a minha opTICA do mundo

amor, viu a minha máscara de O2 por aí?
eu tenho amigas que estão pesquisando cozinhas e sofás mais baratos para convencerem os namorados a irem morar juntos, e outras que ainda acreditam que serão mães solteiras. é divertido viver entre essas duas raças distintas, principalmente porque eu me reconheço nos dois lados. uma amiga escreveu que quando se imagina vivendo com o namorado se sente sufocada, se apavora e acha que nunca vai conseguir casar ou morar com alguém.

eu entendo perfeitamente o que ela, muito mais racional que eu, sente.

tem dias que, ao ver todas as minhas coisas misturadas às nossas coisas, sinto uma estranha falta de ar e uma vontade de sair correndo, correndo, correndo, até chegar no meu querido quartinho na casa dos meus pais em porto alegre para deitar o rosto na almofada da cama, aumentar o volume do som e pegar um pacote de bolachas no armário em que as comidas se multiplicam sozinhas, sem que eu tenha que fazer forças ou assinar cheques.

respiração afobada, tipo aquelas de parto nos filmes americanos: fu-fu-fu-fu-fu-fu-fu...
fecha os olhos, relaxa, suor frio.

em geral passa em poucos minutos.
tenho certeza que se eu ainda morasse naquela casa, com a almofada da cama e o armário das bolachas, iria demorar muito mais para passar.

terceiras impressões: a melhor coisa de morar junto é que, quando tu não estás com saco de cozinhar, ir no super ou dobrar as milhares roupas espalhadas pela casa, pode ser que o outro morador esteja. a pior, a bagunça é duas vezes pior.