15.4.04

farda, mas nao talha
nunca fiz crítica nenhuma publicamente ao david coimbra. simplesmente nao adoro o cara, nao leio o cara e acho ele meio bobo. pronto. agora eu fiz uma crítica publicamente ao david coimbra. who cares? anyway.. acontece que um colega jornalista que está baseado em paris (baseado é só para fazer um grau, significa apenas que o cara, assim como eu e meia torcida do flaflu, um dia decidiu que queria morar aqui no old world, largou tudo, veio e, pelo jeito, nao se arrependeu), enfim, me presenteou, em troca de um pote de geléia de morangos, um livro dele e do d. coimbra. comecei pelos textos do dinho, que adorei. textos sensíveis, mas nao melosos. meio no estilo national geographic, mas vejam bem, isso para mim é um elogio e tanto. quando acabei os textos dele, resolvi, a contra gosto, dar uma lido no entao classificado por mim bobo d. coimbra. fui lendo. lendo. lendo. e achei eles meio... bobos mesmo. até que cheguei nas crônicas sobre o paraguai - é um livro sobre viagens, sobre experiências e historinhas de viagens. daí tive que calar a boca. nos textos do paraguai o david me lembra o dante, quando escreve. e eu adoro o dante. adoro o que ele escreve. e agora, como odeio injustiças, tenho que dar o braço a torcer publicamente, já que acabo de fazer uma crítica publicamente ao david. ele é meio bobo muitas vezes. mas quando foi cobrir a copa américa no paraguai, deixou a bobeira em casa, e os textos ficaram lindos.

tenho um amigo da época do colégio (época do colégio é foda!) que sempre me disse que eu devia estudar direito e fazer concurso para ser juíza. eu tenho mesmo uma queda pela justiça. ou um horror à injustiça. muito do porquê de ser jornalista e querer conhecer o mundo tem a ver com isso. mas nao vem ao caso. e esse amigo, que estudou direito, ele sim, sempre me atucanou com essa história. estuda direito, tica. tu ia dar uma ótima juíza. o brasil precisa de juízas como tu, até a esse ponto chegamos um dia. mas eu sou cabeça dura. e desde criança queria ser jornalista-escritora, mais ou menos como alguém que quer ser modelo e atriz, sabem? pois é, eu nao tenho nada de original, sempre tive o sonho clássico do jornalista, todo esbaforido, que escreve numa maquininha de escrever tosca e depois vai prum boteco falar com os colegas e beber cerveja. nao era exatamente isso que eu sonhava quando tinha 10 anos, nem é isso o que eu faço hoje, mas o sonho permaneceu dentro de mim, nunca me arrependi da escolha. só quando vejo minha conta bancária de dois dígitos. pensando bem, quanto ganha um juíz mesmo?

o livro chama viagem, é do d. coimbra e do f. eichenberg. artes e ofícios. se tem ainda para vender e quanto custa eu nao faço idéia. foi um presente.. scusaí.

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