coisa rara, tava pensando, só podia dar mer*a, né?
assim. eu acho que as músicas anos 80 são ótimas e extremamente reconhecíveis sempre em qualquer decibel por elas parecem todas saídas da trilha da novela das oito e porque elas são meio sexuais: todas elas têm um clímax, coisa que as músicas eletrônicas nem sempre têm, e que as músicas dos anos 70 exageravam na dose. nas músicas dos ano 80 esse clímax engana que vai ser sutil, mas não é, daí fica ainda mais gostoso. elas sempre têm aquele momento de tensão que depois de um contratempo chega ao *estribrilho*, à parte em que todo mundo sabe cantar. como uma espécie de orgasmo da música. por isso elas são bregas, bregas, bregas e simplesmente deliciosas. porque o amor é piegas, mas todo mundo adora. ui, gretta!
e daí passei da música anos 80 ao casamento. eu acho que a noiva e o bolo sempre se parecem. e no fundo todo mundo come o bolo, querendo comer a noiva. minha prima mari que disse isso, eu gostei e reproduzi.
6.12.05
Postado por the writer às 10:43 PM 2 comentários
5.12.05
um passinho à frente por favor aí, ó...
o apê em que eu moro em londres é tão, mas tão pequenininho, que mesmo não trocando o aspirador de pó de tomada ele alcança todos os cantos da casa.
agora me perguntem se eu não acho que o copo tá sempre meio cheio?
Postado por the writer às 8:18 PM 1 comentários
29.11.05
o dia que eu devia ter ficado um milhão de dólares mais rica
tem dias, raros dias, que a vida seria infinitamente mais justa se a gente ganhasse um milhão de dólares por fazer simplesmente o que deveria fazer.
explico.
tem dias, raros dias, que fica tão, mas tão difícil levantar cedo e ir trabalhar, que por realizarmos este ato heróico, deveríamos ficar muuuuito mais ricos. não vale motivos como chefe chato (até porque TODO o chefe é chato de vez em quando, e a gente só fica mais pobre por isso), preguiça, ressaca ou insônia. tem que ser motivo de verdade, daqueles que só acontecem a cada três anos.
eu, por exemplo, estou convencida que eu teria ficado um milhão de dólares mais rica ontem se a vida fosse justa. saí da minha caminha em bruxelas às 5 da manhã de segunda-feira para ir pegar o primeiro trem para londres para trabalhar, enquanto o meu namorado continua em bruxelas e, pior, muito pior, a minha mãezuca, que eu vejo mais ou menos duas vezes por ano, ficou dormindo lá.
chorei de casa até a estação de trem. depois de bruxelas até londres dormi. depois chorei mais um pouquinho até pegar no tranco com um café beeeem doce e CHEIO de chantilly.
mas não é tão mal assim. minha mãe agora tá em barcelona, curtindo umas boas paellas, e na sexta-feira nos vemos de novo em londres para mais um fim de semana juntas. e eu me sinto um milhão de dólares mais pobre.
ps: e o que uma mulher faz quando se sente sem grana, pobre, na beira da rua da amargura? comprinhas, né, ca-la-ro. dessa vez comprei quatro livros, como se pudesse ler tudo ao mesmo tempo... tsc, tsc...
Postado por the writer às 6:12 PM 2 comentários
esta aqui era para ser uma súper história legal
mas acabou virando apenas uma história.
era uma vez a tica quando veio para londres em agosto, sem saber onde é que estava se metendo, para uma entrevista de emprego. obviamente a guria estava nervosa, apesar de ficar se repetindo para si mesma: não quero esse emprego, não quero esse emprego, não quero esse emprego...
e a tica, em entrevistas de emprego, tenta parecer naturalmente brilhante, sem ficar engraçadinha, mas com um toque charmoso, meio excêntrico se a oportunidade para tal aparece. isso significa que ela fica tão nervosa tentando parecer brilhante e "diferente", que ela acaba ficando embananada e acaba saindo a tica como ela realmente é, com uns errinhos bobos de inglês, com perguntas boas e medíocres e, modéstia a parte, com muito charme :)
mas eis que a tica teve vontade de fazer xixi. e depois do xixi foi lavar a mão, passou o sabão líquido do banheiro chiquérrimo na mão e, impressionada com as portas do banheiro chiquérrimo, não notou que o seu anel novo (não o do casamento, mas aquela ráplica de anel da antiga macedônia, que ela comprou numa lojinha de antiguidades) escorreu pelo ralo!!
OH MY GOD, E AGORA??!!!
então a tica enfiou um dedo no ralo, e nada de anel. dois dedos, e nada. tentou com uma caneta. nada. enfiou até a o fio do secador que ela, por acaso, carregava na bolsa... e nada.
f*deu. perdi meu anel, pensou a futura contratada da CNBC Europe.
até que ela se deu conta que, no vano da pia tinha uma daquelas dobras que servem justamente para reterem os objetos que entram no ralo sem querer, evitando que os canos entupam toda a hora que um mané perde uma réplica de anel da antiga macedônia.
- beleza. é um jogo. se eu conseguir o emprego, terei meu anel de volta um dia. se não conseguir o emprego, perdi o anel porque eu que não vou fazer uma bagunça aqui para pegarem meu anel a essas alturas da entrevista...
um mês depois disso, a tica começou a trabalhar na firrma. dois meses depois, se lembrou de falar com o kevin - o responsável pelo bom andamento das coisas administrativas do escritório - sobre o tal do anel. o kevin, sempre muito solícito, mandou imediatamente o hidráulico do prédio (eu não disse que o banheiro era chique??) desatarrachar os canos para tentar achar o anel da tica. o hidráulico fez tudo certinho, mas e quem disse que o anel ainda tava ali? deve estar no fundo do tâmisa a uma hora dessas... e eu que não vou lá buscar!
Postado por the writer às 5:50 PM 0 comentários
16.11.05
agora sério.
comprei uma webcam para mim e o piero comprou uma para ele. assim nos vemos todas as noites. ó, que romântico. mas brabo mesmo é quando o meu irmão ou um primo me chamam para um videopapo.... e estão sem camisa por causa do mega calor que faz do lado de lá do mundo. londres, hoje, 4 graus célcius. humpf.
estava pensando. londres é tão, mas tão cara, que eu, logo eu que em uma mesa de bar com uns colegas de trabalho (comendo sanduíche entre uma hora de trabalho e outra) jurei morte à real life tv começo a considerar mostrar a minha vida pela internet ao vivo através da webcam. coloque aqui o seu número de cartão de crédito, data de vencimento e os três numerozinhos aqueles de trás... e entre o mundo de carolina in london... mas será que se eu desligá-la nos momentos picantes, ainda assim defendo uns trocados?
duvido.
sério. seríssimo.
Postado por the writer às 10:25 PM 1 comentários
a notícia: Danielle Winits vai à praia
na capa do uol
de repente sou eu que tô na tpm, mas e a gente ainda tem que chamar de colega?
Postado por the writer às 10:20 PM 0 comentários
14.11.05
10.11.05
The two sides of a same coin!
O troço mais chato dessa vida na ponte aérea UK/Europa continental é não poder fazer compras substanciais no supermercado porque nunca fico aqui mais de cinco dias, e, portanto, ter que ir ao supermercado várias vezes em poucos dias.
O troço mais legal de ir ao supermercado várias vezes por semana em Londres é passar pela prateleira das comidas que estão para vencer amanhã e comprar sempre tudo pela metade do preço.
Esse lance das comidas que estão perto do vencimento ficarem mais baratas é muito tradicional na Inglaterra. Tem milhares de imigrantes que comem praticamente só esses pratos prontos com descontos. Com sorte, neguinho acha lasanha para duas pessoas por 1 Libra!! Uma vez, discutindo sobre o liberalismo com o meu irmão, usei um dos melhores argumentos que me ocorreu na hora:
- sim, a Inglaterra é liberal, mas na verdade, na verdade, seus cidadãos vivem extremamente protegidos, numa espécie de comunismo capitalista... ninguém passa fome num lugar onde se pode comprar lasanhas por um Pound!
Lembro que na hora fiquei meu espantada com a minha argumentação.
Postado por the writer às 7:57 PM 0 comentários
2.11.05
sobre estar longe
esses dias, no trem, voltando de um fim de semana em casa, pensei que a sensação que me dá ao voltar para londres, deixando o piero em bruxelas, é a de segurar a respiração. parece que fico sem oxigênio durante a semana e só volto a respirar nos finais de semana, quando nos vemos. e escrever para ele (e para mim) é como subir à superfície para pegar um pouco de ar. achei que a metáfora tinha ficado bonitinha.
Postado por the writer às 5:29 PM 1 comentários
caroláina who, cara pálida?
eu passei a vida inteira soletrando o meu sobrenome, até que quando cheguei na itália descobri que bastava falar claramente que qualquer mané entendia... levei um tempo para me acostumar com isso, mas depois que acostumei, gostei.
na inglaterra, on the other hand, não só soletro meu sobrenome, como o meu nome também. e acabo tendo que aceitar quando me chamam de caroláina, once in a while. mas a lista cresce a cada dia: já fui catalina, catarina, camomila, carmolaina, carol, catrina....
Postado por the writer às 5:04 PM 1 comentários
20.10.05
queda livre na escala social
lembram que quando eu e o piero nos mudamos para aquele apartamento legal em bruxelas eu fiz galeria de fotos com os detalhes mais lindinhos da casa? falei na casa por um mês sem parar, comprei coisinhas novas, limpei, lustrei, lavei, tudo com muita vontade?
pois é. desde que eu me mudei para londres voltei a pensar no quanto aquele apê em bruxelas é lindo, grande, iluminado, espaçoso, cômodo e etc... acho que qualquer apartamento no mundo é maior, mais bonito, mais limpo, mais cômodo do que o que deveria ser meu lar em londres (mas que eu me nego a chamar de lar, só o aceito como dormitório provisório, e bota provisório nisso!!)
pensei até em fazer uma galeria de fotos com o mesmo tipo de fotos que eu fiz em bruxelas (trincos das portas, banheira, portas, etc...) só para tirar uma onda.
uma hora dessas eu até faço... e vai se chamar "subindo na vida". só rindo, né?
Postado por the writer às 10:52 AM 0 comentários
3.10.05
Pobre mas café beeeem doce...
Segundo o Mario Sergio Conti, que foi convidado por um amigo para fazer um blog, "o que há nos blogs de exibicionismo, violência verbal e opiniões gratuitas – numa palavra, asneira – é assustador. É pior do que ter 50 canais de TV."
Em geral eu gosto do que ele escreve. Mas convenhamos, aquelas centenas de colunas sobre a filha dele, a Lina, e suas mil aventuras em Paris, o que era, se não tremendas e bem escritas egotrips? E o que são egotrips se não material básico de todo e qualquer blog, o tipo de site mais transparente, que não faz publicidade, é democrático e tão útil que tem sido roubado até pelos ditos portais de informações?
A diferença é que ele ganhava para ser egocêntrico em Paris...
Acho que sou mais Diogo Mainardi, eu hein???
Postado por the writer às 9:40 PM 1 comentários
21.9.05
lai, lalalalalará, fammi godere!
o título do post é uma homenagem ao grande vasco rossi, lenda italiano que atrolhou o estádio de san siro (milão) com milhares de ingressos vendidos em menos de 15 minutos na internet. quem já ouviu entende porque...
babies, tô em londres.
por enquanto só tive tempo de trabalhar, trabalhar, trabalhar, com pequenas pausas para sanduiches e, de vez em quando, passar a camisa ou a calça que vou vestir amanhã.
resumidamente, virei uma funcionária da mídia, com férias pagas + benefis novamente, depois de quatro anos 100% free lance, dona do meu nariz (e com os bolsos dramaticamente vazios).
desdobradamente, seguinte, estou assustada com a burocracia de voltar a ser uma empregada nas estatísticas públicas. a pessoa começa a trabalhar e: tem que preencher papelada da fiRma. tem que fazer a voltinha de apresentação no primeiro dia de fiRma. tem que tirar foto para o crachá. tem que pedir login pra rede, novo e-mail, nova senha para decorar, novo número de telefone, cartões de visita, senhas para cada programa com o qual se trabalha, número de previdência, registro de residência... no meu caso ainda: abrir conta no banco, comprar chip pro celular made in uk, fazer cópia da chave da casa que será minha, fazer ficha no metrô para comprar passagem semanalmente...
passado tudo isso, ainda terei que visitar a embaixada brasileira para me registrar e renovar o passaporte, visitar embaixada italiana para me registrar e renovar passaportO, me registrar no sistema de saúde público inglês....
ai. não dá para tomar uma guiness antes?
e, bom, voltando ao vasco rossi, recomendo de saída as belezuras senza parole, fammi godere e alba chiara. o resto descubram por vocês mesmo porque vale la pena alla grande.
ps: fammi godere!! é uma expressão de exaltante alegria. de euforia. de quando, no meio de uma festa que tu nem queria ir, te vê dançando como um louco, semi-bebum, com os teus grandes amigos, rindo, cantando e dançando, pensas: caralho, eu nem queria vir e, putz, essa é uma das melhores noites dos últimos meses... anos? fammi godere, literalmente, significa, me faça gozar, mas seguida do lai, lalalalalará do vasco, assume quase a forma de um gozo. eu não procurei e nem nunca achei que estaria em londres, trabalhando para a cnbc, deixando para trás a pacata vida de free lance em bruxelles. mas, putz, essa é uma das melhores noites dos últimos meses...? lai, lalalalalará, fammi godere!
Postado por the writer às 1:01 AM 0 comentários
13.9.05
da série conversas bizarras que a gente ouve no ônibus
(the koop significa "vende-se" em flamengo, uma das línguas oficiais da bélgica, mas não me perguntem como se pronuncia isso...)
menina para amigo - what's the kup?
amigo para menina - the kup? means nothing...
menina - ahhh, nothing... and what's the word for everything?
amigo - no, it's anything...
ela, com cara de confusa - it's nothing or anything?
amigo, com cara de confuso - it's nothing...
ela, com cara de insistente - ok, fine, so how can I say everything?
ele, perdendo a paciência - I said it's anything...
ela, pensando, com cara de confusa...
ele, finalmente - the kup doesn't mean anything... ah, you mean the kóp...
Postado por the writer às 12:17 PM 1 comentários
furo de reportgem
na folha de sp de hoje:
Detectada morte de estrela há 12,8 bilhões de anos
hshshsshhshsssshshshs
Postado por the writer às 12:16 PM 2 comentários
12.9.05
sou eu ou tá todo mundo louco, hein?
eu não sei tu, mas eu achei absurdo, ridículo, completamente sem sentido e asqueiroso o fato da itália, frança, alemanha, inglaterra, união européia (representando 25 países) e japão terem mandado dinheiro para os EUA (que apesar do katrina, continua sendo o país mais rico do mundo) para a recuperação e para as vítimas de new orleans.
vai querer me convencer que os estados unidos não conseguiriam pagar pelo menos essa conta sozinhos?
ou eu estou mal informada, e não existem mais dezenas de países miseráveis, com bilhões de pessoas passando fome e morrendo por causa da picada de um mosquito num continente inteiro chamado áfrica?
as vezes assisto ao tele-jornal e não consigo entender nada. mas prefiro acreditar que o problema sou eu. não podem estar errados todos os chefes de governos ricos deste planeta.
ou podem?
Postado por the writer às 6:09 PM 3 comentários
7.9.05
entendi
aos dois leitores deste blog, não agradam minhas crônicas castristas, verdad?
Postado por the writer às 10:34 AM 1 comentários
5.9.05
internê cubana
os cubanos chamam internet de internê, assim mesmo, com um sotaque quase francês, como todo e qualquer sujeito que fale espanhol. pois muito bem, a internê, em cuba é artigo raro e caro. teoricamente só os turistas podem usar, e mesmo assim, tudo o que se escreve, lê ou pesquisa é "bisoiado" pelos homens de castro. meeeda.
a internê cubada custa 10 centavos de euro por minuto. (só vi internê cara assim no aereoporto de guarulhos, quando me informaram que uma hora de internet café custava 45 reais ao bolso. melhor ler contigo de pé na banca, pensei.)
cubano só pode acessar internê se não tiver cara, nem roupas e nem muito sotaque de cubano. ou se for amigo das meninas do centro internacional da imprensa (foto). e, claro, tem que pagar em PESOS CUBANOS CONVERTIBLES.
acho que esqueci de dizer antes: em cuba existem duas moedas correntes, o peso cubano, moeda nacional, e o peso cubano convertible, moeda para turistas. o primeiro vale 24 vezes menos que o segundo, que vale 1 para 1 com o euro. manobra muito bem aplicada por fidel castro para fazer com que os turistas pagassem toda a conta do embargo norte-americano. pagar com o cartão de crédito, leia-se pagar em dólares, significa pagar 11% a mais do valor da compra. isso mesmo, onze por cento. e pelo menos uma vez durante toda a viagem, o turista vai usar o cartão. sim, colega, a cuba comunista é cara. alugar um carro, por exemplo, não custa menos de 50 dólares por dia.
mas tem ainda o achaque final
quando o turista desavisado está na fila para fazer o check in no aereopuerto, com o seu bronzeado em dia e a mala cheia de roupas sujas, decide usar suas últimas moedinhas de pesos convertibles para comprar a cristal, la preferida de cuba (ou seja, cerveja). normal, né? de que vale levar poderosas moedas cubanas turísticas para casa, melhor embarcar tchuco... eis, porém, que depois do último tim-tim, o turista desavisado, leia-se eu, sofrerá o achaque final sem poder dar um pio, e claro, pagando 11% a mais.
fotonovela
piero compra duas latinhas de cristal. tica, toda boba, antes de ser achacada, brinda alegremente. salud, compañero...
cena 1: tica na alfândega, contente e faceira com o seu bronzeado.
- hola.
- buenas noches, compañera. posso ver a sua passagem.
- pois claro.
- és que falta aqui o carimbo da taxa aereoportuária.
- não, companheiro, paguei a taxa aereoportuária na bélgica, veja, quando comprei a passagem, uns 100 euros foi só para a taxa aereoportuária...
- não, companheira, falta o carimbo do governo cubano. a senhora pode passar ali naquele balcão (ao lado da alfândega) para pagá-la. são 25 pesos convertibles.
cena 2: tica ficando ainda mais vermelha que o bronzeado, discutindo em várias línguas com o companheiro da alfândega. MAS O QUE É ISSO, COMPANHEIRO??
cena 3: tica e piero abatidos, vencidos pelas forças castritas, chamando até a quinta geração do homem de ladrões fdps, se encaminham para o tal balcão do achaque.
cena 4: tica e piero, assim como os outros turistas desavisados, são obrigados a passar o cartão crédito (mais 11%) no banco ao lado do balcão do achaque para retirar 25 euros (por cabeça) para receberem o carimbo que os libera para sair do país.
cena 5: tica volta à alfândega. o compañero abre o passaporte e compara a foto com a tica, que diz em tom insolente, mas não muito porque fica com medo de ser presa:
- soy yo misma, compañero, pero 25 pesos más pobre!
Postado por the writer às 11:38 AM 1 comentários
2.9.05
a imagem do calor
em cuba faz calor. muito calor. todos os cachorros que eu vi em havana estavam nesta posição, pelo menos entre 8 e 18 horas. solução? menos de uma hora depois de desembarcar na ilha, a primeira parada obrigatória é La Bodeguita del Medio, na Havana Vieja, onde Hemingway tomava o seu(s) mojitos cotidiano. O melhor é tomar um lá e depois partir para o próximo em algum outro boteco pertinho porque ali a faca crava, em dólares, e nem a menta com limão com rum te farão esquecer.
Postado por the writer às 12:32 PM 0 comentários
31.8.05
desci para colocar o lixo na rua e...
encontrei na caixinha do correio a Elle do mês e a The Economist da semana passada. suspirei. de agora em diante, só notícias ruins sairão daquela caixinha...
Postado por the writer às 3:52 PM 0 comentários
30.8.05
CUBA - regras de sobrevivência
Ao desembarcar em Havanda, o viajante se depara com duas, não uma, mas DUAS esteiras rolantes para as malas. As duas giram com malas do mesmo vôo, o que, para um viajante solitário, significa o dobro do trabalho, e para quem está viajando em dupla, trabalho de equipe. "Tu cuida lá, eu cuido aqui, o primeiro que enxergar as mochilas grita, ok?" OK. Cuba, antes de Castro, era o grande cassino (ou seria puteiro?) dos Estados Unidos. Em Cuba o jogo e a prostituição não são legais desde a "revolução" de 59, mas nem por isso o país é cheio de regras como conhecemos nós.
Os fumantes que descem do avião vão logo acendendo um cigarro, antes mesmo de passar pela alfândega. E mais uma surpresa de desembarque: no aereoporto de Cuba, os detectores de metais não ficam localizados na área de embarque, mas sim na área de DESEMBARQUE. Isto é, antes de entrar no país, o viajante é totalmente revistado. Um estranho choque para quem chega da União Européia, terra sem fronteiras, onde se troca de país sem nem mesmo abrir o passaporte...
Informação importantíssima: quase nenhum banhneiro público em Havana, ou seja, banheiro de aereoporto, restaurante, bar, etc, tem papel higiênico. Eu descobri isso no aereoporto e passei o primeiro dia inteiro constatando o fato. No segundo dia, saí de casa com um rolo na bolsa.
Essa foto aí de cima eu tirei no primeiro dia de Havana. Um dia que eu considerei extremamente quente e úmido e pensei: nossa, hoje deve estar calor até para os cubanos. Ingenuidade minha...
Se tu pensas em um dia, seja antes ou depois da era-Castro, visitar Cuba, a primeira coisa que deve passar pela tua cabeça é: REPELENTE.
Postado por the writer às 5:31 PM 1 comentários
24.8.05
boas idéias que eu não vou pôr em prática
- abrir um bar na cidade baixa chamado CONSELHO DE ÉTICA
- abrir uma loja SÓ com produtos muito clichês (exemplos: presentes óbvios para casamentos, aniversários, dias dos namorados e formaturas, mas tão, tão óbvios, que fique até engraçado, tipo profissional engarrafado para formandos (sabem, aqueles bonequinhos de pano com a roupa de médico ou professor, dentro de um vidro de biscoitos), corações de pelúcia vermelhos com escrito eu te amo, vale cds (mas só pode vender o vale cd, o cd em si nunca), lápis de cor (vai dizer, o presente clássico do amigo secreto do jardim de infância, e a gente ficava só invejando os amiguinhos que tinham ganhado canetinhas...)
- montar uma lavadora de carro no estacionamento do shopping. tá, essa alguém já fez, mas eu tinha tido essa idéia muito antes, há uns 20 anos, quando ninguém tinha tido essa idéia. tá, menos de 20 anos. mas foi antes!
e nada a ver o cú com as calças: vocês sabiam que a maior agência de turismo de cuba, que obviamente é estatal, como simplesmente tudo na ilha, se chama CUBANAKAN?? e que os restaurantes familiares de toda cuba se chamam PALADAR?? os cubanos são completamente loucos pelas novelas brasileiras, e cubanakan eu não sei, mas paladar vem da novela Vale Tudo, quando a Regina Duarte, interpretando a Raquel, mãe da Fátima, abriu uma empresa de comida para eventos chamada Paladar!!
ps: quando eu dizia que sou brasileira para algum cubano, a primeira coisa que ele(a) me perguntava era "e como é que termina ESPLENDOR??"
Postado por the writer às 12:44 PM 1 comentários
23.8.05
moro num patropí, abençoá por dê, e boní, por naturê!
eu sei, eu sei, eu sei... cheguei de cuba na última sexta-feira e ainda não tinha dado as caras por aqui, mas acreditem, passar 15 dias em cuba significa passar 15 dias fora desse planeta: não tem internet, não tem jornais internacionais, não tem rádio, quase não tem comunicação com os outros países do mundo... quer dizer, só com a venezuela do companheiro chávez... eu juro, é como ir para outro mundo, onde tudo anda mais devagar, os carros não evoluíram e os sabonetes e shampoos são objetos de consumo de luxo.
a gente acaba levando um certo tempo para se reacostumar com essas coisas da vida normal, como baixar 560 e-mails na volta das férias, fuso errado e uma quantidade inacreditável de comidas diferentes no supermercado.
e enquanto isso... num planeta não muito distante... lula e palocci... ai, melhor falar do fidel!
prometo: vou contar tudo, tudo, tudo, bem devagarinho, com fotos e detalhes picantes a partir de hoje, nesse mesmo bat-canal. só vou lá buscar os filmes que mandei revelar e já volto, ok?
Postado por the writer às 1:03 PM 2 comentários
2.8.05
green grass, blue eyes, gray sky, god bless
não sou uma grande fã de horóscopos, mas às vezes fico intrigada com algumas coincidências astrológicas. muitas, mas realmente muitas, pensando bem, a grande maioria dos grandes acontecimentos que mudaram a minha vida aconteceram no mês do meu aniversário. coisas boas, coisas ótimas e coisas ruins. uma verdadeiramente trágica. agosto sempre chega revirando tudo.
ontem decidi que em setembro me mudo para londres. aceitei a oferta que me fizeram para trabalhar num canal de tv por lá. com o tempo, pretendo dar um jeito de levar meu príncipe piemontês para perto de mim. enquanto não der para fazer isso, vou ficar indo e vindo nos finais de semana. and this is it!
e como já havíamos programado, porque aí tá frio, mas aqui hace calor!! hace calor!! amanhã embarcamos para 15 dias em cuba.
U-LA-LÁ! dessa vez, agosto botou para quebrar, hein?!
aqui ao lado, uma foto da praia maria la gorda, no oeste da ilha, onde pretendemos passar a maior parte do tempo sem fazer absolutamente e rigorosamente NADA!
Prometo contar tuuuudo quando voltar. E se chover, passo em algum mega hotel cheio de turistas alemães para atualizar a minha optica da vida, apesar dela mudar muito mais rapidamente do que eu efetivamente atualizo este espaço.
ps: às vésperas do meu aniversário de, acho, 14 anos, li a seguinte frase nos portões dos parques da flórida: só realiza quem sabe sonhar. começo a acreditar que Walt Disney tinha razão...
Um ótimo começo de mês para vocês!
Postado por the writer às 12:39 PM 0 comentários
27.7.05
confusa?? quem? onde? por que? sim? não?
recebi uma proposta para ir trabalhar em londres, em um canal de tv internacional. atrás das câmeras, claramente. tô sem fôlego, mas ainda não sei se é por excitação ou porque o coração tá apertaaaaaado. queria que alguém me dissesse o que fazer. mas no fundo sei que ninguém pode decidir isso por mim. vou? fico? aceito? abro mão?
tá, a decisão é só minha, mas vocês me conhecem, quero palpites.
ai. penso que vou, e sofro. penso que não vou, e sofro. por que a vida tem que ser dura até quando é boa?
Postado por the writer às 4:30 PM 1 comentários
22.7.05
desse jeito vou ter que começar a comprar presentes de natal e pagar o fgts para os meus "colaboradores"
recebi esse e-mail de um grande amigo que vive em paris e lê, em silêncio, esse blog. achei a história dele tão mais legal que a minha, que decidi publicar. voilà:
eu aqui, outro dia, fui na farmacia, uma daquelas pequenininhas, e tinha só um cara sendo atendido. eu fiquei atrás esperando, vi que o cara nem me olhou, e ficou meio perturbado quando entrei. senti que a atendente também ficou estranha. aí, estranhamente, ela pára de atender o cara e me pergunta o que eu queria. "uma escova de dentes", eu disse, singelamente. e o cara ao lado, imóvel, bem sem jeito. enquanto ela me dava o troco, olhei para os remédios que ela estava pegando para ele, e era caixa de viagra. se é no brasil, ela grita: "deisê, tem mais viagra aí?"
Postado por the writer às 12:33 PM 0 comentários
ele é tom wolfe
acabei o primeiro terço do novo livro do tom wolfe, chamada eu sou charlotte simmons (pegou a piadinha boba do título deste post?). o livro é ótimo, como parecia óbvio que seria, e tem mais de 700 páginas. e esse é o seu único grande defeito. não dá para ler no ônibus, não dá para ler no avião, não dá para levar na bolsa sem correr risco de ficar com lordose. só consigo lê-lo na cama. e quase sempre de lado, porque se tento ler deitada de costas, tenho medo de não conseguir mais respirar com o peso sobre o peito.
tá, tô exagerando. mas que vai ser útil usar esse trambolho, quando eu acabar de ler, como peso para segurar portas, ah isso vai!
Postado por the writer às 11:05 AM 0 comentários
21.7.05
vendo um filme do woody allen me lembrei de uma cena lindíssima que eu presenciei anos atrás, na guarda do embaú:
jovem moreno, certamente surfista de tão parafinado, se aproxima da funcionária da caixa do supermercado lotado em véspera de reveillon, e fala baixinho, com certo embaraço, acentuado pela presença de cinco jovens moças, rigorosamente embiquinadas que esperam para passar suas comprar logo depois dele:
- moça, tem camisinha?
ao que a mulher, com falta total de qualquer embaraço, levanta-se da cadeira e grita para a colega que se encontra a uns cinco metros de distância, lá na outra caixa:
- DEISÊ, A CAMISINHA ACABOU??
Postado por the writer às 12:40 PM 1 comentários
20.7.05
bom dia. acordei com vontade de ser artista. mas como eu nao sou, fico ouvindo os beatles sem parar, em eterno repeat. e, por*a!, como DON`T LET ME DOWN é muito, mas muito bom pra car**ho, né?
Postado por the writer às 6:41 PM 1 comentários
inveja branca umas pinóia!
moro perto da casa de um fotógrafo famoso de bruxelas. famoso para os outros, eu não o conheço. e no supermercado perto de casa, duas modelos fazem compras. são lindas. uma magra, outra esquelética. cabelos modernérrimos, maquiagem de quem acabou de fazer uma sessão de fotos de moda e ganhou vários mil euros para isso. bolsas que custam mais de 300 euros, sandálias baixas, devem pesar uns 48 quilos cada uma. e eu, que sou a metade do tamanho delas, peso mais de 50. ó vida cruel.
e, passando as compras na caixa, observo o que elas compram.
uma tem na cestinha um pacote de biscoito água e sal e duas maçãs.
a outra, cenouras e iogurte diet.
pela primeira vez na vida, a inveja de toda a minha adolescência, que se acalmou, mas dorme um sono leve desde os 23, 24 anos, vira uma pontinha de pena.
Postado por the writer às 11:52 AM 1 comentários
19.7.05
porque toda a mulher (feliz) tem um pouco de carrie bradshaw dentro de si(z)
saí para comprar água, leite e pão (parece economia de guerra) com uma nota de 50 euros no bolso (economia de fartura). ninguém pode pagar uma garrafa de água, um litro de leito e pão com cinquenta euros!
fui pelo caminho mais charmoso, procurando uma vitrine, digo, lugar para trocar minha supor notona. sou atraída pela loja das sandálias lindas e caras da rue de bailli. eu nem teria entrado ali se não tivesse um sinal enorme de tudo com - 50% na porta.
me apaixono pela sandália marrom com salto plataforma. que custa pouco mais de 50 euros. na verdade um pouco mais de pouco mais de 50 euros. ainda bem que eu tava com o cartão de crédito junto da notona no bolso. e consegui me fazer entender pedindo para a mulher da loja trocar meus 50 por sânq de díz, sivuplê!
agora sim...
Postado por the writer às 12:49 PM 2 comentários
18.7.05
psssssssssss!
o cúmulo da ironia é comprar passagem para cuba no mesmo dia em que um furacão chega ao país, convencer o teu namorado que nada vai acontecer quando vocês estiverem lá e, dias depois, ler sobre um novo furacão no caribe e ficar morrendo de medo... sem nem poder reclamar sobre o assunto com o teu namorado.
Postado por the writer às 2:49 PM 1 comentários
13.7.05
quero ser uma vedete!
tem uma cerveja, peraí, melhor, existem 450 cervejas diferentes pelo menos na bélgica, mas tem uma em especial, que eu e o piero adoramos, que se chama vedett. e aí que de uns tempos para cá, a garrafinha da vedett tem vindo com fotos de pessoas, que parecem fotos bem amadoras mesmo, daquelas orkut style, sabem?
fui atrás para ver o que era, e descobri ISSO!!!
qualquer pessoa pode ser uma "vedete" por um dia, e ter os seus 15 minutos de fama sobre a mesa de bar de um desconhecido: basta entrar no site ali de cima, enviar uma foto tua na parte "they're vedett - candidates" e depois esperar um povo vote em ti.
se a tua foto for escolhida, tu vira rótulo de cerveja em bruxelas :)
participem, prometo comprar a fotinho de vocês no super, fotografar e publicar aqui.
mas antes disso, entrem lá e votem em mim e no piero :))) because I, I want to be a vedett!
(montagem feita com uma foto do piero)
Postado por the writer às 12:36 PM 0 comentários
11.7.05
é nóis na fita, gurizada!
coisa muito fina. e tudo culpa da cássia.
ps: e também tô lá ó, mas continuo aqui.
Postado por the writer às 10:38 AM 1 comentários
Atos terroristas
Não sei o que é pior, se o fato das bombas estarem debaixo do nosso nariz e nós só descobrirmos quando elas realmente explodem, ou o simples e cruel fato de que muito pouco - ou quase nada - poderemos fazer para evitar que tudo se repita daqui um tempo. E o sentimento de impotência, a cada nova bomba, fica ainda mais forte.
E dessa vez eu não tô falando de Londres, não. Tô falando de Brasília mesmo.
Decepcionante. E eu acho que sou uma das últimas pessoas a dizer isso, todo mundo já tinha chegado a essa conclusão, mas eu tava resistindo a aceitar.
Postado por the writer às 10:24 AM 1 comentários
8.7.05
a cris está bem!
impossível não notar a diferença radical dos dois últimos dias de cobertura na bbc one. quarta-feira, enquanto eu colocava camisas passadas no armário com a tv ligada, lá pelas tantas tive que mudar de canal porque não aguentava mais ouvir a gritaria dos ingleses ao saberem que londres será a sede das olipíadas em 2012. e bbc passava a imagem o tempo todo, com curtos comentários no meio, e cada vez que o carinha anunciava: LONDON! com aquele sotaque forçado, eu levava um novo susto com a gritaria e com aquela imagem de uma mulher chorando e subindo numa cedeira para abraçar o colega do outro lado.
ontem, antes de sair para uma entrevista, ligo a mesma bbc e me deparo com uma daquelas coberturas cheias de informações desencontradas, repórteres em todos os cantos da cidade e o mais chocante, uma contagem de mortos daquelas que ficam em aberto: pelo menos X pessoas morreram. e o péssimo clima de medo disfarçado e caos generalizado.
bruxelas e londres estão a uma distância de um hora de avião, ou duas horas de trem, ou seis horas de ônibus. londres é aqui do lado (medaaa). e a cris, uma amiga que mora em londres, devia ter vindo para bruxelas me visitar ontem mesmo. chegou a sair de casa, no meio do caos, para tentar pegar um ônibus para chegar à estação para partir. mas no meio da tarde, ninguém saía de londres, pelo menos não com meios públicos. e aí que de uma hora para a outra, comecei a receber várias ligações do brasil para saber da cris!
- a cris já está aí contigo?
- tu sabe como tá a cris, eu não consigo falar com ela...
- tu já falou com a cris???
e eu liguei várias vezes para a cris, sem problema nenhum, mas aparentemente, do brasil era impossível conseguir uma linha desocupacada para falar com londres. ou com a cris. fiquei, então servindo de "ponte" entre o mundo e a cris. enfim, qualquer coisa que sirva para me fazer esquecer que tem ataques terroristas acontecendo aqui do lado, tá valendo...
Postado por the writer às 10:19 AM 0 comentários
30.6.05
Postado por the writer às 9:10 PM 1 comentários
28.6.05
prova de resistência
eu sempre achei que casar, decidir morar junto, se apaixonar não era difícil. difícil mesmo era CONTINUAR casada, SEGUIR morando junto depois de meses, anos, e AMAR, mesmo depois que a paixão passasse. na minha cabeça, que sempre se apaixonou umas duas vezes por semana, esses é que eram o grande desafio da humanidade... ou, no caso, prova de resistência extremamente difícil para uma menina curiosa, metida, espoleta, que se divide entre crises de alegria e tristeza e que não pensa mais de duas vezes antes de jogar tudo para cima e comprar uma passagem para onde quer que seja. eu.
lá pelas tantas, depois de alguns namoros relativamente longos, e fins de namoros, por vezes longos, por vezes curtos, cheguei à conclusão de que era melhor não pensar ou calcular muito. se acontecesse de eu realmente me apaixonar novamente por alguém que valeria à pena, iria logo morar junto, casar, dividir a pia do banheiro, essas coisas. antes que acabasse a época do floreado, do romance, do tudo rosa. caso contrário, acabaria nunca vivendo com alguém. nunca casaria. eu acho que seria totalmente incapaz de namorar por, sei lá, seis anos, antes de casar com alguém. mas vai saber... eu acho que, com toda a minha impaciência, não conseguiria nem tentar.
conscientemente, foi exatamente isso que eu fiz. seis meses depois de ser pega de surpresa completamente apaixonada pelo, então, meu amigo piero, me mudei de mala(s) e cuia para a casa dele.
e, essa semana, faz um ano.
e eu continuo me apaixonando duas vezes por semana. quase sempre é por ele mesmo.
Postado por the writer às 12:55 PM 0 comentários
22.6.05
diferenças culturais na conferência do iraque em bruxelas
esses dias, eu, brasileira, e o piero, italiano, falando com um casal de amigos, ele de lichtenstein, ela da suécia, perguntamos: e vocês não tem problemas com as diferenças culturais? ao que ele responde:
- não. sou só eu que tenho cultura, anyway....
piada engraçadinha, mas não era disso que eu ia falar. eu queria mesmo era falar da diferença que faz ter yankees entre nós, jornalistas do mundo todo que cobrem dia após dia os acontecimentos da união européia em bruxelas.
eles, gli americani, mudam a ordem das coisas. ou a não ordem das coisas. reclamam de tudo. da falta telefones que liguem para o mundo todo de graça. da falta de tradução quando a sessão de trabalhos é aberta pelo primeiro-ministro luxemburguês em français - eles ainda não entenderam que existe uma sala com fones de ouvidos e telão para todos que precisam de tradução no terceiro andar, reclamam que os italianos ficam gritando nos seus celulares dentro da sala de imprensa - porque eles, gli italiani, já entenderam que o lugar para ficar quietinho é na sala dos fones de ouvidos do terceiro andar e que a sala de imprensa serve mesmo para... para que mesmo? mas acima de tudo, the americans reclamam da fumaça de cigarro em todos os lugares, apesar de existir áreas de fumantes e áreas de não fumantes.
e eles têm razão quanto a isso, os americanos, mas, eu pergunto, aos americanos, para quê ficar incomodando o mundo com guerras e ordens de subordinação, e, à menina loira falsa de rosa aqui do meu lado, para quê ficar usando essa vozinha aguda e estridente para perguntar aos colegas "se a condy (manda matar, né?) já fez o seu discurso?" querida, aprenda pelo menos uma coisa com essa brazilian medíocre journalist, vá até a sala dos fones do terceiro andar e poupe a face da terra, ou pelo menos a sala de impresa, dessa tua vozinha aguda e chata.
de resto eles têm toda a razão. aqui as coisas não têm necessariamente um ordem, uma organização. às vezes isso é mesmo um m.rda, mas só porque eles estão aqui hoje, mal chegados e achando que tudo sabem, digo que ainda bem existe um lugar desenvolvido no mundo mesmo sem organização (americana).
e, de acordo com a reuters, "os inimigos de Deus se encontram na conferência de Bruxelas para destruir o Iraque, não para construí-lo", disse o grupo sunita liderado pelo jordaniano Abu Musab al-Zarqawi.
meeeeeeeeeeeeeeeeeeeedo!
Postado por the writer às 1:26 PM 0 comentários
15.6.05
lição da semana
caro leitor,
você sabia que se pode escrever berinJela ou berinGela, porque as duas formas estão corretas?
eu não.
coisa, né?
Postado por the writer às 4:16 PM 0 comentários
13.6.05
Como as coisas são
ou Alguma coisa está fora da ordem
Eu já andava mesmo meio irritada com esse blá blá blá sobre o lançamento da nova Daslu ocupando muito mais espaço que tanta coisa muito mais relevante no Brasil para ser falada. Por isso mesmo, ao bater os olhos nessa matéria da Folha hoje, consegui finalmente achar que alguém externalizou essa falta de sentido na nossa sociedade de forma tão sintética. Para quem não é assinante UOL, a copio aqui:
O Masp (Museu de Arte de São Paulo) não recebeu nem um centavo de doadores privados neste ano. Talvez por isso sejam reveladoras as fotos em que Julio Neves, o presidente do museu, aparece sorrindo na inauguração da Daslu, cujo prédio foi projetado pelo arquiteto.
As fotos são reveladoras porque expõem cruamente o muro que separa os novos ricos do universo da arte: os que pagam R$ 4 mil por uma saia ou R$ 8 mil por um terno acham que não vale a pena dar um centavo para o Masp ou para qualquer outro museu.
A ascensão meteórica da Daslu e a morte lenta do Masp parecem fazer parte de um mesmo fenômeno: aquele em que a elite paulistana abandona completamente a esfera pública, o espaço de convívio com os diferentes, para se isolar em bunkers como o que abriga a Daslu.
(para quem se interessou, a matéria segue, me peçam por email que eu mando)
Postado por the writer às 5:49 PM 2 comentários
janaina
eu tenho uma amiga que é uma das pessoas mais engraçadas que eu conheço. não que ela seja dessas pessoas cômicas, que conseguem dizer coisas engraçadas a cada duas frases. a janaina é bem engraçada, mas ela é ainda mais engraçada para mim porque a gente é muito parecida, então eu entendo todas as suas piadas. sempre foi assim. nos conhecemos há muitos anos e quase sempre tivemos essas coisa de pensar as coisas da mesma maneira. ainda é assim, mas quando éramos adolescentes e convivíamos mais, era quase transmissão de pensamento o tempo todo. se estávamos com vários amigos em volta, bastava a gente se olhar para entender direitinho o que a outra estava pensando. e ia de "ai, viu como ele é muito fofo?" até "essa vaca não desgruda do meu bonitinho" passando por "caralho, amanhã eu tenho uma prova de física quântica e uma de matemática avançada, mas eu só estudei os dois primeiros polígrafos de um grupo de 10x576 na raíz quadrada de 4576.87645 e não sei ainda o que são apóóóótemas; mas por outro lado, é tão bom estar com os nossos amigos nesse domingo fim de tarde, e esse é o último ano do colégio, e a vida é tão curta, e nós só temos 16 anos, que não vejo sentido algum em voltar para casa agora e deixar essa possibilidade de ficar com o ivan (que poderia ser também joão ou zeca se aquelas vaquinhas não estivessem no colo deles) para trás para entender, afinal, o que vem a ser o apóóóótema (que a nossa professora pronunciava apóóóótema, agudíssimo, e que, por consequência, na transmissão de pensamento vinha da mesma forma, apóóóótema, com ponto e vírgula e tudo)!
éramos tão parecidas em um certo período, que até o meu pai nos confundia nas partidas de volei na nossa casa da praia:
- vaaaaaai, tica, pega essa bola!!
- mas eu sou a ina, tio....
bueno. tudo isso para dizer que a ina me mandou um email muito engraçado ontem, que eu agora quero publicar aqui:
- alô, é a ja... jamile?
- não.
- jaqueline?
- não, com quem gostaria de falar?
- é com a ja... jamile, não sei,
- acho que é engano, quem é?
- aqui é da paróquia Santo Antônio, sobre uma reserva
de data para casamento.
- acho que então realmente é engano, eu não tenho
reserva nenhuma de casamento.
- é para rodrigo e ja... jamile ou jaqueline.
- não é aqui.
- eu liguei para 30 28 XX 40?
- sim.
- que coisa, então me desculpe, viu?
- tudo bem.
terei eu acabo de desmarcar meu casamento??????
janaina: estou com saudades.
Postado por the writer às 12:30 PM 1 comentários
9.6.05
eu tenho muito medo de morrer. tenho tanto medo, que o simples fato de escrever isso aqui, supersticiosamente me apavora. dá um medo dessas coisas que acontecem toda a hora, mas que, quando envolvem a morte, parecem sinais. tipo quando um conhecido meu, que às vezes usava aquela frase boba "eu vim ao mundo a passeio", morreu aos 16 anos. e eu odeio sinais. e superstições. mas, sobretudo, eu odeio a morte.
odeio saber que todos nós um dia vamos morrer. odeio saber que vou ter que enterrar um dia as pessoas que eu mais amo. odeio já ter enterrado algumas. odeio o fato de sermos enterrados quando mortos, mas odeio ainda mais as gavetinhas nas paredes com as flores de plástico.
tudo relacionado à morte me incomoda muito.
e saber que um dia vai ser a minha vez de ser enterrada, me incomoda ainda mais.
não tenho tanto medo das doenças longas, da morte lenta, nem da morte em si, o momento. temo muito, isso sim, deixar a vida de uma hora para a outra. deixar pessoas. deixar coisas feitas pela metade. o armário bagunçado. o telefone fora do gancho, sei lá.
certamente o meu enorme - exagerado? - medo da morte tem a ver com as minhas perdas. elas foram quase todas... súbitas. de uma hora para a outra. nunca recebi notícias do tipo: estou doente, pode ser que eu morra. não que isso torne a morte menos morta. mas, pensa bem, se as notícias que te deram sempre foram: a margarida (nossa cadelinha quando eu tinha uns 7 anos) não vai mais voltar para casa; o vô de vocês se sentiu mal, chamaram o médico, mas nesse meio tempo ele morreu; eles sofreram um acidente de carro e... a vó morreu; corram pro pronto socorro, o pai desmaiou; tu acaba ficando com uma sensação (real, sorry) de que a vida está aqui, mas logo depois não está mais.
e isso é uma bosta. mas é verdade. é a vida, dizem uns. mas não. é a morte.
e tudo isso para dizer (na esperança de que ao dizer mais isso eu possa começar a sentir menos isso) que o meu medo da morte, conforme os dias passam, só aumenta. crianças e adolescentes não morrem. só em eventos muito, super, ultra fora do normal. adultos, sim, adultos podem morrer. eu virei adulta. e agora me pelo de medo de um dia não virar velha.
vocês também são assim, ou a louca aqui sou eu?
Postado por the writer às 1:50 PM 1 comentários
8.6.05
Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante...
Vivíamos sem TV (la tivú). No ano passado compramos uma. Mas a alegria popular durou apenas dois meses. Em janeiro os soldados do império invadiram a nossa casa e fecharam o senado, derrubando a democracia do sistema, digo, roubaram a nossa TV.
Mas nós não perdemos o ânimo com essa ameaça fantasma. Encontramos os velhos mestres Jedi e fizemos um treinamento intensivo. Ou seja, nos mudamos de apartamento, colocamos novas trancas na porta e pagamos um seguro no banco.
Compramos uma nova tivú.
E ainda um leitor de DVD (por 36 Euros!!)
E de quebra, a caixa com os três velhos episódios de Star Wars (pegou?), que nos custou mais caro do que o leitor de DVD, por mais estranho que isso possa parecer.
E aqui embaixo está a foto da caixinha da trilogia, com a minha mãozona dizendo OK!
E agora vou parar de fazer essas infames frases ligadas aos filmes, porque elas estão terríveis... FYODA! (essa é da Renata, até que provem o contrário)
Tudo isso para dizer que eu nunca mais vou ficar boiando quando falaram em Obi Won Kanobi na minha frente. Eu sempre achei que fosse um planeta ou uma nave espacial...
Pronto, agora eu sou uma nerd oficialmente.
Postado por the writer às 12:00 PM 0 comentários
7.6.05
Rá!
Eu tava lendo uma velha matéria do NYTimes que dizia isso: um estudo conduzido no final dos anos 90 por médicos dinamarqueses, intrigados com o anormal baixo nível de doenças cardíacas na Groenlândia. Os médicos pesquisaram entre os groenlandeses sobre fatores de risco, inclusive o estresse. Mas, mesmo depois que a palavra estresse havia sido elaboradamente traduzida para a linguagem nativa, cerca de um quarto dos pesquisados disse não saber do que os médicos estavam falando.
Adoro saber que no mundo exista um lugar assim.
Postado por the writer às 3:34 PM 1 comentários
5.6.05
como se diz o ó do borogodó em italiano mesmo?
culpada por não cozinhar quase nunca em casa, enquanto o piero tá sempre com a barriga no fogão, decidi, sábado, preparar um exótico prato bahiano: moqueca de peixe e camarão.
peguei a receita num livro que eu dei para ele de presente, fiz a lista, fui no super, paguei (dado importante, né?), carreguei as compras para casa e arregacei as mangas. pimenta vai, caipirinha vem, eu e a minha amiga alessandra, brasileira saudosa das coisas da bahia, que não entende patavinas de cozinha, mas que é boa de garfo, soltamos desatentamente um ou dois ós do borogodós.
mau sapão!
o piero, que até ali estava entendendo 80% da conversa em bom português pós-caipirinhas, perguntou: ma cosa è ogobogorigobó?
e aí? e explicar para o italiano o que vem a ser o ó do borogodó estando bebum e ouvindo banda eva uns volumes acima do permitido no edifício depois das 22 horas?
borogodó até achei no houaiss para mostrar pro moço. mas e o Ó?
ps: a moqueca ficou divina. só não mostro a foto porque só lembrei de fazê-la quando acabamos de raspar o prato.
Postado por the writer às 8:49 PM 1 comentários
3.6.05
cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelda
Conversas non sense no cabeleireiro:
a cabeleireira, ouvindo o meu péssimo sotaque ao falar francês, me pergunta:
- de onde tu é?
- brasileira. e tu, belga?
- não, iraniana.
- e há quanto tempo tempo tu vive aqui?
- eu nasci aqui.
e aqui abaixo essas duas coisinhas lindas que eu vi na rua e não resisti, tive que fotografar!!
Postado por the writer às 5:56 PM 0 comentários
2.6.05
O Cortázar tá lá na minha esquina
Eu não sabia, provavelmente tu também não sabia, mas Julio Cortázar, o argentino, nasceu em Bruxelas. Mais que isso, nasceu no meu bairro em Bruxelas (Ixelles)! E anos depois escreveu Rayuela, ou Jogo da Amarelinha, considerado por umonte de gente, um dos melhores livros já escritos.
E poucos dias atrás, tiraram a parada de ônibus que eu costumava usar diariamente na esquina da minha casa, para colocarem um busto. Vendo a função, eu logo pensei: que bosta, vou ter que caminhar mais todos os dias só porque uns chatos burocratas resolveram fazer uma homenagem a um chato burocrata morto. Mas que nada. Errei. Fincaram ali o Cortázar. E, admito, gostei.
Postado por the writer às 1:19 PM 1 comentários
1.6.05
pé de alface é doish real, madame
tô fazendo uma micro horta em casa. plantei manjericão, para fazer futuros pestos com matéria-prima feita em casa, alecrim, para a alegria das batatinhas assadas, temperinho verde, para a alegria do piero, lavanda, para perfumar os armários e rúcola, para fazer deliciosas saldas com manga picada.
conforme vou descobrindo as dosagens corretas de água e sol, conto para vocês.
também decidi que vou aprender a por fotos nessa coisa só para acompanhar com um fake real time o crescimento da minha rúcolinha :)
alguém aí pode me ensinar a fazer isso?
Postado por the writer às 12:34 PM 1 comentários
31.5.05
ai, como dói
quando a gente prende o cabelo com um passador, e ele puxa, normalmente no ângulo, apenas um ou dois fios de cabelos provocando aquela dorzinha aguda e a queda súbita daqueles fiozinhos.
Postado por the writer às 2:16 PM 3 comentários
tá, vamos convir
fazer blog já encheu os sacos e as morcilhas de todos.
a gente, e eu falo por mim, hein?, só continua fazenda essa função à espera de o que vem depois, porque é certo que alguma coisa VEM depois. NEEEEEEEEEEEXT!
e não me venham falar em flog, vlog...
eu quero saber depois, depois disso, o que é que vem?
caramba, até a veja já ensinou os seus leitores a ler/fazer um blog, não é possÉvel que ainda estejamos presos a isso.
vocês não acham?
Postado por the writer às 2:10 PM 1 comentários
ai, tio, dá pra mudá?
acho que teria ficado muito mais divertido se eu tivesse colocado:
três coisas que eu realmente quero agora
1. Dizer para a minha mãe o quanto eu a admiro
2. Ser igual a Heloísa de Anos Rebeldes
3. Ser paga que nem a Ana Paula Padrão
mas agora já foi.
Postado por the writer às 1:48 PM 3 comentários
30.5.05
Maria vai com as outras, sim senhora
há 10 anos
1. eu não sabia se queria ser psicóloga ou arquiteta
2. sentia mesmo era vontade de ser a heloísa de anos rebeldes
3. me cagava de medo do vestibular
4. não aguentava mais o meu 1º amor
há 5 anos
1. eu fui pela primeira e única vez na minha vida formalmente empregada
2. virei jornalista diplomada
3. achava que estava prestes a casar
4. queria ser a ana paula padrão
há dois anos
1. me mudei de roma para bruxelas
2. descobri que odeio a língua francesa
3. me convenci que seria solteira forever
4. queria ser uma correspondente internacional
há um ano
1. contrariei a mim mesma e fui morar junto com o piero
2. voltei a estudar e me estressar com provas
3. me inscrevi, no mesmo dia, para um emprego como public relations no parlamento europeu, e para um outro como garçonete num boteco em baixo de casa
4. queria simplesmente ser uma jornalista empregada
ontem
1. dormi realmente muitas horas
2. dei uma volta de bicicleta com o piero
3. jantei com um casal de amigos muito querido
4. queria ser uma ursa em plena hibernação
hoje
1. menstruei
2. liguei para um amigo querido de quem tenho sentido muita falta, mas ele não podia falar
3. fiz minha primeira entrada ao vivo para a BBC Portugal
4. comecei a achar que se um dia eu fosse como a minha mãe, já estava mais do que bom
amanhã eu vou
1. no supermercado
2. entrevistar o embaixador
3. provavelmente bater boca com o piero
4. querer ser magrinha, sílfide e meio metro mais alta (por causa de todas as porcarias que estou comendo hoje)
cinco coisas sem as quais não posso viver
1. oxigênio
2. água
3. comida
4. sexo (voilà, larissa)
5. telefone
cinco coisas que eu compraria com $1.000
1. uma passagem para porto alegre
2. um lap top novo
3. várias sessões de depilação definitiva
4. um sofá de couro lindo
5. um fim de semana a dois em NYC
cinco maus hábitos
1. comer demais
2. falar demais
3. dormir demais
4. sofrer por antecipação
5. me exercitar de menos
cinco programas de TV favoritos
1. não tenho tv
2. continuo não tendo tv
3. até que gostaria
4. mas esses dias comprei um
5. e logo depois me roubaram
três coisas que me assustam
1. andar de roller
2. perder o ânimo
3. cachorro que mata a criança da casa
três coisas que estou vestindo neste momento
1. meias com desenhos de porquinhos
2. calcinha que a ina me deu com a mensagem "the end" na bunda
3. sutiã preto que não combina com a calcinha
quatro das minhas bandas favoritas
1. Rolling Stones
2. Los hermanos
3. Ligabue
4. U2
três coisas que eu realmente quero agora
1. praia
2. um banho de banheira
3. deixar de ser tão orgulhosa
três lugares onde quero ir de férias
1. Cuba
2. Índia
3. Marrocos
Postado por the writer às 2:14 PM 3 comentários
É por isso que os franceses são os franceses
Para quem vive em Bruxelas, a falta de conhecimento de quase toda a população européia sobre as instituições e funcionamento da UE já é rotina. Ninguém que não trabalhe diretamente com esse elefante branco o conhece ou faz idéia do tamanho do bicho (como todos os elefantes brancos, exageradamente crescido).
Fora da Europa, então, chega a ser ridículo. A UE tem uma "marca" forte, mas quase ninguém no mundo sabe exatamente o que tem por trás dessa marca. Nem os correspondentes internacionais que não estão baseados aqui, nem os editores dos correspondentes que estão baseados aqui, nem as mães deles, nem ninguém.
E daí que assim, sem saber do que se está falanbdo, fica realmente muito fácil votar sim pela constituição - que ninguém nem leu mesmo - desse paquiderme pesado. Difícil é assumir que essa brincadeira está ficando perigosa e arriscada demais, que um documento chamado tratado constitucional pode realmente tornar uma união... unida, e que, meu, mas afinal, que p..ra é essa?
Quer dizer, difícil se tu não for um francês.
Melhor para todos nós que eles existam e que de vez em quando exerçam a sua função de simplesmente serem franceses!
Eu também teria votado não.
Postado por the writer às 10:10 AM 1 comentários
23.5.05
Ao abrir o hotmail, na lateral esquerda, sempre têm links variados da Microsoft. Às vezes são notícias, às vezes shopping, às vezes coisas de informática.
Considerando que a microsoft provavelmente saiba mais coisas sobre a nossa vida do que o nosso gerente de banco, dentista e, provavelmente, psicanalista, fico me perguntando por que será que no hotmail, hoje, estavam os seguintes links:
1) Seu signo hoje
2) Resumo das novelas
3) Crédito/ financiamento
E em destaque
4) Teste: qual sua idade mental?
Supondo que nem eu saiba disso, vamos aos comentários:
1) Como toda a mulher, adoro ler o signo, antes de todo o resto da revista
2) Como todo o site de variedade, esse também acredita que as pessoas são trapaceiras com elas mesmas, lendo o que poderão ver à noite. E são mesmo.
3) E, como sempre.... O QUÊ Ê! mas esses caras sabem mesmo da nossa vida, hein?
E já que o recado é sobre coisas da Internet, só mais uma coisinha. Querido espaço virtual, Microsoft ou chatos em geral: não, eu NÃO quero aumentar o meu pênis, ok??
Postado por the writer às 6:43 PM 2 comentários
eu adoro dias de sol com chuva.
dá uma sensação que está caindo ouro do céu.
ou xixi.
Postado por the writer às 6:42 PM 3 comentários
19.5.05
pior que isso, só isso mesmo
lendo a coluna da folha que a cássia comentou, cheguei a uma conclusão que não terá nenhuma relevância para o mundo.
eu acho todo o tipo de celebridade um pé no saco. mas pior que celebridade, só gente que imita celebridade e ainda por cima não se envergonha disso. vide zeca camargo:
Em entrevista que o "Vídeo Show" apresenta hoje, o jornalista Zeca Camargo, do "Fantástico", revela que só entra em sua casa após tirar os sapatos. Adquiriu o hábito após entrevistar o roqueiro Lenny Kravitz, adepto da onda.
Postado por the writer às 2:00 PM 1 comentários
já fui e já voltei
e ontem, cruzando o atlântico, pensei: a jóia de viver é inversamente proporcional ao medo de avião. pelo menos para mim é. a cada tremidinha, queria vestir o colete salva-vidas.
Postado por the writer às 1:47 PM 1 comentários
a rocinha anda movimentada
essa aqui vale muito a pena mesmo.
e essa aqui é só para fazer número.
Postado por the writer às 1:45 PM 2 comentários
5.5.05
informo aos navigators.
yo stoy casi nel portito.
para bom entendedor, mezza parola basta.
ps: e a coisa mais legal de ficar esperando o embarque em guarulhos é usar a internet wireless do aereoporto no lap top. nunca tinha pensado em escrever no meu blógui (ai, como essa frase soa adolescente, credo) numa sala de embarque. adoro a tecnologia. a-d-o-r-o.
melhor que internet wireless, só avião vazio durante o percurso mais longo e com tevezinha private para cada passageiro.
Postado por the writer às 4:45 AM 9 comentários
1.5.05
trabalhar por prazer
meses atrás, quando eu comprava uma revista feminina, qualquer uma, antes mesmo de chegar em casa já havia lido mais da metade. lido... revistas femininas não são lidas, a gente só vê as figurinhas.
mas enfim, mesmo nos momentos em que eu estava mais duranga, nas sextas-feiras, final de tarde, me permitia um luxo assim. e curtia horrores.
há meio ano, estou trabalhando para um site/jornal de moda. faço matérias, fotos, etc, e também leio as revistas belgas de moda porque, enfim, preciso achar pautas, idéias, me informar. e desde que ler essas revistas virou trabalho, não acho mais a menor graça. de verdade. compro a elle belgique todo o mês, mas a revista fica rolando em casa, com plástico e tudo, esperando o momento em que eu finalmente vou precisar achar pautas.
tenho preferido mil vezes ler the economist antes de dormir do que elle, marie claire... por mais metida que eu soe dizendo isso.
daí, penso, taí, tinha razão quem dizia que trabalho é trabalho, prazer é prazer, e que a maior cagada que neguinho pode fazer é trabalhar com aquilo que mais gosta na vida. acaba perdendo o gostinho. menos mal que nunca me chamaram para trabalhar com iluminação de palco de um teatrinho sujo e underground aqui de bx, onde estive num momento de desespero financeiro implorando emprego. nunca mais ia querer assistir a peças em francês sem entender quase que p*rra nenhuma.
e daí tiro duas lições:
a) realmente nunca na vida trabalharei com cinema.
b) deveria pensar mais seriamente em virar cozinheira, banqueteira, chef.
Postado por the writer às 10:58 PM 0 comentários
29.4.05
26.4.05
um everest alí do lado da mesinha de cabeceira
que estranho escrever cabeceira. nossa. acho que nunca tinha escrito essa palavra antes na vida.
mas não foi para escrever cabeceira que passei aqui. foi para convidar vocês para virem escalar lá em casa, no meu quarto.
é isso mesmo. escalar!
é sério.
tem um amontoado tão enorme, mas tão alto de roupas masculinas num canto do quarto, que juro que daqui pouco tempo vai ser possível escalá-lo. não sem a ajuda de uma daquelas bengalas de madeira estilo paulo coelho, claro.
o piero diz que são roupas dele, mas o monte já está tão alto que eu começo a achar que foi o terreno sob o nosso edifício que andou se movendo mesmo.
mas venham logo, viu?
se demorarem, pode ser que fique ainda mais alto, e daí não vai dar mais para escalar. vamos ter que esquiar mesmo.
Postado por the writer às 6:54 PM 1 comentários
25.4.05
E depois não entendem porque os americanos são incultos!
A jornalista e arqueóloga Joanne Farchakh Bajjaly
escreve um relato tristíssimo sobre a destruição que as forças da coalizão causaram no Iraque, berço dos mais antigos objetos da humanidade.
Ela diz:
As próprias forças de coalizão danificaram sítios arqueológicos ao usá-los como bases militares.
A retirada de tropas da coalizão da Babilônia revelou a ocorrência de danos irreversíveis a uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Um relatório alarmante do administrador do departamento de Oriente Próximo do Museu Britânico, John Curtis, conta como áreas no meio de um sítio arqueológico sofreram terraplanagem para que se criasse uma área para helicópteros e estacionamento de veículos pesados.
"Eles causaram danos substanciais no Portão Ishtar, um dos monumentos mais famosos da antigüidade", escreveu Curtis.
"Veículos militares dos Estados Unidos esmagaram pavimentos de tijolos de 2,6 mil anos, fragmentos arqueológicos foram espalhados pelo sítio, mais de 12 trincheiras foram cavadas sobre depósitos da antigüidade e projetos militares de deslocamento de terra contaminaram o sítio para futuras gerações de cientistas."
"Soma-se a isso todo o dano causado a nove das figuras moldadas de tijolos de dragões no Portão de Ishtar por pessoas que tentaram remover os tijolos da parede."
Lamentável.
Matéria completa na BBC BRASIL
Postado por the writer às 2:13 PM 0 comentários
22.4.05
poesia de rua
ontem, saindo do metrô, vi um velhinho bem velhinho, tocando clarinete muito bem, e com a capa do clarinete aberta no chão, cheia de moedas. ele tinha um recadinho escrito em francês que dizia alguam coisa assim: a música é a poesia sem palavras vibrando as partículas do ar.
achei tão bonitinho tudo. parecia cena de filme.
e pensar que, quando vim para a europa pela primeira vez, pequenininha, fiz meu pai dar moedas para cada músico de rua que passamos. e paris era lotada deles.
não é que agora faltem músicos de rua (ou de meios de transportes) por aqui. acontece que há anos já, as figuras que entram nos ônibus ou metrôs tocando música, não são exatamente músicos. são imigrantes ilegais tentando achar uma forma criativa de pedir dinheiro. nada contra. a não ser pelo fato que TODOS tocam gaita (para os cariocas e paulistas: arcodeão) e quase todos tocam muito mal. fora que quando um "grupo musical" desce numa estação, um outro sobe. juro. é triste. e muito barulhento.
Postado por the writer às 5:09 PM 1 comentários
20.4.05
diz o ditado (italiano) que: morto um papa, se faz um outro.
dito e feito. e para chente chófem como moi, é até meio estranho ver um papa sendo chamado papa, mas não sendo o JPII. ver um papa com a cara que não é a do JPII. pior ainda: ver um papa com a cara do ratzinger que, convenhamos, não tem cara da papa. mas enfim. nem era isso que eu queria dizer. eu queria só frizar a coincidência dos acontecimentos atuais na itália:
se diz por aí que hoje o berlusconi deve renunciar.
(nada que assuste aos italianos, super acostumados a trocas bruscas de governos e que, em geral, me dizem ter certeza que essa é somento uma manobra política para fazer com que, no fim das contas, o próprio berlusconi volte a ser primeiro-ministro, mas chefiando uma nova aliança, e que ficará no governo por pelo menos mais um ano.)
sendo assim, cabe aqui uma pequena atualização do ditado italiano:
morto um berlusconi, faz-se um outro.
Postado por the writer às 2:13 PM 0 comentários
18.4.05
me lembro que uma vez, adolescente, perguntei ao meu professor de literatura (acho que eu não sabia o que fazer no vestibular, da vida, essas coisas):
- professor, para se virar escritor, o que a gente tem que estudar?
- bom, depende. tem de tudo. professores, advogados. o scliar, por exemplo, é médico. mas também tem muito escritor vagabundo por aí.
fiquei sabendo que o cardoso tá OFICIALMENTE virando escritor.
entenda a relação das frases acima como quiser :P
Postado por the writer às 12:52 PM 0 comentários
morar junto - a vida de uma perspectiva totalmente tragicômica
difícil ficar aborrecido quando se vive com alguém.
tem dias, piadas e brigas para todos os gostos.
um dos meus preferidos são os dias implicantes. quando tudo o que tu faz, é criticado pelo outro. ou quando tudo o que o outro faz te irrita. é um saco para quem tá fora, eu sei. fulaninho e cicraninha passam a tarde toda, entre amigos, um pentelhando o outro. "olha só como a tua amiga colocou a mesa!" ou causando constrangimento light nos outros "ai, vocês não acham que o zé pedro tá com asa? e caspa? e que deveria urgentemente tratar essa unha preta no pé esquerdo?".
ai, como eu adoro esses dias!
eles são mais divertidos quando a gente consegue rir da insuportabilidade que o outro nos causa. insuportabilidade amorosa, claramente. ninguém é suportável todos os dias do ano. e talvez só nisso mesmo o amor seja mais forte que tudo. não há traição, sacanagem ou fofoca que comprove o tamanho de um amor mais do que a rotina, mais do que os dias em que acordamos simplesmente insuportáveis.
mas mesmo quando a gente tá tão enjoado e irritado com o outro que nem consegue rir dessas bobagens todas, esses dias são muito legais.
eles dão uma pitada real, apesar de terem cara de comédia, às relações.
e o mais divertido vem na hora de dormir.
o casal passou o dia inteiro se implicando. todos os amigos já estão comentando: hiiiii, parece que eles tão em crise, hein? vocês viram como ela tava chata com ele? mas também, coitada, aquela unha preta... o zé pedro tem aquela unha preta há mais de dois anos!
mas do lado de dentro das quatro paredes, maria mônica e zé pedro vão dormir muito apaixonados: boa noite benzinho, boa noite tchutchuca. te amo. eu também te amo. e provavelmente, não sendo visível no escuro a unha preta de zé pedro, vão se lembrar de outras partes muito elogiáveis um no outro.
o amor não é lindo?
Postado por the writer às 12:17 PM 2 comentários
14.4.05
não se faz mais como antigamente...
os tempos e os preços, quando comparados, rendem um bocado o que se pensar.
por exemplo. a família do piero mora a uns mil quilômetros daqui, no norte da itália. acontece que a cidade deles, alba, fica longe de quase todos os aereoportos da região. isso significa que ir de carro até lá ou ir de avião, muda a viagem em duas ou três horas, apenas. e isso que leva umas doze horas para chegar lá de carro. quer ver?
da última vez, saímos da casa dele lá pelas 8 da manhã para pegar um trem que levou umas três horas para chegar em pisa. como os horários dos trens e dos vôos não coincidiam muito bem, tivemos que esperar umas duas horas antes de embarcar. demos uma volta na cidade. ok. daí fizemos o check in e ficamos ali esperando o embarque. o embarque atrasou em uma hora. depois mais uma hora e meia de vôo. depois a pequena viagem do aereoporto até bruxelas. depois o metrô até em casa. chegamos mais ou menos às cinco da tarde.
daí compara: um vôo lisboa-sp leva mais ou menos onze horas. e são quantos mil quilômetros mesmo?
outra dos nossos tempos. encontrei uma passagem bruxelas-sp que custa, com taxas, 600 euros. daí fui pesquisar a passagem sp-porto alegre. as melhores ofertas da tam e da varig custam mais de 300 euros! já pensou? metade do valor que me custa cruzar um oceano!
sei não, mas em algum dos lados tem alguém ganhando muito a mais do que deveria.
Postado por the writer às 6:31 PM 7 comentários
12.4.05
cal'éssa boca quisso é coisa pôca perto doqu'eu passei
esses meninos, los hermanos, não tem alguma coisa de lupcínio!
los hermanos: considere toda a hostilidade que há da porta pra lá
lupcínio: eu estou lhe mostrando a porta da rua, pra que você saia sem eu lhe bater
não suporto a violência nessa vida, mas algo na violência da vida me surpreende, me atrai, me emociona, me fascina. sílvia, uma amiga, esses dias falava que o mercado de trabalho é mulher de brigadiano: quando mais a gente bate, mais ele nos respeita. todo o respeito com as mulheres de brigadianos, mas na verdade, a vida é mulher de brigadiano. basta saber dar o tapa na hora certa. só tem que cuidar porque às vezes ela responde com cada porrada!
luta livre a parte: esses meninos, assim como o velho e bom lupcínio, são muito bons.
Postado por the writer às 11:27 AM 2 comentários
7.4.05
Minha Máquina de Lavar Roupas - a novela
aproveito que o piero tá viajando e vou na loja comprar uma máquina de lavar roupas para a nossa casa nova para fazer uma surpresa quando ele chegar. escolho o modelo, preencho a ficha com o vendedor. pago. eles estregam em casa sem cobrar nada. e instalam.
beleza! pensei.
mas não entregam hoje, nem amanhã. só sábado. piero já terá voltado. bom, paciência. ok.
sábado de manhã acordo com o telefone tocando: senhora cimenti, estou aqui embaixo com a sua lavadora de roupas. eu: pode subir, é no quinto andar. abro a porta e fico esperando.
e nada.
e nada.
e nada.
interfone: olha, senhora cimenti, a máquina não cabe no elevador. tenho que levar pela escada mesmo. mas hoje estou sozinho, e preciso da ajuda de um colega para fazer isso. será que posso voltar na quarta-feira? eu, decepcionada: só se for bem cedo, moço, tenho que sair para trabalhar. ele: ok. pode ser.
saber esperar é um ato maduro. paciência. pensei.
quarta-feira, mesma coisa. telefone me acorda: podemos levar a lavadora aí às 10:30? eu: não, meu senhor, só se for até às 9, caso contrário, não terá ninguém em casa. ele: ah, então só no sábado.... eu: mas meu senhor, no sábado teve um homem aqui, blá, blá, blá.....
fica para o próximo sábado então. certo.
madura é a vovozinha. que saco. pensei.
chego em casa nesse mesmo dia e encontro um recadinho da loja: estivemos aqui, você não estava. ligue para nós.
humpf.
no dia seguinte, ligo. fico meia hora gastando meu péssimo francês (e ainda pagando a ligação) explicando toooda a função. quem já tinha vindo, quando, para quê. e a cada hora me passavam para um atendente diferente. no final das contas, com os meus créditos quase acabando, me passam para um homem: minha senhora, como a máquina não cabe no elevador, e a senhora mora no quinto andar, e nós levamos pela escada APENAS ATÉ O TERCEIRO ANDAR, a senhora vai ter que pagar o aluguel de um elevador externo de mudanças. custa 90 euros. eu: não, moço (cê tá louco?, penso), então, seguinte, esquece tudo isso e me dá meu dinheiro de volta. ele: não posso, a senhora pagou e assinou a fatura, isso é um contrato de compra, não posso dar o dinheiro de volta. eu: como não? ele: não. eu: por que não? ele: porque não.
filhos daquela puuuuuuu**. pensei.
e dessa vez quase falei. juro.
mas se vocês pensam que a novela acabou por aí, rá, estão muito enganados.
na sexta-feira seguinte, acordo com o telefone tocando: bom dia, temos aqui um lavadora de roupa para entregar no seu endereço. podemos levá-la hoje, às 10 horas? eu, com sono, muito sono: não, minha senhora. eu moro no quinto andar, no elevador não cabe a lavadora e eu não vou pagar 90 euros pelo elevador externo. ainda estou decidindo o que vou fazer, se vou carregar do terceiro ao quinto andar em mesma, ou se vou trocar o valor da lavadora por um outro eletro-doméstico beeem mais leve e que caiba no elevador. ela: ok, obrigada, passar bem.
cinco minutos depois, telefone novamente: mas a gente pode mandar o elevador externo até aí, hein? é pegar ou largar. eu, colocando as pantufas: vou ter que pagar por ele? ela: sim. eu, já perdendo a última gota de paciência e maturidade: não, obrigada.
dez minutos depois, toca o interfone. eu, fazendo o café, digo para o piero atender que não aguento mais falar essas mesmas palavras em francês.
segundos mais tarde piero me chama: ticaaaaaa. eu: o que foi? ele: o homem com o elevadorzinho externo de mudanças chegou.
Ó DEUS, MEU DEUS, MEU DEUZINHO, SALVE-ME DO MUNDO DOS PRODUTOS E PRESTADORES DE SERVIÇOS BELGAS POR FAVOR. pensei.
moral da história 1: nunca, nunca, nunca, mas nunca mais na vida ponho os pés nessa maldita loja. depois de trocar o meu dinheiro pelo bem mais leve dessa espelunca.
moral da história 2: sigo lavando as roupas na lavanderia aqui perto de casa.
Postado por the writer às 6:10 PM 1 comentários
6.4.05
BLOG: trabalhamos
a sobrevida do minha optica está no ar.
Postado por the writer às 10:37 PM 0 comentários
i-mêiul
a vida no continente chique vai indo muito primaveril :) junto com o frio se vão meses de falta aguda de trabalho e começam a aparecer novidades super legais. e o verão europeu é sempre um espetáculo. aqui, diferente daí, o calor e o sol são motivos de festa cotidiana, é como se acabasse uma era glacial, e não apenas uma estação. assim, fica tudo realmente de verdade muito, mas muito mesmo mais colorido. e nessa cor toda, vou achando o meu espaço. acho que depois de mais de três anos fora do brasil, finalmente posso dizer que estou fazendo o que vim fazer aqui, seja lá o que isso for.
nossa. sôou tão poético que acho que até vou usar isso no blog :P
mas mais praticamente falando, me sinto no lugar certo, na hora certa, mesmo que não esteja em roma. e falando em roma, CERTAMENTE vou para lá daqui uns dias. se os milhares de colegas ainda tiverem deixado alguma pauta rolando, sabe, sou uma jornalista brasileira em solo europeu: trabalhamos :)
Postado por the writer às 10:35 PM 2 comentários
31.3.05
ESTE BLOG ESTA' DE FE'RIAS.
quando ele sair do purgatório, talvez ainda esteja aqui para contar história.
Postado por the writer às 12:25 PM 1 comentários
23.3.05
(tô num dia de filosofias baratas)
o limite do autoconhecimento
engraçado como a gente pode se conhecer bem, né? saber exatamente o que nos irrita, o que nos agrada, o que nos agride, o que nos deixa com tesão. saber o gosta de comer quando acorda, o cheiro que mais lembra a infância e o que nos toca mais fundo no coração (rimou, mas não era essa a idéia...), mas nunca, nem mesmo tentando várias vezes, uma atrás da outra, NUNCA consegue ter a noção exata do quanto estamos com o desodorante atrasado!
Postado por the writer às 5:07 PM 2 comentários
producriatividade
tem dias que a gente acorda e faz muito mais do que tinha programado.
tem outros, que a gente senta na frente do computador para escrever uma matéria e, antes, decide responder o email de uma pessoa querida. daí toca o telefone e é uma velha amiga contando que o cachorro dela está com otite. daí tu responde o tal email e quando envia, vê que chegou um outro da tua mãe. como não ler imediatamente o email da mãe, devia até ser proibido fazer isso! aí tu lê, responde, envia e pensa: agora vou tra-ba-lhar, conhece essa palavra, carolina?
e o que acontece? toca a campanhia. chega um breaking news da cnn. o namorado liga. a vizinha cai na escada. o cheiro de queimado da cozinha te lembra que o leite já deve ter fervido há horas. acaba o ciclo da máquina de lavar. chega a resposta do teu email. o computador tranca. e toca o telefone novamente. já são 16:45 e tudo chama a tua atenção. menos aquela folha em branco na tela do computador que continua esperando a matéria a ser escrita ser efetivamente escrita.
mas, peraí, agora não dá: me lembrei que não escrevo no blog há horas....
Postado por the writer às 3:50 PM 1 comentários
21.3.05
parece piada
mas vai dizer que não parece que a veja dessa semana está me respondendo?
paulo coelho - o mais global e influente dos brasileiros.
mas eu ainda prefiro o guga!
Postado por the writer às 11:36 AM 1 comentários
20.3.05
god, please, save america (since america wants to save the world!)
da coluna do lucas mendes na bbc brasil: o governo Bush virou um produtor de notícias. Quatro jornalistas admitiram que receberam verbas do governo federal para promover a agenda da Casa Branca.
Postado por the writer às 10:28 PM 2 comentários
18.3.05
isqueiros e celulares
é internacionalmente famosa a paixão dos italianos pelo telefone celular, né, o carinhosamente chamado telefonino, apelido doce para o telefono celullare. deve ser porque italiano gosta muito de falar. da sua vida. do seu dia. do seu café da manhã, almoço e jant. da vida alheia, principalmente. da vida do papa. do fruteiro e do padeiro.
em roma, por exemplo, tinha uma época em que eu pegava um ônibus de uma linha longuíssima, às 8 della mattina, e não tinha uma única vez que não fazíamos o percurso inteiro, eu e metade dos moradores da via nomentana, escutando alguma italianona contando todas as incríveis novidades da sua vida conjugal para uma amiga - que provavelmente encontraria meia hora depois, no trabalho.
taí a isa que não me deixar mentir! (mesmo quando eu tento :)
outro momento curioso desse comportamente passional italiano são os shows, os concerti. no lugar dos tradicionais isqueiros, que embalam as músicas mais famosas e melosas de uma banda em todos os lugares do mundo, os italianos usam o visor do celular. sério! eles normalmente ligam para um amigo/amiga/irmã/casinho/amante/mãe/sobrinho e não falam nada, apenas os fazem escutar um pedacinho do show. e naquela maré de mãos e braços para cima, na platéia, pode-se ver dezenas de telefoninos bailando.
Postado por the writer às 12:41 PM 0 comentários
17.3.05
ai, ai, ai, ai
eu tava tentando fazer comentários nos blogs da cássia e da lari, mas aparece sempre uma mensagem dizendo que "Your IP was found in the OPM blacklist and will not be allowed to post". fiquei pensando se tinha alguma relação com o meu post ali de baixo?
gentem, era uma brincadeira, ninguém roubou a minha senha, EU sou a louca da MINHA vida! ficou claro agora?
então, cunha, pelo amor de deus, não destrua o meu HD! e vagaba é a mãe!
Postado por the writer às 10:30 AM 1 comentários
16.3.05
morar longe é:
ter uma enorme discussão sobre os melhores tenistas do mundo com os colegas e terminar o dia decepcionada por saber que, além de meia dúzia de gatos pingados franceses, ninguém fora do brasil sabe quem venha a ser gustavo küerten.
tem nomes que são internacionais regionalmente. o ex-calciatore falcão, por exemplo, é até hoje o rei de roma. não tem romano que me pergunte de onde eu venho (porto alegre) que logo depois não faça todo o esforço do mundo para acabar falando de forma engraçada o seu nome: faucáo!!.
o lula, ok, todo mundo, ou quase, tem noção de quem seja, diferentemente do fhc. acho que pela sua história e por ser um partido, tsc tsc, de esquerda.
mas brasileiro realmente, efetivamente internacional, é difícil, viu?
nem joão gilberto, nem caetano veloso, nem chico buarque.
só a elite européia ligada em modismos étnicos ou boa música já ouviu falar.
ass: tica, na luta eterna para encontrar outro brasileiro, além do pelé, que seja uma personalidade incontestavelmente internacional.
ps: pelo menos gisele bündchen, depois do oscar deste ano, eles lembram de onde vem.
Postado por the writer às 5:53 PM 2 comentários
pega ladrão! (ou nada como um dia depois do outro...)
mas quem é essa louca que roubou a minha senha e escreveu isso aí embaixo???
Postado por the writer às 9:34 AM 0 comentários
14.3.05
minimalize it
a vida corresponde a un processo estranho e meio paradoxo. a gente passa dias, meses buscando a solução para os nossos problemas, seja ele grana, falta de trabalho, peso a mais, namorado a menos, saudade, crise de nervos ou toc. e cria a expectativa, mesmo sem querer, de que com dez mil a mais e cinco quilos a menos tudo seria infinitamente muito melhor. e até é mesmo. o problema é que, quando todos esses problemas são resolvidos, mesmo que dure apenas dois dias, da' uma sensação de tudo ficar tão aborrecido. tudo certinho e exatamente como deve ser demais. e pior, para quando tudo vai bem, não se tem nem do que se queixar. menos assunto para a fila do pão.
Postado por the writer às 10:10 AM 4 comentários
10.3.05
chiamami adesso che ho bisogno di te
comprei ingressos para o show do paolo conte, cantor italiano sessentão que ouvi uma vez num dos restaurantes mais charmosos que já fui, em arezzo, com dois dos meus mais doces e amados amigos. ouvi aquela voz no tal restaurante e fiquei encantada. quem é esse? paolo conte. guardei, comprei e nunca mais deixei de ouvir.
fui descobrir mais de um ano depois que o piero adora ele também.
na primeira vez que o piero cozinhou para mim, quando entrei na casa dele tocava paolo conte. 80% do trabalho feito. fiquei facinha depois daquela.
vocês viram aquele filme receita de amor?
lá pelas tantas tem uma música ótima dele: via, via, vieni via con me!
mas tem uma, que não tá no filme, mas tá tocando aqui em casa agora, que é a mais linda de todas: come mi vuoi? cosa mi dai? dove mi porti tu? (como me queres? o que me dás? onde estás me levando, tu?) é estupenda! botem seus soulseek e googles para funcionar. vale a pena.
Postado por the writer às 12:24 AM 2 comentários
7.3.05
surfando na neve
nesse final de semana fui literalmente convencida a esquiar. esse tipo de esporte não me fascina(va) muito porque simplesmente odeio passar frio.
na ultima hora decidi trocar os esquis pelo snowboard (as botas são infinitamente mais confortaveis), e descobri que na neve, so' sente frio quem quer! com a ajuda do sexy professor de snowboard sessentão, cai' de joelhos, de bunda, de anca, de verde, de madura, de cima, de lado e de jerônimo. mas me diverti como uma criança que vê a neve pela primeira vez! certamente se pode dizer que pelo menos a cair, aprendi.
tô toda dolorida e não consegui percorrer mais de dez metros em pé naquele troço, mas ainda assim não vejo a hora de voltar às montanhas para continuar o aprendizado.
o piero prometeu me levar ao lugar dos sonhos dos esquiadores, que, segundo ele, não em cortina d'ampezzo, onde esquiamos (hohohoho, que presunçosa eu). acho que ele ficou com ciumes do meu profe. sabe como é, ensinar snowboard exige muito contato corporal. hohohoohohho. meninas, recomendo.
Postado por the writer às 4:25 PM 0 comentários
4.3.05
como vocês bem sabem
eu sou uma anta quadrada
e nao sei colocar fotinhos aqui
entao, os convido para conhecer a minha casa nova
aqui: http://public.fotki.com/ticolina/casa_nova/
bem vindos!
Postado por the writer às 12:30 PM 0 comentários
3.3.05
tô começando a achar que o grande problema da minha vida sou eu!
por varios motivos que de tao pequenos e bobos nao merecem uma linha aqui, estou extremamente estressada. sao motivos pequenos e bobos, mas sao muitos. e acabaram virando uma espécie de monstrinho com o qual nao estou sabendo lidar. e ando totalmente "schizzata", como dizem os azzurri. parece que eu tô ligada numa tomada e, ao sinal de qualquer contato ligeiramente rispido, dou choques.
tzzzzzzzzzzzzz!
tzzzz!
tzzzzzzzzzzzzzzzzz!
ando discutindo com todo mundo. até por email tenho conseguido bater boca. e o pior é que acaba me fazendo mal. quanto melhor eu quero a pessoa do outro lado da discussao, mais mal me faz.
ai. tô precisando de um abraço.
Postado por the writer às 11:22 AM 2 comentários
28.2.05
coisas de filme parte I
o piero saiu ontem de noite para comprar tomates e, na esquina da casa da minha prima, onde estamos acampados, um carro para e as figuras pedem uma informaçao:
- oi, boa noite. por favor, como fazemos para chegar em amsterda?
eh, pois eh.
no dia seguinte, almoçando na casa de um amigo, onde as nossas milhares de tralhas estao acampadas :P, chega um amigo ingles do nosso amigo (italiano) e começa a comentar toda a programaçao da tv italiana. o cara nao fala uma palavra em italiano, mas sabe todos os horarios de todos os programas. e quem apresenta e do que se fala em cada um.
eu: mas como eh que tu sabe tudo isso? tu assiste a tv italiana sem falar italiano?
ele: sim, eu acho ela mais divertida, mais colorida, mais absurda que a inglesa.
eu: e tu faz isso por diversao, todos os dias?
ele: sim. eu entendo algumas coisas, as que eu nao entendo eu invento.
eu: e por que tu nao começa a aprender italiano, entao?
ele: porque eu acho que daih eu nao vou mais gostar da tv italiana.
eh, pois eh...
Postado por the writer às 1:29 PM 7 comentários
tempos de mudanças
nos proximos dias, SE EU ESCREVER, o farei sem nenhum acento ou cedilha. por que? porque estamos no meio da nossa longa mudanca para uma nova casa! a garagem de um amigo nosso estah lotada, a sala da casa da minha prima tambem. e como se nao fosse suficiente, o carro do piero tambem. e a minha bolsa!
ateh que as coisas voltem ao normal, e eu tenha internet em casa, os acentos nao voltarao a minha vida.
começamos a mudança para sair do apartamento velho sexta-feira. terminamos "de sair" ontem. minhas pernas, costas, bundas, braços e pes doem. recomendo a todos os sedentarios leem este blog que, ao inves de se inscreverem em uma academia, simplesmente mudem de casa uma vez por semana. eh tiro e queda!
Postado por the writer às 1:20 PM 0 comentários
22.2.05
Arash Sigarchi e Mojtaba Saminejad estão presos no Irã simplesmente por terem blogs
"If you have a blog, the least you could do is put nothing on that blog except 'Free Mojtaba and Arash Day'." (...) "If you don't have one, find one dedicated to that - it takes about 30 seconds."
Reporters Without Borders
Committee to Protect Bloggers campaign
Postado por the writer às 12:13 PM 1 comentários
21.2.05
o filme se chama 2046.
e foi dirigido por kar wai wong.
nao (recomendo que) percam.
desde lost in translation nao havia visto mais nada de interessante até entrar no cinema sexta-feira passada. sem mais.
Postado por the writer às 4:32 PM 2 comentários
what a nightmare
bush esta' visitando bruxelas. isso significa muito trabalho para mim e:
* apresentar documentos, credenciais, equipamentos de audio, passar no detector de metais, ser revistada por mulheres nada delicadas, aguentar filas e mais filas de jornalistas que passam pelo mesmo processo, e ter que preencher um novo cadastro cada vez que eu quero entrar ou sair de um prédio das instiuiçoes européias, ou seja, varias vezes por dia.
* nao poder descer na estaçao de metro mais proxima ao meu destino porque ela esta' fechada, pois o carro do president passara' ali perto em algum momento do dia
* onibus? esqueçam.
* ter que desviar centenas de manifestantes chatos e mal barbeados toda a vez que eu saio e volto para casa (minha casa fica no centro de bruxelas, exatamente onde as manifestaçoes começam)
* ter que aguentar e traduzir o sotaque texano dessa mala
* perder um pouquinho mais da minha ja' insignificante crença na humanidade
voces nao podem imaginar a sensaçao de caos organizado que a visita deste homem causa! vou dar um exemplo. a regiao da cidade onde ficam os prédios da UE estah fechada. sim, fechada. so' entra quem tem credencial. ouquei. mas além disso, das 4 mil pessoas que trabalham diariamente no conselho e na comissao européia, eu disse quatro mil pessoas, apenas 250 terao direito a entrar nos prédios. todas as outras 3 mil e alguma coisa estao convidadas a nao irem trabalhar. tudo para que nao haja "gente demais" nos prédios durante a passagem de bush. as manchetes deveriam ter sido essas: bush viaja a europa para reforçar relaçao transatlantica, e para isso, exige que a ue pare por um dia. contribuinte pagando, obviamente.
Postado por the writer às 3:43 PM 0 comentários
19.2.05
meu preço no mercado árabe
no restaurante marroquino aqui perto de casa. o garçom passa todo o jantar batendo papo com a gente, metade em francês, metade em árabe (o piero acha que fala árabe!). o casal italiano que está com a gente não entende lhufas, mas azar, o garçom era divertido.
na saída, quando me ajuda a vestir o sobre-tudo, o garçom olha para o meu amigo italiano que diz que lhe pagaria 40 mil camelos por mim. eu aviso ao garçom que o meu namorado é "o outro".
- ah, mas ele fala árabe, melhor não fazer negócios com ele..., diz o marroquino.
e eu fiquei toda felizinha. 40 mil camelos não é para qualquer uma, né?
ou será que é preço tipo big shop?
vai saber....
Postado por the writer às 1:40 PM 2 comentários
17.2.05
morar longe é:
negar chocolate godiva, ferrero e lindt para comer um bom e velho ouro branco lambendo os beiços. e o pior é que o estoque lacta aqui de casa está acabando. tem italiano roubando meu chocolate!!
Postado por the writer às 6:44 PM 1 comentários
16.2.05
a pior coisa do mundo
é quando o papel tranca na impressora.
ou quando tu puxa o telefone para atender, mas o fio está todo enroscado e o telefone cai, tu responde mesmo assim, mas agora ouve: tuu, tuu, tuu, tuu.
e quando tu tá esperando aquela ligação, toca o celular, o número é desconhecido, dá um friozinho no estômago, tu atende... mas é a tua mãe!
não, acho que a pior coisa do mundo é ler a sacada que alguém teve sobre algum assunto qualquer e pensar: puxa, eu já tinha pensado nisso, mas não disse para ninguém!
ou então quando um amigo escreve assim para ti: bá, caramba, eu tinha escrito um email enooorme, contando toda a minha vida nos últimos vinte anos, mas de repente, deu pau no computador e perdi tudo. beijos.
meu deus, que mundo assombroso!
Postado por the writer às 8:25 PM 1 comentários
ninguém mandou...
dia 14 de fevereiro é dia de são valentim, dia dos namorados no mundo inteiro, menos no brasil, que é dia 12 de junho por algum tipo de convenção que eu não sei.
como eu não estou no brasil e não namoro um brasileiro, achei que tinha que reinvidicar os meus direitos. o meu namorado é um cara que não segue muito as convenções, ou que segue só as que tem vontade. isso não inclui chocolates na páscoa, flores no aereoporto ou contas no restaurante. tudo muito moderno. no início, devo confessar, eu até gostava dessa transgressão das regras.
mas ante-ontem não!
sei lá, acordei de pé torto e queria, sim, as minhas flores, os meus chocolates e os meus presentes. ora bolas.
então quando nos encontramos no final do dia para tomar uma cerveja, sentamos na mesa e, depois de um breve comentário sobre como tínhamos passado as horas e o que havíamos comido no almoço (é impressionante como italiano fala de comida sempre!) entrei com toda no meu discurso inflamado:
poxa, piero, será que não dá para pelo menos uma vez tu fazer as coisas como elas normalmente são feitas no mundo? azar que tu chame o dia de hoje de festa dos comerciantes, mas além dos comerciantes é a festa de são valentim, e só por isso ser assim do jeito que é, nós deveríamos lembrar que nos amamos e que hoje é um dia de comprar um presente para o nosso amor. porque tudo bem não seguir as normas chatas e práticas do mundo quase todos os dias, mas de vez em quando, só para quebrar a rotina, a gente podia fazer de conta que não dá bola para essas coisas, a gente podia ser clichê, comprar champagne e rosas vermelhas e ir para o motel, correr no parque, rolar na grama, tirar fotos de pertinho, rir da risada do outro, dizer i love you! ahhh, sabe, eu acho que queria ganhar presente hoje....
e, tsc, tsc, bem, exatamente como vocês devem estar pensando que aconteceu, aconteceu. o mundo às vezes é um clichê medonho, mas dessa vez quem ficou com cara de otária engolindo palavra por palavra do discurso fui eu. o piero tirou de dentro do bolso uma caixinha com uma fitinha de cetim amarradinha e colocou em cima da mesa. ganhei uma pulseira linda, linda, linda, com cordinhas delicadas e pérolas e uma coisinha de fechar a pulseira que eu achei mimosíssima.
e aí, ai, e aí fiquei querendo morrer afogada no copo de cerveja vazio quando me dei conta que quem não tinha comprado um presente ali não era ele, mas era eu. ninguém mandou!
Postado por the writer às 7:56 PM 2 comentários