. mas foi tempo suficiente para admirar uma cena ótima.

rapaz alto e boa pinta se aproxima de menina gaúcha loira dançante.
- oi, tudo bem? eu sou o roberto. sou de campinas, mas vim aqui para o fórum social mundial.
menina gaúcha sorri e vira para as amigas:
- gurías, eu disse que ia ser roubada vir aqui hoje! ele veio para fórum!

jóia rara
eu sei que todos nós, um espermatozóide em milhões que conseguiu atingir o óvulo da nossa mãe, somos jóias raras. mas existem também jóias de verdade verdadeiramente raras. insubstituíveis. queridas. com história. só nossas. únicas no mundo, não importa o design delas. com o valor que vale mesmo, sentimental.

eu acabei de perdê-las.
todas.
deixaram meus dedos, mas levaram o último presente que o meu pai tinha me dado. roubaram minha casa em bruxelas.

tá a fim de me pagar um cerveja amanhã? sabe que mais, estarei aceitando.

é o que dizem

eu não sei tu, mas eu sempre tive problemas na hora de escolher.
para mim, quase sempre a dor de perder todas as outras possibilidades era mais forte que a jóia de eleger a minha escolha. e eu nem a considerava "a minha escolha", eu considerava "apenas uma das opções". tirando as grandes paixões da minha vida, eu sempre fui uma embananada para tirar só uma carta do baralho e ficar feliz, tranqüila, mesmo sabendo que todas as outras cartas continuariam ali na mesa.

aaai, que beleza, eu acharia, um mundo sem tantas opções.
tudo tão mais fácil, mais óbvio. menos complexo, menos variado. o caminho trilhado antes mesmo de a gente começar o passeio. nada de encruzilhadas, bifurcações. nada de "marque um X na opção desejada". até o elevador teria apenas um botão. e todos os cinemas da cidade passariam sempre o mesmo filme. e a cerveja seria sempre original.
mas ai que saco que isso tudo seria!

dizem que crescer é isso, né?
saber fazer escolhas e saber aceitar as evidentes renúncias que ela provoca. e, sabe o que mais, começo a achar que realmente crescer é um grande barato, mesmo com toda a frustração que a vida possa nos causar. acho que no fundo basta ter bons amigos por perto para de vez em quando sair para tomar um sorvete, rir e pensar como é bom ter tido a chance de ter escolhido aquele amigo para estar ali, dividindo aquele sorvete (de limão ou chocolate?) e vivendo um dos melhores momentos da tua vida.

invasões de táxis fuscas no plaza:
never more!
melaram.

fsm

uma amiga definiu perfeitamente porto alegre durante o fórum:
o número de sandálias de couro, mulheres sem sutiã e sovacos peludos triplica.
e aí, aberta a temporada do rodo social mundial, então?

ditado popular
fiquei sabendo que meu namorado me comprou uma bicicleta.
acho que não casarei.

pesquias étnica FSM atualizações e procedimentos

o número de pesquisadoras e pesquisadores está aumentando a cada dia. sendo assim, a comissão organizadora decidiu que fará novas impressões das fichas de inscrição, que se esgotaram ontem durante a tarde, e decididamente, usaremos a tática sugerida pela colega estudiosa rosele: alugaremos aqueles sistemas de fila das lojas americanas, que indica o número do próximo da fila e o número do guichê para onde ele deve se encaminhar.

durante o fórum, então, conforme encontrarmos os amostras (seja ele porto-alegrense, gaúcho, brasileiro, estrangeiro ou exótico) indicaremos o guichê (pesquisadora) para onde ele estará sendo encaminhada. mais ou menos como se fosse uma fila organizada para uma banca de beijos de uma festinha de são joão..

também abriremos uma pequena seleção para os pesquisadores/as inscritos. issso aqui é uma pesquisa séria, o maior número de amostras é que vai render qualidade ao estudo. se alguém começar namorico e revisitar a mesma amostra diversas vezes durante os dias do forum, estaremos perdendo campo de pesquisa. por isso, estaremos realizando questionários para avaliar os inscritos. qualquer intenção de constituir família nos próximos meses será rechaçada.

constatações

estava pensando ontem. quando meu pai morreu eu perdi o reinado. ele sempre foi o único homem que me chamou de princesinha :)

outra coisa que constatei foi o fato do programa do joão cleber, na rede tv (?), ser muito engraçado. e eu não sabia que ele era gay.

por fim, constatei que vou sofrer ao voltar para bruxelas porque não vou poder continuar assistindo ao big brother brasil 5. lamentável, eu sei, mas vocês não podem imaginar a falta que a rede globo pode fazer na vida de uma pessoa!

eu sou um homem ou um rato?

bá. tô triste de escrever esse post aqui. nunca nenhum post vai bater a emoção do post abaixo. somos todos sexualmente perversos e curiosos e sacanas mesmo. que delícia. e pensando bem, o post com os resultados do levantamento do forum pode até chegar perto deste... mas enfim, tomei fôlego e coragem para escrever alguma coisa - que inevitavelmente vai soar porcaria - para atualizar essa blogsta.

e cá estamos novamente no dia 20 de janeiro. aniversário do meu pai - que para quem não sabe, já morreu e faz tempo. isso chega a ser piegas e chato. nem eu aguento mais ter esse sentimento. e eu sempre acho que "esse ano já faz tanto tempo, que não ficarei triste". mas fico. tudo porque a mente humana é sexualmente perversa e curiosa e sacana mesmo (que delícia), mas vive ao lado do inconsciente, que é um grandecíssimo filha da puta.

feliz aniversário, gianfranco.

isso fica entre eu, tu e o meu blog!

eu e umas amigas estamos organizando uma pesquisa étnica em porto alegre durante os dias do fsm. é isso mesmo o que vocês estão maliciosamente pensando: vamos passar o rodo para saber quem joga mais e melhor na parede. a nossa unidade de medida é essa, o cara até joga na parede, o cara joga muito na parede ou, finalmente, o cara merece todo o respeito porque ele joga pra caralho na parede! tudo com muita doçura, evidentemente, que mulher odeia ser tratada mal :)

eu serei a organizadora e juíza da pesquisa. não pego ninguém, só avalio a pegada. como? assim ó (definimos isso ontem numa mesa de boteco):
* pegar porto-alegrense durante o fórum rende meio-ponto
* pegar gaúcho não habitante de porto, um ponto
* brasileiro, dois pontos
* gringo, três pontos
* exótico, cinco pontos
(categoria exótica será determinada enquanto a pesquisa será realizada por falta de pré-informações sobre o tema, mas adiantamos que só o fato de ter turbante na cabeça, inclui a figura nessa categoria)
* ficar com o ex-namorado, ex-pegada, ex-marido, ex-amigo colorido vale MENOS CINCO PONTOS

Esta semana providenciaremos os walk-talks e as planilhas a serem preenchidas pelas pesquisadoras. E conforme afirmou uma das estudiosas: vindi a mim, minhas criancinhas... não, pensando bem, criancinhas, no próximo guichê, por favor!

sessão mela cueca

seguindo o exemplo da minha amiga lagrissa magrisso, resolvi botar as prateleiras em dia. com essa história de levar computador para bruxelas, resolvi tomar vergonha na cara e fazer uma coisa que nunca tinha feito: separar o livros e cds que eu quero levar para a MINHA casa.

comecei pelos cds e logo entendi muita coisa sobre essa vida.
no início dos anos 90, as pessoas que faziam parte da minha vida se dividiam em três grupos: aqueles que escutavam bob marley, aqueles que escutavam iron maiden e aqueles que escutavam skid row. eu fazia parte dos dois primeiros grupos, por mais controverso que isso possa parecer. do terceiro bloco eu participava como simpatizante, mas sempre muito crítica. em um certo período, cheguei a ter em casa TODOS os cds do iron, e para quem não sabe, isso significa MUITOS cds.
o tempo, as mudanças, a idade e principalmente o meu irmão foram levando essa coleção para longe de mim. sobraram duas peças: a real live one e a real dead one.

meus amigos não se dividem mais pelo que ouvem ou pela camiseta que vestem. acho que eles já nem se dividem mais. todo mundo já pegou todo mundo. mas mais de dez anos depois de fazer parte dessas turminhas, comprovo uma das minhas teorias adolescentes. iron é bom porque conforme os anos passam, continua bom. skid row hoje é inaudível. bob marley já deu o que tinha que dar lá por 98, mas tudo bem, em comercial de carro, ainda cabe.

e, finalmente, a constatação atual: a melhor contrubuição dos metaleiros para o mundo foram e sempre serão AS BALADAS. waaaaaasting loooveee....

meeeaaooooowwwwwwnnnnnn

scusaí, but i'm the kitten of the year.
olha lá em WWW.TICA.ORG !!

ps: dica di giuzani, que efetivamente deve andar muito ocupado por esses dias :)

troféu abaxa-aqui

como de praxe, tem sempre aquele momento da noite, na mesa, em torno das garrafas vazias, em que a gente começa a tirar onda com a forma telemarketing de ser e de falar. a melhor de todos os tempos foi quando, logo depois de mudar de assunto e passar para mais um tema rotineiro - sacanagem e traição entre amiga(o)s - uma participante da tavola solta:

- eu vou estar te ligando para estar te contando o que eu andei fazendo ontem à noite e, então, você vai estar descobrindo que eu estive fudendo com a sua vida! confere os dados? a senhora pode anotar o número da operação?

quem se atreve a me dizer...

eu devo ser uma das últimas pessoas da face da terra a dizer isso, tu já deve saber o que eu vou dizer com certeza certamente, mas é bom demais. por isso mesmo, direi tudo torto, tu vais entender: lso remhaons é bmo madise!*

*siamed mob è sonamreh sol

e-êu-me
questiono
com o ano
se foram
os poucos
leitores
que havia
este blog
per gunto

viajar para casa
começo letargicamente - por culpa desse calor que, pode ser por influência dos invernos mais frios que tenho respirado, tenho certeza, não era tão quente em porto alegre - a entender porque mudei a data da minha passagem de volta, porque aumentei as minhas "férias" em casa e diminuí a minha renda no início deste ano ímpar.
acho que vim aqui para crescer. virar gente grande.
me dou conta, com pesar, que não tem mais volta.
e dou risadas para mim mesma ao pensar que sou exatamente aquela que eu queria ser. aos 9 anos de idade.
falávamos, eu e minhas deliciosas primas dias desses, como nos imaginávamos.
astronauta e bailarina, disse loló.
confusa, pensou mariana.
escritora. aos 8, 9 de idade eu queria ser escritora, disse eu.
eu também queria ser caixa de supermercado, mas no fundo ser escritora e caixa era quase a mesma coisa: tinha sempre a maquina de escrever na frente.
eu vim matar a saudade, mostrar a cara, dar uns sorrisos e partir de novo.
desfazer as amarras. as poucas que ainda tinha. desfazê-las, e depois dar um lacinho onde elas estavam. laços que faço porque quero, não porque não sei desamarrar as cordas que me prendem. crescer. voar.
e tô conseguindo. decidi que dessa vez levo o meu computador velho e querido comigo.

engraçado descobrir num ano que eu não sou mais uma menina
e no ano seguinte, ao voltar para as asas da minha mãe, que nesse lugar eu vou ser uma menina para sempre

ps: as férias acabaram
ps2: cássia, mudei minha passagem, eu jamais iria embora daqui sem a gente se ver!