God bless the queen - it's finally glorious Friday!!
O mês do nosso aniversário é sempre um mês intenso. Os astrólogos sempre dizem isso, mas eu acredito em astrologia da mesma forma que eu acredito em gnomos - com toda a seriedade sempre, é claro!!
Mas deixando de lado astrólogos e gnomos, a verdade é que agosto sempre foi um mês cheio de novidades na minha vida. Quer ver, foi em agosto, nesses últimos 28 anos, que eu: nasci. sofri de amor pela primeira vez. dei meu primeiro beijo. levei meu primeiro pé na bunda. fiz 15 anos. fiz 18 anos. fiz 20 anos. fiz 25 anos. farei 30 anos. me formei jornalista para vergonha total da classe ;) etc...
Foi em agosto também, no dia 23 há exatos dez anos, que meu pai morreu. Este ano, estranhamente, eu quase passei a data batida. No meio de centenas de jornais e documentos burocráticos, os dias pré-holidays foram exaustivamente longos. Não fosse a rápida telefonada da minha mãe, só teria me lembrado do aniversário de morte do meu pai dias depois.
Naquela noite, então, peguei as minhas fotos preferidas da minha família, e fiquei na cama, antes de dormir, mostrando e explicando elas ao Piero. Chorei só quando cheguei na minha foto preferida com o meu pai, uma foto veeeelha, de quando eu tinha uns 5 anos, de pé entre as pernas dele, sendo abraçada e com uma carinha tranquila, enquanto ele assistia ao futebol na tv. A foto é linda, e o bigode do velho super anos 80 na foto dá um ar divertido. Também tem uma outra linda, no Centro George Pompidou em Paris, quando eu tinha uns 8 anos. Eu, sentada lendo um folder super compenetrada, como se estivesse lendo Shakespeare, e o meu pai deitado ao meu lado, fumando um cigarro e me olhando com um sorriso lindo. Prá lá de anos 80 também. Nas duas fotos o meu irmão tá ao lado do meu pai, participando, e eu gosto de acreditar que foi a minha mãe quem bateu as fotos. Adoro elas. Dizem muito sobre meu pai e a minha família.
Eu adoro a atenção que ele sempre nos deu, e como boa filhinha caçula, adoro a atenção carinhosa que meu pai sempre ME deu. Ele me adorava. Eu podia fazer o que eu quisesse, meu nunca ficava brabo comigo por mais de 15 minutos. E eu adorava quando ele me chamava de dotchinho (imitando uma vizinha nossa que quando criança não conseguia falar docinho, e repetia a todo o momento "eu quelo um dotchinho"), ou quando me chamava de passarinho - sei lá de onde ele tirou isso - e de Caroliiiina (porque estava brabo). Também adorava os apelidos que ele dava aos meus namorados: Guabirova e Branquela, por exemplo. Outras vezes ele insistia em chamar os meus namorados pelo mesmo apelido que eu, criando uma cena ridícula tipo servir o prato do meu namoradinho dizendo: Ó, Gatinho, pega a tua massa. Fico pensando como é que o velho Gianfranco ia chamar o Piero...
Mas eu adorava, sobretudo, quando o meu pai me chamava de princesinha. Lembro que quando ele morreu, 10 anos atrás, pensei: que merda, perdi o trono.
25.8.06
Postado por the writer às 12:40 PM
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Perdeu nada, boba! Nosso trono é nosso, e ninguém tasca. Pode ter certeza de que eles tão guardando o lugar pra gente.
Parabéns, querida :-)
ai, chorei...
vem logo, ô guabiroBa, quero te dar um abraço!
tb me fez chorar, sua boba, seu pai realmente era uma figura ímpar na nossa familia tão séria...parabéns pra vc!
Vai lá no meu blog que tem desafio pra ti.
Oi guria!!
Somente hoje entrei no meu blog e vi tua msg. Nem me lembrava mais que ele ainda existia (rsrsrsrs).
É, na verdade não escrevi mais nada, perdi completamente o tesão, e o tempo tem sido cada vez mais escasso.
Fica o meu beijo aqui e se em algum momento voltar a colocar algo lá, pode deixar que te aviso.
Ricardo
Postar um comentário