12.7.04

semana passada me bateu uma daquelas saudades insuportáveis de casa, da mami, do irmao e do país. da cerveja gelada nos botecos com os amigos. dos dias de sol de inverno. da feira do livro. de um emprego com carteira assinada e décimo terceiro salário.

daí um amigo meu escreveu que a violência anda aumentando em porto alegre (anda aumentando... tsc tsc... há dez anos anda aumentando, sejamos sinceros). e me perguntou quantas fechaduras tem a porta da minha casa? e do meu edifício?

bem, a nao violência diária e cotidiana é a primeira coisa que a gente aprende a gostar estando fora do brasil. e acostuma muito rápido. liberdade, é como ela se chama na verdade. moro no centro, vou à pé, sozinha, de noite ao cinema que fica umas quatro, cinco quadras da minha casa. e o máximo que acontece é ser abordada por um mendigo pedindo esmola. aqui também existe assalto, roubos de carro, vidros quebrados e assassinato, estupro... mas a pergunta era muito coerente: minha casa tem uma fechadura, nao tem guarda nem durante o dia nem durante a noite, as janelas sao de vidro, nao têm grades, e eu durmo tranquila. é estranho. um outro mundo. no brasil minha casa tem três fechaduras, grade e a gente ainda paga um guardinha 24 horas por dia para poder entrar com o carro na garagem sem se preocupar tanto.

dá medo. muito medo viver no brasil. e eventualmente, quando a saudade bate violenta e forte digo para o piero que quero voltar a viver no meu país. às vezes ele responde que tudo bem, mas que tem medo. e eu, envergonhada até a morte respondo que eu também tenho medo. que triste.

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