internê cubana
os cubanos chamam internet de internê, assim mesmo, com um sotaque quase francês, como todo e qualquer sujeito que fale espanhol. pois muito bem, a internê, em cuba é artigo raro e caro. teoricamente só os turistas podem usar, e mesmo assim, tudo o que se escreve, lê ou pesquisa é "bisoiado" pelos homens de castro. meeeda.
a internê cubada custa 10 centavos de euro por minuto. (só vi internê cara assim no aereoporto de guarulhos, quando me informaram que uma hora de internet café custava 45 reais ao bolso. melhor ler contigo de pé na banca, pensei.)
cubano só pode acessar internê se não tiver cara, nem roupas e nem muito sotaque de cubano. ou se for amigo das meninas do centro internacional da imprensa (foto). e, claro, tem que pagar em PESOS CUBANOS CONVERTIBLES.
acho que esqueci de dizer antes: em cuba existem duas moedas correntes, o peso cubano, moeda nacional, e o peso cubano convertible, moeda para turistas. o primeiro vale 24 vezes menos que o segundo, que vale 1 para 1 com o euro. manobra muito bem aplicada por fidel castro para fazer com que os turistas pagassem toda a conta do embargo norte-americano. pagar com o cartão de crédito, leia-se pagar em dólares, significa pagar 11% a mais do valor da compra. isso mesmo, onze por cento. e pelo menos uma vez durante toda a viagem, o turista vai usar o cartão. sim, colega, a cuba comunista é cara. alugar um carro, por exemplo, não custa menos de 50 dólares por dia.
mas tem ainda o achaque final
quando o turista desavisado está na fila para fazer o check in no aereopuerto, com o seu bronzeado em dia e a mala cheia de roupas sujas, decide usar suas últimas moedinhas de pesos convertibles para comprar a cristal, la preferida de cuba (ou seja, cerveja). normal, né? de que vale levar poderosas moedas cubanas turísticas para casa, melhor embarcar tchuco... eis, porém, que depois do último tim-tim, o turista desavisado, leia-se eu, sofrerá o achaque final sem poder dar um pio, e claro, pagando 11% a mais.
fotonovela
piero compra duas latinhas de cristal. tica, toda boba, antes de ser achacada, brinda alegremente. salud, compañero...
cena 1: tica na alfândega, contente e faceira com o seu bronzeado.
- hola.
- buenas noches, compañera. posso ver a sua passagem.
- pois claro.
- és que falta aqui o carimbo da taxa aereoportuária.
- não, companheiro, paguei a taxa aereoportuária na bélgica, veja, quando comprei a passagem, uns 100 euros foi só para a taxa aereoportuária...
- não, companheira, falta o carimbo do governo cubano. a senhora pode passar ali naquele balcão (ao lado da alfândega) para pagá-la. são 25 pesos convertibles.
cena 2: tica ficando ainda mais vermelha que o bronzeado, discutindo em várias línguas com o companheiro da alfândega. MAS O QUE É ISSO, COMPANHEIRO??
cena 3: tica e piero abatidos, vencidos pelas forças castritas, chamando até a quinta geração do homem de ladrões fdps, se encaminham para o tal balcão do achaque.
cena 4: tica e piero, assim como os outros turistas desavisados, são obrigados a passar o cartão crédito (mais 11%) no banco ao lado do balcão do achaque para retirar 25 euros (por cabeça) para receberem o carimbo que os libera para sair do país.
cena 5: tica volta à alfândega. o compañero abre o passaporte e compara a foto com a tica, que diz em tom insolente, mas não muito porque fica com medo de ser presa:
- soy yo misma, compañero, pero 25 pesos más pobre!
5.9.05
Postado por the writer às 11:38 AM
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Um comentário:
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