30.4.04

parece pegadinha, mas nao é:
tem foto minha na vip de maio.
recomendo.

qual a pergunta mais intrigante que alguém já te fez?
tô pensando há horas, mas nao sei qual foi...
num "primeiro encontro" uma vez, um cara me perguntou: qual é a crítica que te fazem com mais freqüência?"
eu adorei a pergunta, mas achei o cara um babaca por fazê-la, ao menos naquela circunstância. pergunta de dinâmica de grupo. se fosse num acampamento na praia, em dia de chuiva, depois de brincar de "fui acampar e levei uma panela, uma escova de dentes, um tênis furado...."
também teve uma vez que me perguntaram se eu nao era "barbara kenny"?
sorry, no. mas essa nao é necessariamente intrigante...
minha filha, tu já fez sexo grupal? - essa sim, seria a vencedora. mas nao, nunca aconteceu.

eu sei que é contra as regras do blog usar material reciclado e nao propriamente feita para ele.
mas esse email que eu mandei para um amigo reencontrado ficou tao... saudoso....

eccolo:
"Quando foi mesmo aquele carnaval? Me lembro de ter apenas terminado o namoro com o Pablo, que, apesar disso, continuou hospedado por mais um mês na minha casa da praia. Me lembro de ver ele sofrendo todos os dias pelo fim do namoro e me lembro de me achar uma vaca por nao gostar mais dele. Me lembro de toda a minha família contra mim porque eu estava fazendo isso com o "pobrezinho". E me lembro de simplesmente nao conseguir resistir a fazer um ótimo e desencanado carnaval depois de mais de um ano namorando. 14 anos? Devia ser por aí. Credo! Me lembro da primeira noite, com o Dudinha, num carro de alguém, ele querendo tirar a minha blusa e eu achando ele louco por isso (jamais teria tirado a blusa naquela noite... 14 anos, afinal), me lembro de odiar os beijos dele e destruir, por isso, uma imagem de meses e meses construída devagarinho assistindo aos jogos de basquete... do Pablo. Ui. Que má. Depois me lembro do carnaval típico da Saba. E que saudades da Saba! E daí, em um dado momento, me lembro de estar naquele ficódromo, fumódromo, fuckódromo, te beijando. Que viagem as minhas lembranças carnavalescas dos meus 14 anos. 1993, pode ser? Nossa, fica cada vez mais difícil de acreditar, hahahahah! Estamos velhos. Meu Deus! E lembro de ter adorado. Principalmente por que praticamente nao falamos. Foi bem legal. E depois alguma coisa do gênero: vou no banheiro. Ok. Tchau, nos vemos. Que delícia! Depois de meses namorando, depois de um fim de namoro terrível, toda a minha família e eu me odiando por isso, foi uma delícia dar uns beijos, curtir e depois: nos vemos. Sem dor na consciência, sem mágoas. Só curtiçao. Só o que deve realmente acontecer quando se tem 14, 15, 16, 17 anos. Nao?"

sim, eu fui uma adolescente má... muito má... mas muito doce também.
tanto é vero, que até o tal do Pablo ainda me quer bem.
creio...

29.4.04

a greve da alitália - sciopero, para os íntimos - me separa de quem eu quero bem por mais algumas horas. malditos italianos incasinati! quem foi que disse que os adoro?

sciò|pe|ro
s.m.

1 AU TS dir.lav., astensione collettiva dal lavoro, disposta da una pluralità di lavoratori per la tutela di comuni interessi e diritti di tipo economico, sindacale, politico, ecc.: s. sindacale, s. nazionale, s. corporativo, mettersi in s., indire uno s.
2 CO estens., astensione collettiva dall’attività abituale, ai fini di protesta, da parte di persone che non svolgono attività lavorativa economica in senso proprio, spec. da parte di studenti
3a BU scherz., vacanza
3b OB inattività

O Márcio criou um blog ele também.
Adoro fazer frases infantis e repetitivas, eu.
Se chama Pitadas. O blog do Márcio.

e em algum ponto, começa assim: "Não sei o que é preciso pra se tornar um vencedor. Não sei até que ponto eu quero ser um vencedor ou simplesmente participar e chegar numa posição confortável que me permita desfrutar de comodidade. Não tenho grandes objetivos. Há algo de errado em querer apenas o conforto?" vai lá... vai lá ver melhor porque essa semana eu estive mesmo muito relapsa com o MEU blog. tudo culpa da uniao européia e sua expansao. expan-quem?
Nem me fale!

23.4.04

Isso aqui é sério, por acaso?

Sexo praticado por padres é desvio normal, diz CNBB
(do plantao de O Globo)
(comentário da editora: tá, ok, problema deles, vamos convir, mas abaixo tem mais!)

Adauri Antunes Barbosa - O Globo
ITAICI (SP) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escalou nesta quinta-feira o bispo dom Anuar Battisti, de Toledo no Paraná, para responder à pesquisa feita pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris), segundo a qual 41% dos padres consultados já tiveram experiência sexual com mulheres. Para o bispo, a situação é preocupante, mas "é um desvio normal em qualquer ser humano e não se trata de um desvio de caráter ou de conduta".

Para dom Anuar, que é presidente da Comissão para Ministérios Ordenados e Vida Consagrada, órgão que cuida da formação dos padres na CNBB, o importante é que a pesquisa constatou também que 94% dos padres estão satisfeitos com o fato de serem padres e servirem a Deus. Ele disse que a Igreja Católica está trabalhando para melhorar a formação dos padres.

Outro dado que preocupa a CNBB, segundo dom Anuar, é a incidência de pedofilia entre os padres. A CNBB tem encaminhado os casos que surgem para tratamento psicológico e caso o padre reincinda na ocorrência que a Igreja condena, é afastado em definitivo. Segundo dom João Brás de Aviz, de Brasilia, a pedofilia entre padres no Brasil ainda ocorre em índices muito baixos.

(ce: vocês leram o mesmo que eu ali em cima: reincinda ??)

kill bosta!

já vi kill bill vol 1 e 2 e achei both of them UMA merda.
divertidinhos.
o segundo infinitamente menos sacal que o primeiro.
continuo achando inexplicável a separaçao em dois filmes.
a uma thurman é lindíssima.
e tarantino um pouco decepcionante desde pulp fiction.

tá. agora podem me massacrar.

22.4.04

posso deixar um recado?

secretárias... ah, malditas e espetaculares secretárias.
desafio qualquer repórter do mundo a negar que sao elas, as secretárias, quem mais atrapalham ou facilitam as nossas vidas. todo o jornalista com mais de DOIS dias de experiência já entendeu que, antes de chegar ao dotô, ou à deretôra, fonte principal da matéria, vai ter que PASSAR pelo crivo da secretária. elas podem ser más ou boazinhas. e eu continuo achando que essa característica nem sempre é definida pelo patrao. às vezes pode até ser, mas têm secretárias que exigem brilho próprio, querem falar mais contigo do que a própria entrevistada, aquela por quem tu procura, pergunta, e de novo, e de novo, mas fica só fazendo papel de bobo na mao da therezinha, francisca, ana, marilda.. hoje, depois de falar com SETE pessoas - e nao é força de expressao - no ministério para o desenvolvimento em brasília, eu fui parar na MESMA francisca. e, veja bem, os dados que eu estou procurando fazem parte de uma pesquisa sobre a mudança das tarifas dos produtos de exportaçao brasileiros aos países do leste europeu que fazem parte da expansao da uniao européia. vamos convir, nao é uma coisa simples de explicar, como uma pizza margherita, por exemplo (mozzarella, pomodoro e basilico). nao. e vocês, caros leitores, entendem que para cada uma dessas SETE pessoas eu tive que explicar o que sao os dados que eu estou procurando. para algumas eu tive até que explicar O QUE é expansao européia. bobeando, deveria explicar até o que é leste europeu, mas pelo menos ISSO, ninguém perguntou antes de me passar para o mané seguinte. entao façam as contas de quantos minutos malditos eu perdi fazendo essa cruzada, para terminar explicando para a FRANCISCA, que bruxelas é na bélgica, e nao na suíça, e que genebra é uma outra cidade. claro que eu AINDA nao consegui os dados. QUANDO conseguir, com a ajuda do senhor, vocês poderao lê-los, se interessar-lhes, no site da bbc brasil. o que nao se faz por amor à profissao... tsc, tsc.

diálogo com a FRANCISCA, depois de explicar a geografia européia:
- entao, posso deixar um recado para Sra. Fontes?
- nao. faiz assim ó, continua tentando. daqui a pouco ela sai da reuniao.

nao, vocês nao estao entendo!!

21.4.04

esse cara é foda!
e tá com toda a razao...
com vocês, mr. rossi (da folha de hoje):

"Nem Ele
Índios matando garimpeiros, presos decapitando presos e exibindo a cabeça do alto do presídio. Em que diabólico filme "noir" dos anos 40 ou 50 ficou preso o Brasil, meu Deus?
O brasileiro parece tão anestesiado pela violência cotidiana a que é exposto que nem se dá conta do grau de primitivismo do país, aqui e ali exposto com dureza por notícias como as que abrem este espaço.
Perdemos o rumo de uma maneira tão absurda, tão completa, que ficou difícil entender quem é vítima e quem é culpado, quem é criminoso e quem é inocente em cada episódio de violência que aparece. E, aliás, logo desaparece, por ter sido suplantado por outra violência, de absurdo igual ou maior.
A Rocinha já não estava ontem nas capas dos jornais, a não ser marginalmente, atropelada pelo sangue que escorria das notícias dos confins da pátria.
Há apenas dois pontos comuns em todos os episódios violentos que ocuparam o noticiário nos dias recentes: a selvageria absoluta dos principais atores e a incapacidade de o Estado assumir o que lhe é (ou deveria ser) inerente, que é o monopólio no uso das armas e da força.
É bom deixar claro que a culpa não é do governo Lula ou só do governo Lula. O descontrole vem de anos e anos e, como é inevitável, só fez agravar-se ante a inércia oficial.
A culpa do governo Lula é a de, também nesse terreno, seguir a tônica dos demais e nada fazer, o que, de novo, só contribui para agravar os problemas.
Tanto o governo atual como os anteriores deixaram a nítida sensação de que os problemas são maiores, muito maiores, do que a competência deles e, por extensão, do que a capacidade de oferecer respostas.
Não é à toa que Lula entregou a sorte dos desempregados a Deus. Pena que faz uma pá de tempo que Deus pediu demissão da cidadania brasileira que lhe outorgaram sem consulta. Nem Ele agüentou."

Correspondência
"É incrível como a gente tem momentos na vida em que algumas letras de músicas, poesias e até mesmo falas em um filme ou peça de teatro fazem muito mais sentido. Mas não só isso... por exemplo, domingo eu desliguei o ventilador na hora de dormir pra poder dormir ao som da chuva que caía" (por Márcio Cassol)

20.4.04

eu nao quero beijar mulher

e, sinceramente, tô cansada dessa onda de ter que ser meio lesbo/bissex/bi-curious para ser cool. também, na boa, nao quero ser cool. principalmente se para ser cool, tenha que beijar, ou pelo menos querer beijar, mulher. papo chato!
de uns tempos para cá, mulher para ser moderna, sensual e provocante, tem que fazer isso.
os europeus, principalmente os italianos, sao meio antiquados em relaçao a falar e lidar com sexo. em público, claro, no privado, na boa, somos todos iguais. só que no brasil, ao contrário, somos aparentemente "tao" bem resolvidos, que de tempos em tempos surgem essas "modas" bobas, que, bem, até um certo ponto podem ser divertidas, depois viram uma coisa vazia e doente. quando eu vi, uns 15 anos atrás, uma mulher aí, nem vou lembrar quem era, dizendo, no programa da hebe, que já tinha tido relacionamentos com mulheres, eu me lembro de achar aquilo muito legal. muito novo uma pessoa poder dizer isso assim abertamente, na tv. e a mulher, naquele momento, era casada, com um homem. lembro de achar bárbaro.
mas é f.da. o povo nao sabe fazer as coisas com cuidado, com qualidade. vira logo um buffet livre.

e nao, nao é nada de feminismo às avessas. ou talvez seja exatamente isso. um feminismo às avessas. eu nem me considero feminista. mas talvez seja. eu quero mais é ser tratada como o sexo frágil. sou mulherzinha. e quero tratamento do gênero, por favor.
mao dele nas minhas costas enquanto atravesso a rua.
ele oferecendo o cigarro depois do jantar.
ele caminhando mais devagar para poder acompanhar o meu passo de salto alto (ui greta!).
nao precisa nem abrir portas, acender o cigarro ou ficar na obriga de abrir o vinho todas as vezes.
pelo contrário, brincar com essas coisas é até gostoso.
eu abro o vinho e tu lava a louça!
basta me observar com atençao.
como eu faço, em contrapartida, afinal, sou mulherzinha.
e, principalmente, nao exigir que eu tenha um desejo escondido de beijar mulheres.
errrrrrrgs!

E o Marcelo Anthony, hein?

15.4.04

hiiiiiii, fiquei puta.

claro que bisbilhotando nos amigos alheios, no orkut, dei de cara com um cara que conhecia da época do colégio (sempre ela..) e com quem já fiquei num carnaval da saba (ahhhh, os carnavais da saba.... mereceriam um post só para eles, os carnavais da saba... e saba, a cada praia do litoral gaúcho, muda de nome, mas os carnavais eram sempre os mesmos... na sac, na saba, na sat... e eram ótimos... ahhhh, os carnavais da saba...), e achei legal. convidei ele para entrar na minha lista de amiguinhos, claro. daí o cara escreve:

- Nossa, como foi que tu me descobriu? :) Puxa, eu nao te reconheceria pelas fotos. Pelo nome, sim, claro...

meu! depressao total.
quando alguém que já te beijou na boca "nao te reconheceria pelas fotos" significa que REALMENTE estamos (estou, né?) ficando velhos...

* semana de tempo espantosamente espetacular
* tá aparecendo trabalho bom de fazer
* marquei DUAS viagens para a itália para respirar um pouco
* embolou o meio de campo no cerebelo, mas já estamos religando as máquinas
* namorado longe por um período nao breve
* nem tudo é perfeito

parece que hoje chega em bruxelas o träsel
vai ficar lá em casa, no sofá-cama dos hóspedes
vou poupar ele do susto que o tiao levou quando abriu a geladeira e viu o NADA
a geladeira, dessa vez, tá completinha
em compensaçao, tenho tido pouco tempo para os afares domésticos
tem roupa para passar até em cima do fogao
só nao tem dentro do forno porque nao tem forno
será que o träsel é bom de ferro de passar?

farda, mas nao talha
nunca fiz crítica nenhuma publicamente ao david coimbra. simplesmente nao adoro o cara, nao leio o cara e acho ele meio bobo. pronto. agora eu fiz uma crítica publicamente ao david coimbra. who cares? anyway.. acontece que um colega jornalista que está baseado em paris (baseado é só para fazer um grau, significa apenas que o cara, assim como eu e meia torcida do flaflu, um dia decidiu que queria morar aqui no old world, largou tudo, veio e, pelo jeito, nao se arrependeu), enfim, me presenteou, em troca de um pote de geléia de morangos, um livro dele e do d. coimbra. comecei pelos textos do dinho, que adorei. textos sensíveis, mas nao melosos. meio no estilo national geographic, mas vejam bem, isso para mim é um elogio e tanto. quando acabei os textos dele, resolvi, a contra gosto, dar uma lido no entao classificado por mim bobo d. coimbra. fui lendo. lendo. lendo. e achei eles meio... bobos mesmo. até que cheguei nas crônicas sobre o paraguai - é um livro sobre viagens, sobre experiências e historinhas de viagens. daí tive que calar a boca. nos textos do paraguai o david me lembra o dante, quando escreve. e eu adoro o dante. adoro o que ele escreve. e agora, como odeio injustiças, tenho que dar o braço a torcer publicamente, já que acabo de fazer uma crítica publicamente ao david. ele é meio bobo muitas vezes. mas quando foi cobrir a copa américa no paraguai, deixou a bobeira em casa, e os textos ficaram lindos.

tenho um amigo da época do colégio (época do colégio é foda!) que sempre me disse que eu devia estudar direito e fazer concurso para ser juíza. eu tenho mesmo uma queda pela justiça. ou um horror à injustiça. muito do porquê de ser jornalista e querer conhecer o mundo tem a ver com isso. mas nao vem ao caso. e esse amigo, que estudou direito, ele sim, sempre me atucanou com essa história. estuda direito, tica. tu ia dar uma ótima juíza. o brasil precisa de juízas como tu, até a esse ponto chegamos um dia. mas eu sou cabeça dura. e desde criança queria ser jornalista-escritora, mais ou menos como alguém que quer ser modelo e atriz, sabem? pois é, eu nao tenho nada de original, sempre tive o sonho clássico do jornalista, todo esbaforido, que escreve numa maquininha de escrever tosca e depois vai prum boteco falar com os colegas e beber cerveja. nao era exatamente isso que eu sonhava quando tinha 10 anos, nem é isso o que eu faço hoje, mas o sonho permaneceu dentro de mim, nunca me arrependi da escolha. só quando vejo minha conta bancária de dois dígitos. pensando bem, quanto ganha um juíz mesmo?

o livro chama viagem, é do d. coimbra e do f. eichenberg. artes e ofícios. se tem ainda para vender e quanto custa eu nao faço idéia. foi um presente.. scusaí.

14.4.04

àqueles a quem devo respostas por email:
sinto muito. o bicho tá pegando. semana pazza!
correspondência em dia só quando a poeira baixar.

mudança de brincadeirinhas
internet. surge um joguinho novo e lá ficam os mongoloes, de frente para o computador, nem saem para almoçar, viciados no brinquedinho novo. essa coisa de trocar figurinhas com os amiguinhos de tantos anos e de descobrir amiguinhos dos amiguinhos é tao inocente e boba e divertida, que nem dá culpa de ficar viciada. mas a vida vai adiante. e as negociaçoes entre o mercosul e a ue idem. e eu trabalhei que nem um camelo o dia inteiro, sem deixar de, a cada meia hora, uma hora, dar uma lida no orkut dos outros. vai entender o ser humano. vai entender.

13.4.04

essa história de orkut
é ótima pro neguinho perder horas brincando de ler abobrinhas sobre seus amigos.
uma verdadeira perda de tempo.
curti. hê!

8.4.04

ninguém avisou que mexer com mulher gaúcha nao é bem assim, nao, hein?
ontem tive um pequeno "atrito profissional" com uma colega.
deixemos os detalhes da discussao para lá.
o que importa é que eu meti a boca - porque, scusaí, mas eu tinha todo o direito e toda a razao - e depois saí, completamente alterada, para ir ao cinema me acalmar, pensar e etc. fui, braba, mas também cagada de medo. a mulhé é mais velha que eu, mais espertinha que eu e, enfim, ligeiramente mais vaca que eu. quer dizer, eu dei meu recado, passei o prefixo e saí do ar. mas com um medo filha da puta batendo dentro.

no cinema pensei umonte. decidi umas coisas sobre a minha vida, coisas que quero fazer, que comecei a fazer e nunca acabei, por exemplo, e que agora chegou a hora de botar as maos e a cabeça para trabalhar. planos, novas idéias, viagens. umonte de coisas enfim. e daí saí do cinema, nao mais com medo, mas puta da cara. me lembrei da minha mae e do meu vô, o velho zé, que um dia ficou furioso com um filho dele que chegou em casa depois de levar uns safanoes de um coleguinha no colégio e nao deu de volta. "pode até apanhar, mas tem que dar de volta, que ninguém aqui é zé mané para apanhar e ficar quieto", ele disse, numa livre adaptaçao minha aos tempos atuais. minha mae, "invece", nao só autorizou, mas também obrigou meu irmao a dar, no dia seguinte, uma bofetona - como ela chamava - num moleque bobo que tinha dado um chute ou coisa do gênero no guri. "só assim ele vai aprender a nunca mais se meter contigo". dito e feito. funcionava, para o nosso espanto de gurizada com cara de guri cagado. enfim. lembrei dessas historinhas como se fossem metáforas e saí daquele cinema cuspindo fogo e querendo comer o mundo. decidi esperar até o dia seguinte - hoje - quando saberia se a vaca tinha ou nao me sacaneado.

hoje, entao, abro meu email e tem lá uma mensagem dela pedindo desculpas. hummmm. nao sacaneou e ainda se deu conta que tava mexendo com uma mulher que, como suas antepassadas, leva, sim senhora, a faca na bota. muito bem. dessa vez vou poder economizar na lâmina.

e o filme?
ah, juro que prestei atençao.
maravilhoso. la meglio giuventù. seis horas e pouco de filme. a história de uma família e dos últimos 60 anos na itália.
recomendo. principalmente aos ítalo-maníacos.
boa páscoa. para a vaca e para vocês.

para quem conhece roma:
morram de inveja ;)
roma na primavera é ainda mais estupenda.
nao existem palavras para descrevê-la.
mas prometo tentar, depois do dia 7 de maio.

PASSENGERS
1. CAROLINA CIMENTI ADT

GOING OUT
From Charleroi Brussels(CRL) to Rome Ciampino(CIA)
Fri, 07May04 Flight FR6107 Depart CRL at 18:15 and arrive CIA at 20:10

COMING BACK
From Rome Ciampino(CIA) to Charleroi Brussels(CRL)
Wed, 12May04 Flight FR6108 Depart CIA at 20:35 and arrive CRL at 22:35

PAYMENT DETAILS
********39.98 EUR

7.4.04

* tá chovendo uma espécie de neve hoje em BX
* a semana tá paradíssima e simplesmente nao se acha matéria para se vender
* menos mal que estou já trabalhando em uma meio longa e que tá quase no fim das apuraçoes
* pena que o que falta apurar está de folga até a semana que vem
* pena que semana que vem é meu deadline
* as vezes fico impressionada com a minha capacidade para achar coisas bobas para fazer antes de começar efetivamente a trabalhar
* hoje, até na lavanderia eu fui
* pssssssssssssssssssssss
* BX, para quem nao sabe, é meu apelido carinhoso para essa cidade chuvosa, cinza e que ainda nao foi informada que já estamos na PRIMAVERA... ouviu bem???

6.4.04

(Em Em/F# Em/G Em/F#)
Hoje eu acordei com sono sem vontade
C
De acordar como pode alguém ser tão demente
G D A
Porra louca, inconsequente e ainda amar

a coisa mais legal do trote de primeiro de abril que o belloc e a thais nos passaram é o fato de que eles nunca mais vao conseguir colocar um post no blog mais à fudê quanto aqueles. e eu adoro usar à fudê.

5.4.04

melancolia e saudade, tudo culpa da cássia.
em alguma parte do livro do nick hornby, alta fidelidade, o carinha tá no velório do pai da ex-futura-namorada conversando com a sua melhor amiga e diz, para si mesmo, que nunca mais quer ter relacionamentos com mulheres que ainda nao perderam o pai, ou a mae, ou alguém muito importante. simplesmente porque ter vivido esse momento dá um tipo de maturidade às pessoas que as deixa muito reais, muito fortes. e sensíveis ao mesmo tempo. essa é a minha interpretaçao desse pedacinho do livro. nao necessariamente o que hornby escreveu. eu acho que tem um pouco de verdade nisso. perder alguém muito importante para ti te transforma, sem volta, sem escolha. mas acho também que conviver com alguém que teve essa experiência tem um lado um pouco sombrio que deve ser difícil de levar numa boa às vezes.

perder alguém muito importante na tua vida significa nunca mais, nunca mais, nunca mais ver essa pessoa, e sempre, sempre, sempre lembrar dela e, automaticamente, da falta que ela faz. em agosto deste ano completarao oito anos que o meu pai morreu. oito anos é tempo pacas. mas para mim, parece que foi na semana passada. ontem. se eu quiser, eu posso pensar em tudo detalhadamente e sentir novamente toda a dor, toda a confusao daquele dia triste. e tenho a certeza mais louca do mundo de que em nenhum, mas realmente em nenhum desses quase 2920 dias eu deixei de pensar no velho gianfranco, pelo menos por cinco minutos. nao que eu valorize isso e por cinco, dez minutos por dia me concentre e pense nele. que nada. simplesmente me vem. em momentos distintos. pode ser por ver uma coisa que me faça lembrar dele. pode ser por viver um momento parecido com um momento que vivi com ele. pode ser uma comida. um cheiro. uma cor. pode ser um presente que eu gostaria de oferecer ao meu pai e nao tive a oportunidade. tudo. e é bonito que seja assim. mas acaba sendo inevitável que às vezes esse sentimento venha com uma força tal, que eu acabe precisando sentar no sofá e chorar por uns minutos. ou por umas horas. e ninguém me levanta dali. quando vem, nao tem nada a fazer, a nao ser chorar.

meu pai morreu sem nenhum tipo de aviso prévio. estava tudo normal, fomos todos dormir. ele se sentiu um pouco nauseado. minha mae chamou o médico e, a caminho do hospital, o velho apagou. infarto fulminante da aorta, ou coisa do gênero, diz na certidao de óbito. assim, eu, meu irmao e minha mae nunca tivemos a oportunidade de dizer tchau, nunca vamos te esquecer, te amamos muito, tu sempre foi e vai continuar sendo um pai e um marido sensacional. nao deu. ele tava ali, minutos depois, nao tava mais. e a gente teve que dar o adeus e fazer os comentários para nós mesmos. e o fizemos, repetidamente, por meses, anos, até absorver a idéia. e por isso eu sempre me questionei: o que era melhor, ou, evidentemente, menos pior? ver a pessoa que tu ama doente, sofrendo, mas ter a chance de dizer essas coisas para ela? ou vê-la morrer praticamente sem sofrer, e nao poder dizer nada, nao poder tocá-la, nao poder abraçá-la ainda viva? e, depois, me perguntava outras coisas, como: o que era melhor? ter tido um pai espetacular como eu tive, mas que morre cedo e nos deixa só as lembranças incríveis e uma saudade imensa? ou ter um pai nem tao espetacular, ou de repente meio filha da puta mesmo, mas que vive cem anos?

as respostas sao difíceis e nada óbvias. vêm e vao.
mas com o tempo a gente aprende que ela têm pouca importância.
se no início da nossa nova vida sem a pessoa que a gente ama, damos um jeito de encontrar milhares de culpados pela dor, pela falta, pela morte.. com o tempo, a gente acaba perdoando um a um, todos os culpados. e o último deles, é quem nos deixou.

Nunca pensei um dia chegar
E te ouvir dizer
Não é por mal
Mas vou te fazer chorar
Hoje vou te fazer chorar
Não tenho muito tempo
Tenho medo de ser um só
Tenho medo de ser só um
Alguém pra se lembrar

2.4.04

eu boba né?
cheia de amor para dar, cheia de filosofias e emocionada com a verdade, com esses momentos da vida em que os valores tomam as suas devidas dimensões... que emoção que nada! caí foi que nem um patinho num primeiro de abril falcratua, feito no dia 31 de março. proponho uma cpi porque esse primeiro de abril foi fraudulento!

1.4.04

sabe quando tudo perde importância e só fica o que realmente importa?
eu adoro esses momentos. quando o fato de nao se ganhar tanto quanto se queria, ou devia, vira um detalhe. quando a gente nem lembra porque é que queria tanto uma bota ou uma bolsa nova. quando nem o insistente dariz indubido incomoda mais. quando a gente se dá conta que, tendo comida na mesa, uma porta para trancar e, principalmente, gente para sentar junto na hora comer, é o que conta. sao esses minutos, por vezes segundos, efêmeros em que a gente entende todas essas coisas mais uma vez e que entende que, na verdade, temos tanto. temos tudo. nao precisamos de mais nada. alguém já disse isso: o que realmente importa é invisível aos olhos. e o fato do sol lindo estar nu hoje, brilhando, generoso, é muito mais importante do que quase todos os nossos outros problemas. enfim, sao esses momentos, difíceis ou belíssimos, que colocam tudo no seu devido lugar. sao esses pequenos momentos que nos lembram o verdadeiro sentido das coisas. e esses pequenos momentos às vezes sao morte. quando, por exemplo, perdemos alguém que é muito, muito, muito importante. ali, todas as bobagens ganham a característica de bobagem e todas as coisas que realmente contam, contam! de uma forma dura e estranha, a gente ganha forças, porque se é possível sobreviver àquela dor, ah, agora ninguém mi dirruba. mas esses pequenos momentos às vezes sao, ao contrário, vida. a taís, namorada do meu caro amigo belloc, tá grávida. depois de ler isso, meu dia ficou imensamente melhor. apesar do dariz indubido. parabéns, meus amores. e obrigada por essa pequena dose de realidade direto nas veias.