13.6.05

Como as coisas são
ou Alguma coisa está fora da ordem

Eu já andava mesmo meio irritada com esse blá blá blá sobre o lançamento da nova Daslu ocupando muito mais espaço que tanta coisa muito mais relevante no Brasil para ser falada. Por isso mesmo, ao bater os olhos nessa matéria da Folha hoje, consegui finalmente achar que alguém externalizou essa falta de sentido na nossa sociedade de forma tão sintética. Para quem não é assinante UOL, a copio aqui:

O Masp (Museu de Arte de São Paulo) não recebeu nem um centavo de doadores privados neste ano. Talvez por isso sejam reveladoras as fotos em que Julio Neves, o presidente do museu, aparece sorrindo na inauguração da Daslu, cujo prédio foi projetado pelo arquiteto.
As fotos são reveladoras porque expõem cruamente o muro que separa os novos ricos do universo da arte: os que pagam R$ 4 mil por uma saia ou R$ 8 mil por um terno acham que não vale a pena dar um centavo para o Masp ou para qualquer outro museu.
A ascensão meteórica da Daslu e a morte lenta do Masp parecem fazer parte de um mesmo fenômeno: aquele em que a elite paulistana abandona completamente a esfera pública, o espaço de convívio com os diferentes, para se isolar em bunkers como o que abriga a Daslu.
(para quem se interessou, a matéria segue, me peçam por email que eu mando)