trabalhar por prazer
meses atrás, quando eu comprava uma revista feminina, qualquer uma, antes mesmo de chegar em casa já havia lido mais da metade. lido... revistas femininas não são lidas, a gente só vê as figurinhas.
mas enfim, mesmo nos momentos em que eu estava mais duranga, nas sextas-feiras, final de tarde, me permitia um luxo assim. e curtia horrores.
há meio ano, estou trabalhando para um site/jornal de moda. faço matérias, fotos, etc, e também leio as revistas belgas de moda porque, enfim, preciso achar pautas, idéias, me informar. e desde que ler essas revistas virou trabalho, não acho mais a menor graça. de verdade. compro a elle belgique todo o mês, mas a revista fica rolando em casa, com plástico e tudo, esperando o momento em que eu finalmente vou precisar achar pautas.
tenho preferido mil vezes ler the economist antes de dormir do que elle, marie claire... por mais metida que eu soe dizendo isso.
daí, penso, taí, tinha razão quem dizia que trabalho é trabalho, prazer é prazer, e que a maior cagada que neguinho pode fazer é trabalhar com aquilo que mais gosta na vida. acaba perdendo o gostinho. menos mal que nunca me chamaram para trabalhar com iluminação de palco de um teatrinho sujo e underground aqui de bx, onde estive num momento de desespero financeiro implorando emprego. nunca mais ia querer assistir a peças em francês sem entender quase que p*rra nenhuma.
e daí tiro duas lições:
a) realmente nunca na vida trabalharei com cinema.
b) deveria pensar mais seriamente em virar cozinheira, banqueteira, chef.
1.5.05
Postado por the writer às 10:58 PM
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