22.10.07

te contei a última do português?

Ao descer do avião e colocar os pés em Portugal o colesterol da pessoa já começa a aumentar. Nada me tira da cabeça que o consumo de ovos percapta em Portugal seja o mais alto do mundo. E que ovos!

O garçom de um dos deliciosos restaurantes que eu visitei em Lisboa me disse que isso nem era assim tão verdade, que ele achava que a França por exemplo, com todos os seus bolos e folheados, consome muito mais ovos que os lusitanos. Sei não. Outra fonte, a Carol Amorim, me explicou a razão das gemas de ovos em quantidades inacreditáveis em qualquer padaria de qualquer esquina lisboêta: era assim, alguns séculos atrás, quando a quantidade de freiras em Portugal quase excedia a quantidade de raparigas casadoiras, se usava muitíssimas claras de ovo para dar aquela levantadinha na aba dos chapéus das irmãs nos conventos. Era tanta aba, mas tanta aba, que um dia tiveram que achar um bom uso para as gemas.

Então tá, um dia a senhora do seu Manuel decidiu que com a clara se engomava, e com a gema, ou melhor, com doze gemas e vários quilos de açúcar, se fariam os melhores doces do mundo. E claramente (Pegaram?) deu docemente (tá, forcei) certo.

Olha, juro, vou ficar uns dois meses sem poder chegar perto de um ovo (o Piero que me desculpe, mas vai ficar sem camisas engomadas também :) mas vale muito a pena. Dezenas de pshtéish d'nata, trav'sseiros e queijadinhash depois, voltei para Bruxelas com medo de ter um enfarte, mas feliz da vida e docinha, docinha.


E para mim, Lisboa é uma delícia. Além dos doces espetaculares e do sol Atlântico que eu amo, a cidade parece muito uma Porto Alegre com ares de Florianópolis. Muito sol, muita água, muito mar, muitos restaurantes, muitas subidas e muitas descidas. Poish, me senti em casa e pá!

14.10.07

era mais ou menos isso o que eu queria. nada demais, really.

bem simples, só o que realmente importa.
avisem aí se tá ruim de ler (por causa do contraste ou não contraste das cores e tals).

mas nem era disso que eu ia falar. eu ia mesmo falar era dos meus trinta anos a vir. eu sempre tive essa fantasia de que aos trinta eu seria definitivamente mais gostosa que fui aos 15. e não que essa seja uma meta realmente muito difícil, porque sejamos sinceros (no caso o plural é para as várias 'mins'), eu nunca fui uma GOSTOSA. mas enfim. daí que eu tô quase lá, há menos de um ano dos trinta e, sinceramente, acho difícil rolar essa engostosada aí nos próximos.. dez meses.

mas nem tudo está perdido também. ainda dá para perder uns... 5 quilos? e tentar dar uma firmada na geral. e, pelamor, deixar o cabelo crescer que o corte atual tá triste.

e daí que essa história de ser mais ou menos gostosa me fez cair na real. porque tem aquelas coisas que a gente quer muito fazer na vida, né, mas vai esperando, achando que um sinal divino vai rolar no dia em que for para ser. mas daí que eu já vivi 29 anos dos meus x anos de vida e, durante todos esses 29 anos, nunca, nunquinha, jamé vi um desses sinais divinos aí.

vai ver é porque eu não vou à igreja. ou porque eu não sou judia. ou porque não uso burqa e corto o cabelo. seja lá o que for, achei que tá na hora de parar de esperar o sinal divino e fazer o que eu sempre quis fazer e nunca fiz. não que seja assim, uma coisa superextraordinária, é bem simplinha até. mas nunca deu coragem. e agora vai, meu brasil!!

10.10.07

tá crianças, fudi o layout do blog.
merda.

Engenheiros

Botei um disco dos Engenheiros para tocar e, putz, voltei forte no tempo.

Do caralho.

Tai um mal do qual eu nao sofro!
Da revista TPM - Por que perdemos o prazer de comer??

alias, o Xixo Sa eh o que ha, neh?

APRECIE SEM MODERADOR DE APETITE | POR XICO SÁ

Nada mais bonito do que uma mulher que come bem, com gosto, paladar nas alturas, lindamente derramada sobre um prato de comida, comida com sustança. Os olhinhos brilham, a prosa desliza entre a língua, os dentes, sonhos, o céu da boca. Ela toma uma caipirinha, a gente desce mais uma, sábado à tarde, nossa doce vida, nossos planos, mesmo na velha medida do possível.
Pior é que não é mais tão fácil assim encontrar esse tipo de criatura. Como ficou chato esse mundo em que a maioria das mulheres não come mais com gosto, talher firme entre os dedos finos, mãos feitas sob medida para um banquete nada platônico. Época chata essa. As mulheres não comem mais ou, no mínimo, dão um trabalho desgraçado para engolir, na nossa companhia, alguma folhinha pálida de alface. E haja rúcula!
A gente não sabe mais o que vem a ser o prazer de observar a amada degustando, quase de forma desesperada, uma massa, um cuscuz marroquino/ nordestino, um cabrito, um ossobuco, um barreado, um bife à milanesa, um torresmo decente, uma costela no bafo, abafa o caso! Foi embora aquela felicidade demonstrada por Clark Gable no filme Os Desajustados, quando ele observa, morto de feliz, Marilyn Monroe devorando um prato. E elogia a atitude da moça, loa bem merecida.
Além do prazer de vê-las comendo, pesquisas recentes mostram que as mulheres com taxas baixíssimas de colesterol costumam ser mais nervosas, dão mais trabalho em casa ou na rua, barraco à vista, dê-erres sem fim... Nada mais oportuno para convencê-las a voltar a comer, reiniciá-las nesse crime perfeito.
Às fogazzas, aos pastéis, aos cabritos assados e cozidos, ao sanduíche de mortadela, ao lombo, de lamber os lábios, ao chambaril, ao churrasco de domingo para orgulho do cunhado, que capricha na carne e sabe a arte de gelar uma cerva de primeira. E aquela fava, meu Deus, com charque, enquanto derrete a manteiga de garrafa, último tango do agreste...
O importante é reabrir o apetite das moças, pois, repito, senhoras e senhores, o velhíssimo mantra: homem que é homem não sabe sequer – nem procura saber – a diferença entre estria e celulite.