22.1.04

outras mumunhas mais..

me sinto fazendo um tipo de experiência comigo mesma.
sem grana, sem emprego fixo, sem quase nenhuma segurança tangível.
só a certeza sobre o que eu quero fazer da vida, uma ou outra possibilidade de botar um puto na conta antes de entrar no negativo e a experiência de quem já está há meses nessas condiçoes de saber em que prateleiras do supermercado se escondem os produtos mais deliciosos pelos menores preços. e quando o pânico sufoca, alguma voz que grita nem sei de onde, lá do fundo: tu ainda tá respirando? ainda tá de pé? entao, guriazinha, cala a boca e segue.
e às vezes levo um poco de tempo para calar a boca, mas sempre sigo. e é louco. sigo seguindo.
quase como cineastas e escritores em início de carreira, sabe? ninguém acredita neles. ou quase ninguém. mas eles, lá no fundo, seguem acreditando. e fazem uma vida simples só para fazer o que escolheram. para os outros, fazem milagres. tem gente que nao sabe viver assim.
mas o que acontece de estranho é que, bem, eu nao sou cineasta e muito menos escritora em início de carreira.
eu sou jornalista, virginiana, prática, ocidental, consumista, intelectualóide, moderninha. daquelas que acha normal comprar camisinha no supermercado (minha filhaaaa!!). daquelas que pode aprender a viver com um salário pequeno. mas que nao quer nem pensar em aprender a viver com o salário de outrem. orgulhosa? ué? já, disse ocidental, nao disse?
mas sabe o que é a pior parte?
a pior parte é essa luz que funciona com sensor (pouco sensível) e que fica apagando toda a hora enquanto eu estou escrevendo. ter que mexer os braços para o alto, levantar e caminhar para ACENDER A LUZ, essa é sem sombra de dúvidas a pior parte.

Um comentário:

cbg80 disse...

E tricolor! :D