18.9.03

teoria
esses dias criei uma teoria. a teoria da saudade. da minha saudade.
eu morro de saudade do brasil, é claro. mas nao de porto alegre ou sao paulo.
nao da cidade baixa, da furriel luiz antônio vargas ou da ramiro barcelos.
eu morro de saudade de vocês. de ter na minha agenda telefônica nomes que representam histórias.
mas a saudade que eu sinto da itália, ou, principalmente de roma, é uma saudade diferente. é muito mais doída. me faz sofrer, por exemplo, ao ler no rótulo de um vinho do supermercado (belga) CHIANTI. antes, a regiao chianti tava ali, a uma hora de trem "de distância".
e os vinhos, a preço de nada, tavam "da per tutto".
de roma, sinto falta inteira.
do tipo de luz que o sol proporciona, mais amarelada, mais densa.
do barulho, pois lá NADA é silencioso.
do cappuccio e do cornetto de manha, antes do trabalho, depois da "lunga serata".
do 34, do 60 express, do 30N.
da nomentana... ah, a via nomentana...
(até o chico buarque sabe o que é sentir saudade da nomentana!)
do tevere.
do tráfego.
do bartaruga.
dos jogos da gloriosa roma...
da inter di vieri.
do mercadinho de secos. e molhados.
della mucca assassina.
do gian e da isa, enfim.

vou para treviso visitar a família em outubro.
prometo beijar o chao ao desembarcar.

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