ainda da menoridade
lembrei de um piadinha (que eu nao entendia) que os coleguinhas do colégio criaram para mim quando tínhamos uns... 11 anos?
lá vai:
a tica e o tico foram no cinema. quem pagou?
resposta: a tica, claro, o tico tava duro.
agora pensando, que espécie de coleguinhas...
mas até que era bem feitinha, pena que eu nao entendia.
28.10.04
Postado por the writer às 5:23 PM 4 comentários
27.10.04
coisa de guri
bá, hoje no ônibus, me lembrei de uma história da minha infância que me fez pensar na enorme cota de paciência que uma mae precisa ter nessa vida. a minha, pelo menos.
certo dia, com uns 8, 9 anos, o gênio do meu irmao decidiu fazer coleçao de rótulos de latas, boa essa coleçao, muito boa. a criatura já fazia coleçao de capas dE veja, de latinhas de cerveja, de selos e de péssimas notas no colégio.
eu, entao com 6 ou 7 anos, achei a idéia o máximo, como todo o irmao menor acha o máximo tudo o que propoe o irmao mais velho, e fui na cozinha arrancar um rótulo de uma lata velha de nescau que já tinha acabado. eu queria fazer a coleçao junto com ele, claro, irmao menor adora o que o irmao mais velho faz, mas adora mais ainda fazer junto.
mas o guri nao gostou. cada um tinha a sua coleçao, e a dele tinha que ser, obviamente, muito maior. ele teve entao uma brilhante idéia: arrancar TODOS os rótulos de TODAS as latas de TODA a cozinha. eu fiquei morrendo de inveja, mas, enfim, nao tinha sobrado UMA só latinha para moi.
eis que o horário da janta chegou, mami e papi chegaram, e estavam, vejam só, estavam com vontade de comer... ervilhas! um simples omelete com... ervilhas. mas eis que as latas de... ervilhas nao tinham mais rótulos. e, assim, abriram, antes de encontrar a lata de ervilhas, uma lata de leite condensado e uma outra de salsicha (arrrrrrrrrrgs).
e foi desta forma que o meu genial irmao aprendeu a tomar mais cuidados ao fazer coleçoes - comendo salsicha com leito condensado por umas duas horas.
vendo a coisa da perspectiva dos 26 anos, ser a irma menor até que tem suas vantagens. o irmao mais velho tem as idéias geniais ANTES.
Postado por the writer às 2:54 PM 3 comentários
26.10.04
dos galos aos cachorros
eu continuo não sendo a maior fã dele, mas quando um colunista escreve "Isso porque, esqueci-me de dizer, deu lama pra cachorro por lá e cachorro, por lá também, andou fazendo bobagens números um e dois", merece ser lido!
Postado por the writer às 9:36 PM 2 comentários
inverno
aqui, as folhas começam a cair.
a perspectiva de viajar para casa, por mais estranha que seja essa expressão, me anima um pouco, mas não resolve a maior parte dos meus problemas.
tô sofrendo de banzo. sabe como é? aquela espécie de doença que matava alguns africanos nos navios portugueses antes mesmo que eles desembarcassem em terra brasilis. e a vida segue irônica: minha passagem para o brasil é pela tap.
Postado por the writer às 4:24 PM 4 comentários
O amor é cego
Ray Charles é cego
Stevie Wonder é cego
E o albino Hermeto não enxergua mesmo muito bem
Show do Caetano ontem em Bruxelas.
O Caetano tem alguma coisa genial, mas tem alguma coisa muito odiosa também. É arrogante, é debochado, se ama talvez muito mais do que devia, e é ainda mais odiável porque é bom no que faz. O cara tirou onda da platéia umas cinco vezes, chamando a gringaiada de gringaiada e sorrindo com cara de bobo para eles.
Os belgas não são cegos, mas acho que, como Hermeto, não enxergam mesmo muito bem.
Postado por the writer às 10:34 AM 1 comentários
25.10.04
sobre as páginas amarelas dE veja dessa semana.
ou devo chamá-la CARAS??
Postado por the writer às 5:47 PM 0 comentários
22.10.04
que estranho...
ontem eu coloquei um post aqui dizendo que eu estava escutando o novo cd do gotan project, mas hoje o post sumiu... soh para deixar claro ao mundo virtual que estah me sabotando: EU CONTINUO ESCUTANDO GOTAN PROJECT, VIU????
humpf.
Postado por the writer às 1:28 PM 4 comentários
18.10.04
verdade ou uma dose de aumento do oliver stone...
não importa se o jim morrison teria sido ou não preso ao dizer essa frase ao vivo na tv, isso não muda o fato de que: you know that it would be untrue, you know that i would be a liar, if i was to say to you - girl, we couldn't get much higher - não poderia ter sido escrita exatamente assim no atual mundo das drogas cool em pílulas. e teria sido uma pena.
Postado por the writer às 9:48 PM 2 comentários
murder
um casal caminha de noite por estocolmo.
chove e faz frio, mas como são turistas, passeiam. passam por uma vitrine com roupas e máscaras de animais, porcos, cachorros, como rosto dos manequins.
- nossa, que macabra essa vitrine - diz ela. - parece aquele filme de terror do kubrick, aquele com o jack nicholson... como se chama? que o menininho caminhava com o dedinho mexendo e dizendo uma palavra estranha...
- não sei, não vi - responde ele.
e continuam caminhando em silêncio em direção ao hotel. um passeio de uns 20 minutos.
a cidade é escura. o mar que entremeia as ilhas que formam a cidade é iluminado apenas por alguns poucos postes com luz amarela. passos. eles caminham e os seus passos é tudo o que escutam. mas ela agora tá obsessivamente pensando no filme do qual o nome não se lembra.
"o que era mesmo que o menininho repetia continuamente? didred, didred... não, não era isso. era uma coisa que queria dizer uma outra coisa de verdade em inglês... didred não quer dizer nada... killer? não... não era rellik, decididamente não era isso..."
e seguiu se perguntando che cazzo falava o menininho do filme do kubrick enquanto caminhavam em direção ao hotel-barco. "a.. b... c... d.... eu tenho certeza que tinha D na palavra..." continuava.
de repente, do nada, apareceu uma mulher de saltos altos, altos demais para uma noite chuvosa, caminhando à frente deles. uma mulher alta, vestindo um casacão preto de lã. e que caminhava logo à frente deles com um pouco de pressa. pressa para chegar em algum lugar no momento certo. "medo", pensou ela. "vai ver eu tenho que lembrar a palavra do filme e, no exato momento em que eu lembrar, alguma coisa horrenda vai acontecer.... vão nos matar... ou vão se matar na nossa frente... ai, não quero mais lembrar... não quero... não quero... como era mesmo? dread... dired? cazzo, como era essa palavra de merda? será que eu tô ficando louca?"
poucos passos faltavam para que chegassem ao hotel-barco-vermelho.
"dredum, dredrum... REDRUM!!!! redrum, redrum, redrum... era isso. redrum!"
silêncio.
a mulher dos saltos altíssimos pára. ela pára. ele segue andando.
- o que foi??
- shhhhhhhhhhhhhhhhhhhh... e faz sinal com a testa para apontar sem usar o dedo.
ele pára com cara de hummm?!.
a mulher dos saltos altos se volta para trás.
ela é linda. loira. alta. olhos claros. sueca, enfim.
- vocês têm horas? - pergunta.
Postado por the writer às 9:20 PM 1 comentários
15.10.04
bichanos
estou no ônibus, sentada ao lado de uma senhora.
entram uns 15 jovens, idade média 20 anos, com roupas que imitam trapos de mendigos e cada um com um boné estranho, com a aba longuíssima. entram calados. aparentemente só um deles, que tem o boné com a aba mais longa ainda, fala. dá ordens.
subam.
calados.
nao coçar a barba, pierre.
martin, vá até aquela moça, se ajoelhe e faça uma declaraçao de amor.
a moça, no caso, sou eu. vermelha e tensa, enquanto todo o ônibus ri da gracinha estudantil.
bem vindos ao trote universitário belga.
Postado por the writer às 1:11 PM 5 comentários
14.10.04
erase and rewind
dia chato, entrevista sem graça, pouco trabalho.
nuvens cinza no céu. pelo menos isso!! posso estreiar minhas moderníssimas galochas azul turquesa made in china pelas poças belgas :)
Postado por the writer às 2:41 PM 6 comentários
não te mexa!
se eu tivesse traduzido esse livro, teria escolhido o título "não te mova", porque me parece mais sonoro, mais agradável. mas talvez "não te mexa" realmente passe melhor a idéia. talvez eu apenas esteja sendo influenciada pelo título em italiano: non ti muovere, de margaret mazzantini, 289 páginas em italiano, parece que em português são umas 305.
achei que não ia encontrar a versão brasiliana da obra porque é um livro mais ou menos novo por aqui, mas tem, pelo menos no site do submarino tem.
e há poucos meses saiu o filme do livro na itália. non ti muovere. e a autora do livro é mulher do diretor e ator do filme, sergio castellito, un grande cara, que fez vários filmes legais. ainda não vi. leva uns 5 meses para chegar na bélgica, não sei porque. vai vê-lo quando passar por aí que vale a pena. mas leia o livro antes, te juro que quando tu abri-lo, não vai mais conseguir trabalhar, comer, tomar banho, fazer nada antes de terminá-lo. ainda não sei se isso é bom ou ruim... mas vale a pena.
Postado por the writer às 11:17 AM 2 comentários
13.10.04
tem dias que eu sou assim
sem vontade de sair de casa
como se nesses dias eu pudesse sentir precisamente o quanto o mundo que eu gosto pode ser concentrado entre essas 15, 16 paredes. entre as diversas prateleiras. que não têm sobre elas pratos, mas livros, e fotos, e mapas, e polígrafos, e documentos vencidos.
e nesses dias eu nem ligo o som, nem coloco os sapatos. simplesmente respeito as minhas necessidades. trabalho em casa. traduções, matérias, marcar entrevistas. e entre uma coisa e outra, escovar os dentes, almoçar, estender o lençol e ler. ler, ler, ler. o livro que estou lendo é tão forte que eu já não sei se estou assim por culpa sua, ou se o leio forte porque estou assim.
mas tento ser meio oriental e me respeitar, apesar de nunca ter colocado o pé além de hungria.
campai.
Postado por the writer às 2:49 PM 4 comentários
às vezes odeio mais, às vezes menos
aquela micro rotina do acordar, esperar os minutos passarem na cama, espreguiçar, vestir as pantufas nos pés, sentir o zonzo e as bolinhas pretas na visão ao levantar a cabeça, arrastar as pantufas até o banheiro, ligar a água, tirar a roupa e as pantufas, aproximar a toalha do box, entrar e sentir o chão frio e a água morna, quase quente, e os pingos grossos que atravessam o cabelo.
mas não adianta. se não faço isso tudo, não acordo.
e hoje eu tava morrendo de vontade de acordar.
Postado por the writer às 11:53 AM 0 comentários
12.10.04
blurp...
sabe a interbrew, aquela cervejaria belga que comprou um pedaço da ambev e, assim, criaram a INBEV, a maior cervejaria do mundo? pois essa mesma, a interbrew, agora chamada de inbev, está tendo problemas sérios com os seus funcionários aqui na bélgica. a coisa tá assim tão séria, que eles estão entrando em greve. por que? porque a interbew/inbev não vai mais oferecer duas cervejas para cada um deles na cantina na hora do almoço.
que democracia, hein?!
Postado por the writer às 11:56 AM 0 comentários
8.10.04
só sei que...
ontem fiquei esperando, fiquei esperando, fiquei esperando a tal da encomenda chegar. não saí de casa até às 16 horas. às 17, porém, eu tinha marcado uma entrevista e TINHA que sair. 16h15min abro a porta, chamo o elevador, desço, abro a porta do prédio e TCHARÁN! o carinha do correio está ali, bem na minha frente. inacreditável o nosso timing, hein?
senhora cimenti? eu mesma...
tsc, tsc, eu já devia saber... devia ter marcado a entrevista para mais cedo.
Postado por the writer às 11:56 AM 1 comentários
sexta-feira, 8 de outubro, 11:30 da manhã (horário belga)
Pelo menos 19 morrem em série de explosões no Egito
Explosão em embaixada em Paris fere dez
Ataque aéreo no Iraque mata oito pessoas
pessoal, negócio é seguinte, férias este ano, só em floripa!!
Postado por the writer às 11:49 AM 1 comentários
7.10.04
you got mail
semana cheia. tenho duas reportagens de rádio para concluir e uma entrevista para fazer pelo telefone (do parlamento), mas fui informada que hoje receberei uma correspondência e que preciso estar em casa das 11h às 18h para abrir a porta e assinar o papel. por hora, já lavei e sequei os cabelos, fiz duas lavagens de roupa, uma de louça e troquei os lençóis da cama.
ai, odeio essa frase pegajosa, mas, putz, ninguém merece, né?!
Postado por the writer às 1:48 PM 1 comentários
6.10.04
hei, os elogios sao para mim!!
ontem fizemos um jantar lá em casa (uma jânta, como dizemos nós, gaúchos) para umas 20 pessoas, todos amigos meus e do piero, para comemorar o aniversário dele. vocês sabem que o cozinheiro lá de casa é ele, nao eu, né? e cozinheiro orgulhoso. 20 pessoas? pode deixar comigo! duro na queda, enquanto eu implorava para encomendarmos comida árabe, chinesa, pizza, qualquer coisa.
mas cozinheiro é cozinheiro e é orgulhoso também. nada disso de comprar a janta fora. buenas, entao lá fomos nós para o supermercado, para os pratos e panelas e, finalmente, para o fogao. 20 pessoas.
o cozinheiro decidiu que queria fazer ritotto como primo piatto, carne com vinho como secondo, quiche e torta para o fim. para os vinte convidados.
bom, eu confiei. se ele quer tanto fazer ele mesmo, deve saber, né?
só sei que lá pelas tantas, a casa tava lotada de gente que nao parava de beber, que nao parava de aumentar o som, que nao parava de fumar, e eu lá, na cozinha, solita! o cozinheiro? tava recebendo o povo, né? claro... eram vinte, imagina se a campainha parava de tocar.
só sei que botei a mao na massa, no risotto, na carne, no brodo, no forno, na pia, na panela e: TCHARÁN! servi a mesa para os vinte, um por um! self service, claro.
e daí os elogios começaram a pipocar...
para ELE, claro.
Postado por the writer às 8:38 PM 1 comentários
5.10.04
como foi o teu fim de semana?
eu fechei os olhos no carro na sexta-feira detardezinha e só acordei três horas depois com alguém perguntando assim: aquela ali, toda iluminada, não é a torre eiffel?
paris, neste final de semana, viveu a "nuit blanche": festas eram oferecidas nos palácios públicos, como na prefeitura, por exemplo, os museus estavam quase todos abertos durante um bom pedaço da noite (e eram de graça) e alguns shows foram apresentados nas ruas e praças para a multidão de pedestres que topava passar a "noite em branco".
tudo lindo.
e caótico.
nós havíamos entendido que o metrô funcionaria toda a noite, então não estávamos preocupados com a volta para o hotel (bastaaaante) deslocado do centro. quando já tínhamos caminhado umas 12 horas desde a manhã até a madrugado, descontando as paradas para restaurante, banheiro, café, descobrimos que queríamos ir para o hotel, mas que na verdade apenas uma linha de metrô funcionava.
táxi, então.
esqueça. mesmo que eles fossem o dobro do número, faltaria. quase fui agredida por um senhor francês na porta de um táxi livre ao qual chegamos, correndo, exatamente no mesmo instante. ele levou. tinha um guarda-chuvas.
Postado por the writer às 9:31 AM 3 comentários