29.1.04

barreiras estranhas
existem umas convenções entre as pessoas que eu acho muito estranhas. todos os dias eu convivo com umonte de jornalistas estrangeiros que, como eu, se viram com as notícias de bruxelas. sabemos por cima quem somos, mas quase nunca nos cumprimentamos. até que, por acaso, caímos no mesmo corredor por uns minutos: oi, tu és espanhol, né? e tu trabalha para quem? ah, legal... eu isso, eu aquilo. a partir dali tá oficializado, nos conhecemos. e aí tem que dar oi todos os dias. rompendo barreiras.

neva há dois dias em bruxelas. acordamos com a cidade coberta com uma sutil camada branca. ontem de noite, antes de ir para a cama, guerra de bolotas de neve. ser um ser exótico e viver em um país tropical é delicioso, mas tenho que admitir que passar a infância com divisões de neve e calor entre as estações do ano deve ser espetacular. sem mais.

28.1.04

está nevando. quer dizer, agora há pouco parou e abriu sol.. mas estava nevando, desde ontem bem tarde da noite (e eu, o que tava fazendo tarde da noite que nao tava dormindo.. é, bé, essa é uma outra história, matéria para outro post...). e é lindo. lindo demais. vim caminhando para o parlamento hoje de manha e cheguei aqui semi branquinha. tinha meio quilo de neve na aba do meu chapeuzito vermelho.

26.1.04

ancora
e continuamos com o problema nos comments...
lo so, lo so...

espírito gulao
voltamos à velha forma
sei lá, achei que tinha maizávê.

22.1.04

outras mumunhas mais..

me sinto fazendo um tipo de experiência comigo mesma.
sem grana, sem emprego fixo, sem quase nenhuma segurança tangível.
só a certeza sobre o que eu quero fazer da vida, uma ou outra possibilidade de botar um puto na conta antes de entrar no negativo e a experiência de quem já está há meses nessas condiçoes de saber em que prateleiras do supermercado se escondem os produtos mais deliciosos pelos menores preços. e quando o pânico sufoca, alguma voz que grita nem sei de onde, lá do fundo: tu ainda tá respirando? ainda tá de pé? entao, guriazinha, cala a boca e segue.
e às vezes levo um poco de tempo para calar a boca, mas sempre sigo. e é louco. sigo seguindo.
quase como cineastas e escritores em início de carreira, sabe? ninguém acredita neles. ou quase ninguém. mas eles, lá no fundo, seguem acreditando. e fazem uma vida simples só para fazer o que escolheram. para os outros, fazem milagres. tem gente que nao sabe viver assim.
mas o que acontece de estranho é que, bem, eu nao sou cineasta e muito menos escritora em início de carreira.
eu sou jornalista, virginiana, prática, ocidental, consumista, intelectualóide, moderninha. daquelas que acha normal comprar camisinha no supermercado (minha filhaaaa!!). daquelas que pode aprender a viver com um salário pequeno. mas que nao quer nem pensar em aprender a viver com o salário de outrem. orgulhosa? ué? já, disse ocidental, nao disse?
mas sabe o que é a pior parte?
a pior parte é essa luz que funciona com sensor (pouco sensível) e que fica apagando toda a hora enquanto eu estou escrevendo. ter que mexer os braços para o alto, levantar e caminhar para ACENDER A LUZ, essa é sem sombra de dúvidas a pior parte.

fome
quem foi que disse que amor nao enche barriga de ninguém? hein?

21.1.04

QUE SACO
eu nao faço idéia do que é que tá acontecendo aqui.
por pouco, muito pouco, nao mandei tudo aos ares e nao deletei esse blog.
eu sei, nao ia fazer a mínima diferença na vida de ninguém.. talvez nem na minha..
mas é que html é um troço muuuuito chato e eu nunca dominei a arte..
além disso tô com fome..
bé. decidi esperar o doug voltar para casa e ter piedade para me ajudar.
até lá, "sem comentários", sorry!

20.1.04

a vida vem em ciclos
durante pelo menos dois anos, entre 1996 e 1998, meus músculos cervicais eram constantemente tensos, duros como rochas, estado de alerta total. eu achava que um dia, num passe de mágina, eu iria acordar, tocar nos ombros e sentir que toda aquela tensao tinha passado. ledo engano. o processo de relaxamento dos meus músculos foi lendo e longo. tao lento e tao longo que eu só fui me dar conta que ele havia ocorrido quando, um dia ao acordar, notei que os meus músculos cervicais estavam novamente tensos.

19.1.04

sejam rápidos: quem quiser me visitar em bruxelas.
em tempo: devo mudar de capital antes do fim do ano.
mistério: nada.. nem eu sei onde..

o simples, o melhor
noite de sábado
estudei o dia inteiro
(quem vê pensa.. tsc tsc)
depois recebi um cozinheiro em casa
massa ao alho e óleo e pimenta vermelha
vinho tinto estupendo
hummmmmmmmmm
inverno..

14.1.04

casa
tô longe de.. casa há uns dois anos.
a essas alturas, minha.. casa, já é aqui, longe.
mas toda vez que viajo para o brasil, digo que vou para.. casa.
e lá me sinto deveras em.. casa.
mas, a essas alturas, de novo, aqui também.
cheguei à conclusao de que eu, mesmo quando estou em.. casa, estou viajando.
eu sei, tá, e daí?

o Bruno Galera escreveu por aí que casais que sentam-se lado a lado em um restaurante o causam constrangimento. fiquei pensando sobre o assunto. bé. nao me causam constrangimento, mas concordo, sentar-se um de frente para o outro, olhar nos olhos, ter limite na possibilidade dos toques (ui, greta!!) e etc, é deveras mais, digamos assim, tsc, tsc, atraente. sentar lado a lado e ficar de mao o tempo todo é "abbastanza" fofinho. e casal fofinho é lamentável, vero? eu fora!!

13.1.04

demodê
quer coisa mais fora de moda que a expressao "fora de moda"?
ou coisa mais antiquada que guardar roupa recém comprada para usar para sair
a minha mae até hoje diz quando me dá uma roupa: nao vai usar para bater, né?
taí, tem coisa mais inadequada que ter roupas que nao servem PARA BATER?
se é justamente correr, trabalhar duro, suar, ser flexível, racional e "adequável", ou seja, BATER, a coisa que mais fazemos nessa vida?
ou quer coisa mais fora de época que gente que se tosta ao sol e acha que parecer filha de dona de estética de máquinas de banho de lua é o máximo? aliás, a expressao banho de lua já é o ó do borogodó, né?
mas ninguém muda a minha opiniao: a coisa mais cafona - além da palavra cafona - do mundo continua sendo gente que passa receita de dietas "que emagreceram toda a família" para todo o mundo, em todas as rodas de conversas, em todos os instantes e continuam acreditando que só comer ovo, queijo e carne possa ser saudável, apesar de deixar a pessoa com um bafo de hipopótamo. pior que isso, só andar com cópia xerocada da dieta na bolsa para nao precisar copiar à mao para as amigas anorexicas.
às vezes eu acho que existe uma rede tipo essas pirâmides para ganhar dinheiro ligada a esses livros de dietas do tipo south beach.. nao é possível que as pessoas façam toda essa publicidade de graça.. é?

12.1.04

elis rita maria regina
nos últimos dias ouvi de três pessoas diferentes que eu me pareço um pouco com a maria rita.. deve ser a mania - minha e dela - de gesticular umontao.. independente do motivo, gostei. acho ela linda, e adoro o cd. adoro porque já adorava, como todo mundo, a elis, e linda porque acho ela cheia de personalidade, nao é magra esquálida, é feminina até dizer chega e nao tem a cabeça oca como 98% dos "famosos". aí, vamleu meu povo!! sou parecida com a maria rita com todo o prazer, apesar de achar que nao temos NADA a ver, scusaí..

6.1.04

de temps en temps..

na minha escrivaninha tenho um pinguim de madeira sentadinho num sofá verde, lendo um livro. há anos. pinguim mais burro esse.

5.1.04

acho que todo mundo deve ter, mas eu insisto em achar que é uma coisa minha: tenho um amor quase incondicional pelo tempo. não importa a medida. pode ser o tempo de cozimento do arroz, ou de um cd, ou, essa é só para os antigos, um dos lados de um disco.. só acabar esse cigarro.. ou tá, vou tomar um banho e já vou. o tempo, e melhor ainda, aprender a lidar com o tempo certo para cada coisa é um exercício delicioso. coisa de velho, adulto, talvez. com certeza. é preciso de tempo para saber o tempo que leva. adolescentes nunca têm tempo. fazem quase tudo antes da hora. talvez por isso comam miojo. um dos tempos mais difíceis de se aprender a usar corretamente, e erra quem pensa nas receitas com camarão ou no orgasmo, é o de dizer alguma coisa para alguém. esperar pelo momento certo, seja uma novidade boa, uma crítica ou um convite, é muito difícil. exige experiência, tato, sensibilidade, mas principalmente, serenidade. e, assim como o sal na medida certa, nem a mais, nem a menos, muda todo o gosto do prato. bom 2004 para todos nós.