lacrime
na noite em que me levaste para casa, depois de uma ou duas festas, e tu sentaste no sofá e eu deitei nas tuas pernas e, enquanto acariciavas os meus cabelos eu te contava a minha história, e lágrimas fugiam dos meus olhos bem devagarinho, e estranhamente eu não sentia vergonha delas, nem vontade de parar, nem vontade de que aquele momento acabasse, e daí começou a tocar essa música, da carla bruni, e tu cantou bem baixinho, como quando conversamos depois do jantar, no sofá da tua casa. a sensação é quase a mesma para mim: não há nada mais lá fora. o mundo somos eu e tu naquele sofá.

Quando sei qui con me
Questa stanza non ha piu pareti
Ma alberi, alberi infiniti
E quando tu sei vicino a me
Questo soffitto, viola, no
Non esiste più, e vedo il cielo sopra a noi
Che restiamo quì, abbandonati come se
Non ci fosse più niente più niente al mondo

grazie per la chiamata, baby.
e grazie d'esistere.

a semana foi uma correria louca.
coisas boas e coisas ruins.
mas isso é óbvio, sempre.. não?
ontem, enquanto esperava uns amigos num bar, recebi um telefonema para correr para o hospital porque uma amiga estava entrando numa operação de emergência..
deu tudo certo, a única parte imediata do saldo negativo é que ela vai ter que passar a noite de natal no hospital. vabbe.. natal é meio chato mesmo, acho até que existem datas piores para se passar num quarto de hospital. força, força..
mas a mensagem é a seguinte, e bem propícia para o momento: o importante é invisível aos olhos. o que importa não se toca, não se vê, muito menos se compra: trocas. sempre elas.
hoje, depois do meu jantar com a família, vou dar um pulinho até o hospital e tenho certeza que vou rir bastante com essa minha amiga. bom, existem vantagens em se morar fora, temos horas e hora de novidades para por em dia!!
bom natal para vocês!

primeiras 100 horas de brasil
porto alegre é estupenda no verão.
posso usar "til" no blog porque o computador me permite.
posso falar a minha língua com todo mundo.
posso tomar uma ceva gelada na frente do ossip.
posso esquecer da existência do supermercado por uns dias
(a geladeira da casa da mamma é sempre cheia)
posso, depois de muito, muito tempo, ver as marcas das recordações e pensar nelas sem sofrer.
posso adorar estar aqui, curtir cada minuto, e não ver a hora de voltar para... casa.
pulamos do estado "estou bem" para o estado de felicidade incontimente.
já fazem uns meses, mas eu sempre preciso de tempo para aceitar.
sou muito realista, nos limites do pessimismo.
ainda bem que meu otimismo e voglia di vivere são incorrigíveis.

brincadeira zebrada
choque térmico
pele branca
frio / calor
um gole gelado
uma medida de vida
o tempo apertado
antecipando a partida
medo de ir
e de deixar
e de quando voltar
nao mais existir
o que ficou
solto no ar

48 horas
Os únicos momentos em que sinto uma saudade filha da mae de casa é quando faltam 48 horas - ou menos - para embarcar para o Brasil. É inevitável. E é delicioso também.

a cena mais engraçada do dia (de ontem) foi quando...
... depois de comer e beber: gemgibre coberto com chocolate meio amargo no mercado, champagne com suco de laranja num bar moderninho, uma taça de champagne num bar antiquado, sopa japonesa no restaurante, vinho branco, sushi, sakê, café num quarto lugar, cerveja, dois cigarros e meio...

...esperávamos o elevador, às quase duas da manha, e nos beijávamos sem muita, tsc, tsc, cerimônia, quando abre a porta do troço e saem umas cinco pessoas de dentro...

bonsoir, bonsoir.
psssssssssssssssssss....

vulneravelmente volúvel
assumir um sentimento assim, nao para os outros, talvez para o outro, mas principalmente para ti mesmo, é uma mistura de temores, fantasias, desejo. substantivos que te impulsionam e depois tentam te freiar. curto-circuito. é como se despir de olhos fechados na frente de alguém. com os olhos abertos seria exatamente a mesma coisa, mas parece mais difícil. é como nao querer, mas, sem querer, nao poder evitar. é um pouco como saber que, enfim, isso nao vai dar certo.. mas, também, quem foi que disse que nao vai dar certo? é um pouco como dizer: azar! tapar o nariz e se jogar. mas na verdade é muito melhor do que tudo isso.

o foda é simplesmente nao conseguir mais se concentrar para o trabalho... enfim. dá licença, signore, que agora eu vou tra-ba-lhar!

da série nem eu me aguento mais assim melosa..
tica: amanha vou fazer programas de criancinha ;) vou patinar no gelo com ele e depois vamos fazer jantinha em casa
doug: aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa sao os melhores!!!!!!!
tica: hehehehhehehehehhehehe vou me divertir muito.. e ficar cheia de roxos, já tô vendo..
doug: coisa que só tem graça apaixonado ou bêbado com amigos.... mas apaixonado é ainda melhor e mais saudável!

Coelho ao molho de Cacao e Formaggio Piemontese con TARTUFO
posso dizer uma coisa? vocês nao têm noçao!!
Enfim, pouco a dizer.. ratifico absolutamente tudo aquilo que eu disse ontem.
Viva a colher de pau!

como água para chocolate
tô vivendo um romance açucarado (com licença, permitam-me a liberdade literária.. eu nunca tinha experimentado o prazer da gula salpicada - ai, ai, ai, ai - com a vulnerabilidade apimentada de uma paixonite). spaghetti ao molho de queijo roquefort e vinho branco às duas da manha, sexta-feira, depois de um cineminha e uma caminhada - interminável - de cinco minutos (do cinema para casa) sob um frio de menos dois graus célcius. acho que nunca mais vou conseguir me interessar por homens de pouco talento na cozinha. de história com um "chef"? recomendo! colher de pau (liberdade literária.. sempre ela..) entrou para a minha lista de "itens de seduçao", da qual já faziam parte, e seguem intocados, canetas e blocos com coisinhas íntimas escritas, livros (que devem sempre aparecer "em toneladas" para surtir efeito), bons cds, claro, fotos de viagens e camisas sociais azul clarinho. tsc, tsc, sinto que essa história, além de mudar a largura da minha cintura, vai acabar destruindo o pouco de capacidade de discernimento e bom gosto gramatical que construí a duras penas até aqui. (mas, convenhamos, se for para perder a classe, que seja com um bom vinho e o melhor risotto da história.. vero?)

xeque-mate
esses dias pedi para um amigo me ensinar a jogar xadrez.
"sabe que xadrez é como a vida posta num tabuleiro? têm as peças, as estratégias, o tempo certo para tomar as decisoes.. quer dizer, aprender a jogar xadrez é mais ou menos como aprender a viver, ou a lidar com a vida.."
àquele ponto, fiquei com medo. talvez precise de mais uns anos antes de aprender a jogar xadrez.

Mais uma da série semana melosa flambada no conhaque..

Acho que depois de dois anos de embargo, meu pequeno e estúpido coraçao
retomou algumas trocas comerciais com o mercado externo.. italiano, para ser
mais exata. Em outras palavras, tsc, tsc, acho que estamos desenferrujando aqueles musculinhos do rosto que insistem em exercitar o seu limite com um sorriso que permanece aberto mesmo quando a temperatura é de 6 graus célcius, cai uma garoazinha gelada, eu esqueci o guarda-chuva em casa e o ônibus está atrasado para a aula mais chata da semana sobre sistemas de governo na Ásia Oriental nos anos anteriores à Idade Média.. Todos os sintomas típicos se manifestam: perda total ou parcial do apetite, acordar cedo sem o despertador tocar, levar tombos pela rua, blá blá blá..

in a little while..
.. em exatas duas semanas estarei desembarcando em sampa.

Delicioso.
Pêra e pedacinhos de queijo parmesao.
Ao mesmo tempo na boca.
Uma coisa inexplicável.
Nao tem como colocar em palavras.
Quem já experimentou sabe ;)

Prato típico
O jantar mais romântico do mundo é feito com risotto al vino barolo. Uma cebola daquelas roxinhas, arroz para risotto, manteiga, queijo parmesao, pimenta, sal e vinho tipo barolo (tinto). Secondo piatto: cozinheiro piemontese. shhshshshhshhshhshshhshssh