27.7.05

confusa?? quem? onde? por que? sim? não?

recebi uma proposta para ir trabalhar em londres, em um canal de tv internacional. atrás das câmeras, claramente. tô sem fôlego, mas ainda não sei se é por excitação ou porque o coração tá apertaaaaaado. queria que alguém me dissesse o que fazer. mas no fundo sei que ninguém pode decidir isso por mim. vou? fico? aceito? abro mão?

tá, a decisão é só minha, mas vocês me conhecem, quero palpites.

ai. penso que vou, e sofro. penso que não vou, e sofro. por que a vida tem que ser dura até quando é boa?

22.7.05

desse jeito vou ter que começar a comprar presentes de natal e pagar o fgts para os meus "colaboradores"

recebi esse e-mail de um grande amigo que vive em paris e lê, em silêncio, esse blog. achei a história dele tão mais legal que a minha, que decidi publicar. voilà:

eu aqui, outro dia, fui na farmacia, uma daquelas pequenininhas, e tinha só um cara sendo atendido. eu fiquei atrás esperando, vi que o cara nem me olhou, e ficou meio perturbado quando entrei. senti que a atendente também ficou estranha. aí, estranhamente, ela pára de atender o cara e me pergunta o que eu queria. "uma escova de dentes", eu disse, singelamente. e o cara ao lado, imóvel, bem sem jeito. enquanto ela me dava o troco, olhei para os remédios que ela estava pegando para ele, e era caixa de viagra. se é no brasil, ela grita: "deisê, tem mais viagra aí?"

ele é tom wolfe

acabei o primeiro terço do novo livro do tom wolfe, chamada eu sou charlotte simmons (pegou a piadinha boba do título deste post?). o livro é ótimo, como parecia óbvio que seria, e tem mais de 700 páginas. e esse é o seu único grande defeito. não dá para ler no ônibus, não dá para ler no avião, não dá para levar na bolsa sem correr risco de ficar com lordose. só consigo lê-lo na cama. e quase sempre de lado, porque se tento ler deitada de costas, tenho medo de não conseguir mais respirar com o peso sobre o peito.

tá, tô exagerando. mas que vai ser útil usar esse trambolho, quando eu acabar de ler, como peso para segurar portas, ah isso vai!

21.7.05

vendo um filme do woody allen me lembrei de uma cena lindíssima que eu presenciei anos atrás, na guarda do embaú:

jovem moreno, certamente surfista de tão parafinado, se aproxima da funcionária da caixa do supermercado lotado em véspera de reveillon, e fala baixinho, com certo embaraço, acentuado pela presença de cinco jovens moças, rigorosamente embiquinadas que esperam para passar suas comprar logo depois dele:
- moça, tem camisinha?
ao que a mulher, com falta total de qualquer embaraço, levanta-se da cadeira e grita para a colega que se encontra a uns cinco metros de distância, lá na outra caixa:

- DEISÊ, A CAMISINHA ACABOU??

20.7.05

bom dia. acordei com vontade de ser artista. mas como eu nao sou, fico ouvindo os beatles sem parar, em eterno repeat. e, por*a!, como DON`T LET ME DOWN é muito, mas muito bom pra car**ho, né?

inveja branca umas pinóia!

moro perto da casa de um fotógrafo famoso de bruxelas. famoso para os outros, eu não o conheço. e no supermercado perto de casa, duas modelos fazem compras. são lindas. uma magra, outra esquelética. cabelos modernérrimos, maquiagem de quem acabou de fazer uma sessão de fotos de moda e ganhou vários mil euros para isso. bolsas que custam mais de 300 euros, sandálias baixas, devem pesar uns 48 quilos cada uma. e eu, que sou a metade do tamanho delas, peso mais de 50. ó vida cruel.
e, passando as compras na caixa, observo o que elas compram.
uma tem na cestinha um pacote de biscoito água e sal e duas maçãs.
a outra, cenouras e iogurte diet.
pela primeira vez na vida, a inveja de toda a minha adolescência, que se acalmou, mas dorme um sono leve desde os 23, 24 anos, vira uma pontinha de pena.

19.7.05

porque toda a mulher (feliz) tem um pouco de carrie bradshaw dentro de si(z)

saí para comprar água, leite e pão (parece economia de guerra) com uma nota de 50 euros no bolso (economia de fartura). ninguém pode pagar uma garrafa de água, um litro de leito e pão com cinquenta euros!
fui pelo caminho mais charmoso, procurando uma vitrine, digo, lugar para trocar minha supor notona. sou atraída pela loja das sandálias lindas e caras da rue de bailli. eu nem teria entrado ali se não tivesse um sinal enorme de tudo com - 50% na porta.
me apaixono pela sandália marrom com salto plataforma. que custa pouco mais de 50 euros. na verdade um pouco mais de pouco mais de 50 euros. ainda bem que eu tava com o cartão de crédito junto da notona no bolso. e consegui me fazer entender pedindo para a mulher da loja trocar meus 50 por sânq de díz, sivuplê!

agora sim...

18.7.05

psssssssssss!
o cúmulo da ironia é comprar passagem para cuba no mesmo dia em que um furacão chega ao país, convencer o teu namorado que nada vai acontecer quando vocês estiverem lá e, dias depois, ler sobre um novo furacão no caribe e ficar morrendo de medo... sem nem poder reclamar sobre o assunto com o teu namorado.

13.7.05



quero ser uma vedete!

tem uma cerveja, peraí, melhor, existem 450 cervejas diferentes pelo menos na bélgica, mas tem uma em especial, que eu e o piero adoramos, que se chama vedett. e aí que de uns tempos para cá, a garrafinha da vedett tem vindo com fotos de pessoas, que parecem fotos bem amadoras mesmo, daquelas orkut style, sabem?
fui atrás para ver o que era, e descobri ISSO!!!

qualquer pessoa pode ser uma "vedete" por um dia, e ter os seus 15 minutos de fama sobre a mesa de bar de um desconhecido: basta entrar no site ali de cima, enviar uma foto tua na parte "they're vedett - candidates" e depois esperar um povo vote em ti.

se a tua foto for escolhida, tu vira rótulo de cerveja em bruxelas :)

participem, prometo comprar a fotinho de vocês no super, fotografar e publicar aqui.
mas antes disso, entrem lá e votem em mim e no piero :))) because I, I want to be a vedett!

(montagem feita com uma foto do piero)

11.7.05

é nóis na fita, gurizada!

coisa muito fina. e tudo culpa da cássia.

ps: e também tô lá ó, mas continuo aqui.

Atos terroristas

Não sei o que é pior, se o fato das bombas estarem debaixo do nosso nariz e nós só descobrirmos quando elas realmente explodem, ou o simples e cruel fato de que muito pouco - ou quase nada - poderemos fazer para evitar que tudo se repita daqui um tempo. E o sentimento de impotência, a cada nova bomba, fica ainda mais forte.

E dessa vez eu não tô falando de Londres, não. Tô falando de Brasília mesmo.

Decepcionante. E eu acho que sou uma das últimas pessoas a dizer isso, todo mundo já tinha chegado a essa conclusão, mas eu tava resistindo a aceitar.

8.7.05

a cris está bem!

impossível não notar a diferença radical dos dois últimos dias de cobertura na bbc one. quarta-feira, enquanto eu colocava camisas passadas no armário com a tv ligada, lá pelas tantas tive que mudar de canal porque não aguentava mais ouvir a gritaria dos ingleses ao saberem que londres será a sede das olipíadas em 2012. e bbc passava a imagem o tempo todo, com curtos comentários no meio, e cada vez que o carinha anunciava: LONDON! com aquele sotaque forçado, eu levava um novo susto com a gritaria e com aquela imagem de uma mulher chorando e subindo numa cedeira para abraçar o colega do outro lado.

ontem, antes de sair para uma entrevista, ligo a mesma bbc e me deparo com uma daquelas coberturas cheias de informações desencontradas, repórteres em todos os cantos da cidade e o mais chocante, uma contagem de mortos daquelas que ficam em aberto: pelo menos X pessoas morreram. e o péssimo clima de medo disfarçado e caos generalizado.

bruxelas e londres estão a uma distância de um hora de avião, ou duas horas de trem, ou seis horas de ônibus. londres é aqui do lado (medaaa). e a cris, uma amiga que mora em londres, devia ter vindo para bruxelas me visitar ontem mesmo. chegou a sair de casa, no meio do caos, para tentar pegar um ônibus para chegar à estação para partir. mas no meio da tarde, ninguém saía de londres, pelo menos não com meios públicos. e aí que de uma hora para a outra, comecei a receber várias ligações do brasil para saber da cris!

- a cris já está aí contigo?

- tu sabe como tá a cris, eu não consigo falar com ela...

- tu já falou com a cris???

e eu liguei várias vezes para a cris, sem problema nenhum, mas aparentemente, do brasil era impossível conseguir uma linha desocupacada para falar com londres. ou com a cris. fiquei, então servindo de "ponte" entre o mundo e a cris. enfim, qualquer coisa que sirva para me fazer esquecer que tem ataques terroristas acontecendo aqui do lado, tá valendo...