1.4.04

sabe quando tudo perde importância e só fica o que realmente importa?
eu adoro esses momentos. quando o fato de nao se ganhar tanto quanto se queria, ou devia, vira um detalhe. quando a gente nem lembra porque é que queria tanto uma bota ou uma bolsa nova. quando nem o insistente dariz indubido incomoda mais. quando a gente se dá conta que, tendo comida na mesa, uma porta para trancar e, principalmente, gente para sentar junto na hora comer, é o que conta. sao esses minutos, por vezes segundos, efêmeros em que a gente entende todas essas coisas mais uma vez e que entende que, na verdade, temos tanto. temos tudo. nao precisamos de mais nada. alguém já disse isso: o que realmente importa é invisível aos olhos. e o fato do sol lindo estar nu hoje, brilhando, generoso, é muito mais importante do que quase todos os nossos outros problemas. enfim, sao esses momentos, difíceis ou belíssimos, que colocam tudo no seu devido lugar. sao esses pequenos momentos que nos lembram o verdadeiro sentido das coisas. e esses pequenos momentos às vezes sao morte. quando, por exemplo, perdemos alguém que é muito, muito, muito importante. ali, todas as bobagens ganham a característica de bobagem e todas as coisas que realmente contam, contam! de uma forma dura e estranha, a gente ganha forças, porque se é possível sobreviver àquela dor, ah, agora ninguém mi dirruba. mas esses pequenos momentos às vezes sao, ao contrário, vida. a taís, namorada do meu caro amigo belloc, tá grávida. depois de ler isso, meu dia ficou imensamente melhor. apesar do dariz indubido. parabéns, meus amores. e obrigada por essa pequena dose de realidade direto nas veias.

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